Capítulo 3 Descoberta

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Arthur MacLaren adentrou na sala de reunião do seu pai com a fúria estampada em seu rosto.

- O senhor me prometeu Serena quando ela chegasse a maioridade!! _ Vociferou. Sua voz estava carregada de emoções reprimidas.

- Isto não está mais em minhas mãos, Arthur. Lamento mas as ordens do rei não podem ser contrariadas.

- A culpa é sua. Se não houvesse me impedido ela teria sido minha a muito tempo.

- Ela não o quer, Arthur. Isso eu sei muito bem. Eu vejo como ela reage a uma simples aproximação sua. E por Deus, além de surda e muda...ela ficou completamente alheia a tudo.

- Ela é perfeita aos meus propósitos.

Dessa vez sua voz estava calma. Mas seu pai percebeu o tom maléfico na frase. Albert olhou para aquele filho que só lhe trazia desgosto. Por muito tempo fechou os olhos para não ver os erros do seu único filho. Lembrou o dia em que Serena chegou ao seu castelo trazida pelo administrador da família. Ele e sua esposa Alice tornaram-se seus tutores legais após a morte dos seus pais, em uma emboscada feita por salteadores de estrada. Á princípio ela se mostrou triste, mas aos poucos  aceitou a sua nova vida. Arthur pareceu se dar bem com ela. Pareceu a Albert e Alice que ele havia se candidatado a irmão mais velho. Alguns anos depois começaram a ouvir boatos. O comportamento de Serena estava mudando. Passou de uma criança alegre e estrovertida para uma criança quieta e retraída. Sabiam que ela não falava e não ouvia,  mas de alguma forma aprendeu a ler lábios mostrando a todos ser muito inteligente. mas retraiu-se de repente. Albert e Alice perguntaram mas ela não respondia de nenhuma forma. Acharam que talvez fosse saudades dos pais então, a deixaram em paz. Agora, olhando para Arthur e vendo sua expressão de prazer maligno algo esclareceu em sua mente. Ele nunca relacionou Arthur com o que se passava com Serena, mesmo sabendo do seu capricho em relação às mulheres. Foi então que ele entendeu tudo.

- Arthur,--- ele respirou fundo antes de perguntar. - O que você fez a Serena?

O coração de Albert batia forte só por imaginar qual seria sua resposta. Sem pestanejar ele respondeu desdenhoso.

- A subjuguei aos meus caprichos.

Arthur foi pego de surpresa por um soco vindo do seu pai.

- Como você pôde?!! _ O coração de Albert se confrangeu ao pensar em Serena. - Só agora vejo o quanto errei com você. Ela estará melhor com Erik. Apesar do que falam sobre ele acredito que a fará feliz.

Neste momento alguém bateu na porta e esta foi aberta. Um dos soldados trouxe consigo o mensageiro do Clã Armstrong. Ele portava a carta que o emissário do rei lhe enviou. Dispensou-os e começou a ler a mensagem. Olhou para o filho e deu um meio sorriso satisfeito.

- Erik aceitou casar-se com Serena. Daqui a alguns dias ela estará livre do seu jugo.

Arthur não lhe disse nada. Simplesmente saiu da sua presença sem lhe dirigir o olhar. Albert caminhou até a janela e viu Serena sentada embaixo de uma árvore admirando o jardim. Sempre a viu assim, com o olhar fixo em qualquer coisa que fosse do seu interesse. Agora sabendo de toda a verdade, Albert se perguntava qual seria a opinião dela em relação ao seu próprio casamento.

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Serena olhava para o lindo jardim á sua frente mas não o admirava. A palavra casamento não saia da sua mente. O nome Erik do Clã Armstrong, não saía da sua mente. Seria ele realmente o monstro das Highlanders? Levou as mãos ao rosto sentindo um vazio preenchendo o seu ser. Saiu de onde estava e caminhou lentamente entre os jardins. Amava estar rodeada por flores. Isso a fez se sentir um pouco alegre. Fechou os olhos de repente lembrando que Arthur a qualquer momento  voltaria da viagem que fizera durante três dias. Como reagirá o filho do chefe do Clã MacLaren quando souber que sua prometida será entregue em casamento para outro? Uma sensação ruim invadiu-a por um momento. Era algo parecido como...premonição. Ela conhecia Arthur bem o bastante para saber que ele não deixaria escapar de suas mãos, tão facilmente, aquilo que ele cobiçava com tamanha loucura e paixao. Uma ideia oportuna surgiu de repente. Retirou-se sorrateiramente até o seu quarto. Lá procurou lembrar se em suas andanças pelo castelo havia encontrado algum lugar que poderia servir de esconderijo.

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Tayler observava Erik de lonje. Conhecia seu amigo o suficiente para saber, que algo o deixou furioso além do que já estava. Três dias de viagem e já se podia avistar ao longe os domínios do Clã MacLaren. A carruagem do emissário do rei ia logo á frente para servir de porta-voz dos Armstrong.

- Erik.

Pareceu a Tayler que Erick o estava evitando.

- Erik!! _ Chamou mais alto.

Ele parou para que Tayler se aproximasse mas mesmo ainda estando longe, Tayler percebeu sua má vontade.

- O que quer?!

"Ele está bravo comigo?"

- Sugiro que hoje descansemos aqui. Deixemos para entrar nos domínios dos MacLaren quando estivermos descansados.

Erik olhou pacífico para Tayler.

- Aceito sua sugestão. Cuide de tudo por mim, por favor. Quero ficar sozinho um pouco. Mais tarde me juntarei a vocês.

Se afastou, deixando Tayler para trás com uma expressão confusa.

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