CAPÍTULO 3

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ASTRAIA NÃO VEIO

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ASTRAIA NÃO VEIO

atrás de mim, o que foi uma sorte. Se visse seu

rosto de novo, teria ficado aniquilada. Em vez disso, descia escadaria como se estivesse flutuando, em total estado de torpor. Sabia que logo iria cair em mim e perceber o que tinha feito, que o

amargor do meu auto desprezo iria comer minhas entranhas e me queimar até os ossos. Mas, agora, estava envolta num manto de macieze, quando chegueiaos pés da escadaria, pisei no chão

e fiz uma reverência sem ao menostremer.

- Bom dia, papai. - Ao meu lado, ouvia respiração profunda detia Telomachee percebi que

tinha me desviado do cerimonial. Fiz a reverência de novo. - Papai, eu agradeço por toda sua

gentileza e lhe imploro que permita que eu deixe sua casa.

Como se o Lorde Park seimportassecom propriedade.

Papai me estendeu o braço.

- Eu lhe concedo a permissão com o coração felize a mão aberta, minha filha.

Certamente a parte relativa à felicidade era verdadeira. Ele estava vingando a esposa morta, salvando a filha favoritae mantendo acunhadacomo concubina - e o único preço aser pago era a

filha que ele nunca quisera.

- Onde está sua irmã? - tia Telomache sibilou ao me cobrir com o véu. A gaze vermelha me


cobriu até os joelhos.

- Ela estava chorando - eu disse com voz calma. Era mais fácil enfrentar o mundo por detrás da névoa do tecido. - Mas você pode trazê-la arrastada paracáe arruinaracerimônia, se preferir.

- Não é correto ela perder seu casamento - murmurou tia Telomache, ajeitando o véu.

- Deixe-a em paz, Telomache - disse papai com voz calma. - Ela já teve sua cota de


sofrimento.

O ódio gelado voltou a me enlaçar, mas tentei engoli-lo e descansei meus dedos no braço do


papai. Saímos de casa juntos num passo lento e imponente, tia Telomache atrás de nós.

A luz do sol brilhava através do meu véu. Vi seu borrão dourado por sobre o horizonte e


agora o céu todo estava quente e brilhante.

A música envolveu-me, junto com o barulho forte de

vozes. O povo da vila estava se divertindo; ouvi gritos de viva e risadas, vislumbrei flâmulas

vermelhas e crianças dançando. Todos sabiam que eu estava me casando como o Lorde Park

como pagamento por um acordo que papai fizerae, embora não soubessem do plano dele, tinham

conhecimento de que meu casamento com aquele monstro devia significara morte ou algo muito

Lord ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora