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Eu sempre apreciei as mais pequenas formas de existência como simples brisas de verão, até o caminhar dos insetos pelo chão.
Era fácil pra mim dissernir o significado e a importância de cada uma dessas coisas para que tivesse o equilíbrio necessário, como tudo deve ser.
Assim, eu facilmente percebi que ele era o peso do outro lado da balança para manter-me em equilíbrio.
Joguei as cobertas para o lado tomando coragem para levantar, o que fiz em seguida calçando minhas pantufas no pé da cama. Depois me ergui verificando se minha mãe estava dormindo e quando confirmado, toquei-me para fora do quarto.
O corretor estava quente como o inferno. Uma massa de ar escaldante amaciou minha pele de forma gostosa e eu me senti calmo. Calmo no inferno, uma bela ironia.
Contudo, eu dispersei a enorme vontade que senti de ficar ali para ir naquele lugar que sempre me fez tão bem.
Desci as escadas dentro da escuridão silenciosa, seguindo o único ponto de luz visível: a lua.
Eu me encontrei com a lua naquela noite, ela cantou pra mim e me lavou com a sua chuva de prata. Sorri, apaixonado pelo meu primeiro amor. Selene, a lua.
Sentei-me na banqueta perto do bar e a olhei mais uma vez. Linda e reluzente, um tom simples e aceso. Tão calmo foi o nosso amor, que infelizmente acabou.
Porque Selene era calma. E eu era caos.
— Namorando a lua, falls? — sua voz sempre foi tão doce, amor, sempre me provocou em todos os meus lugares.
— Falls? — você se sentou do meu lado e eu automaticamente senti um preencher gostoso na alma. — Eu nunca cai.
— Caiu hoje na piscina, a muito tempo atrás caiu do Eden, e vai cair de novo, minha princesa. — você sabia de mim, e eu nunca tinha te visto. Era o que eu pensava, tão tolo e supérfluo.
Foi bom te encontrar novamente.
— Obrigada por me salvar, mas eu nem sei o nome do meu herói. — proferi cínico, ouvindo sua risada gostosa. — Vamos, você sabe o meu!
— Aqui meu nome é Park Jimin, mas eu tenho muitos nomes, como Selene. — disse, indicando a lua em seguida. — Está bem?
— Sim, por que não estaria?
— Fiquei preocupado quando não senti seu calor mais cedo. Eu gosto de você quente. — Jimin falou, respirando fundo. — Nunca mais fique frio daquela forma.
Me lembro de achar tão engraçado, ora, como uma pessoa poderia controlar sua temperatura corporal? Era cientificamente impossível. Você era cientificamente impossível mas mesmo assim, era real.
Te olhei, vendo seus olhos vidrados em mim. Foi quando eu suspirei, assustado e sem ar.
Seus olhos não tem cor. Eles são escuros, mas não são pretos, simplesmente escuros. São absolutamente lindos. Eu não posso ver meu reflexo neles, eu não posso ver nada neles.
Seus olhos são como a sua alma.
Vazia.
— De onde me conhece? — perguntei, tirando o casaco porque comecei a sentir um calor infernal.
— Eu sempre te conheci. — Jimin respondeu, simplista. Ele parecia totalmente desinteressado no assunto, e eu logo percebi que não teria muitas respostas. — E agora vim te buscar.
— Uh? Vamos aonde? — questionei irônico, olhando-o de soslaio.
Seus cabelos loiros se mexeram quando ele virou para mim me deu um sorriso amável.
— Para o nosso trono, minha princesa. — eu me lembro, amor. Porque essa foi a primeira vez que você me tocou.
Suas mãos seguraram meu rosto e você se aproximou. Eu senti uma força percorrer todo o meu interior até as extremidades do meu corpo, quando eu soltei o fôlego quente no seu rosto. Os teus dedos se esconderam no meu cabelo preto me fazendo fechar os olhos em puro deleite.
Minhas mãos apertaram a madeira em baixo de mim descontando meu nervosismo, mas cada célula se acalmou assim que você ficou quente.
Quente como o inferno.
— Como voce sabe? — minha voz saiu por um fio e eu tomei coragem para abrir os olhos. Vislumbrei sua face bonita, serena em comparação aos meus sentimentos. — Como você sabe?
Eu nunca me senti tão assustado. Havia acabado de conhece-lo, era impossível que ele soubesse daquilo. Minha mente foi se nublando aos poucos, matando cada hipótese que eu criava com facadas no estômago.
— Você vai descobrir, minha doce criatura. Assim que eu resolver um probleminha. — seu tom mudou radicalmente na última frase, e ele se afastou ríspido. — Inferno, Asmo. — Jimin praguejou, jogando os cabelos para trás.
Sexy pra caralho.
— Perdão?
— Preciso ir, gatinho. Entraram demônios no meu quarto e aquilo virou uma algazarra. Eu te vejo amanhã, criaturinha. — recebi dois tapinhas na cabeça e ele se levantou, dando passos largos para longe de mim.
Certo. Eu obviamente não sabia o que havia acabado de acontecer. Muitas informações para serem digeridas em um período muito curto de tempo.
Mas o que mais me marcou naquela noite, foi o frio absurdo que eu comecei a sentir segundos depois que você se foi.
Eu me enrolei no casaco, tremelicando totalmente e então olhei para trás.
Você foi, e contigo levou o calor.
E contigo levou algo a mais.
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Twister↬jikook
FanfictionDEMON ↳ Prestes a morrer de uma forma patética, Jeon Jungkook foi salvo por um menino de sua idade, e desde aquele dia tudo mudou. Jungkook pensou conhecer um anjo, que mudaria sua vida para sempre. Mas o que ele não esperava era que seu "anjo" era...