primeiro dia

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Narrador
Todos os amores proibidos começam de forma errada, mas só terminam quando alguém morre.

-Tudo o que eu tenho a dizer é "PORRA!" - Eros estava andando de um lado para o outro, ele viu tudo de camarote, não acreditava no que tinha acabado de acontecer, aquilo nunca tinha acontecido em seus muitos anos nesse trabalho.

-Eu ouvi a voz da minha mãe e quando eu vi... - Lauren perdeu a voz, não conseguia tirar os olhos da flecha dourada no seu peito.

-Lauren... -Seu pai parou de andar e a encarou realmente sério. - você nem fala com a sua mãe, inferno! - disse indignado.

Isso era verdade, Lauren nunca teve contado com a sua mãe desde que nasceu, ela não se importava, sabia quem era, sabia como era a voz, mas nunca teve uma conversa, a sua mãe parecia conversar com todo mundo a sua volta menos com sua filha. Tudo aquilo deixava a cupido mais confusa.

-Eu não entendo... - A confusão era tamanha que ela se sentiu sem ar. Por que caralhos ela atirou a flecha de volta? - Ela atirou a flecha de volta, propositalmente! - isso realmente estava acontecendo?

-Você fudeu a vida dela e ela fez o mesmo com a sua. - Eros parecia bem pleno nessa questão, chocado, mas pleno. - você tá muito ferrada. - riu em desespero.

-Onde ela tá?

-Foi banida. - disse simplemente e os olhos de Lauren arregalaram, um medo estranho tomou conta de si. - Eu consegui que ela não fosse morta, mas ela não poderia ser mais um cupido.

Anjos banidos para o mundo dos humanos costumavam sofrer muito, eles não tinham casa, documentos, era como se não existissem, eram considerados loucos por dizerem serem anjos e tudo só piorava.

-O que você fez? - mil perguntas rasgavam a sua garganta em pura ansiedade.

-Com a ajuda de alguns amigos eu consegui que ela fosse para o mundo dos humanos. - suspirou. Tinha acabado de perder um dos seus melhores anjos. - apagamos a memória dela, colocamos novas, demos casa, documentos, fortuna. Ela não sabe que é um cupido, bom, a alma dela sabe, mas a consciência em si não.

-... Deu uma família para ela? - perguntou como alguém que não queria nada.

-em memória sim, mas ela acha que eles morreram em um acidente de carro quando ela tinha 17 anos. Sobre amigos, ela não tem e nunca teve, em memória ela foi criada por uma amiga da família que morreu assim que ela fez 18 anos.

-Você matou todo mundo!?

-Você por acaso tem pessoas de verdade para me emprestar para ser a família biológica dela, Lauren?- ele perguntou com uma sombrancelha erguida. - Eu fiz o possível. Ela acha que terminou a escola sem amigos e família, é uma mulher reservada, vai começar a faculdade agora. Uma vida perfeita.

Eros queria dar a melhor vida possível para um dos seus melhores anjos mesmo que esse anjo tenha ferrado a vida da sua filha.

-Uma vida solitária. - Lauren olhou brava para o Deus e o mesmo ficou com cara de cu.

-Melhor uma vida do que nada. - disse sério.

Lauren apenas suspirou. A sua preocupação era estranha, será que era coisa da flecha?

-quanto tempo eu dormi? - mudou de assunto.

-46 horas. - Eros sorriu como se não fosse nada.

-E você não tirou a flecha do meu peito, por quê?

-Eu não, não sei oque acontece. - franziu o cenho. - vai que você morre ai, nunca mais eu vou fazer uma filha tão bonita como você.

-Eu tiro então. - Lauren sem hesitar pegou a flecha e puxou com tudo. A ferida não sangrou, oque foi estranho.

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