Isso é tão Solange! [NA AMAZON]

Cap. 18 - Reflexo

Para entender bem o conceito do capítulo, pode ler escutando a música acima (com fones é bem melhor), ou simplesmente ver a tradução completa depois!

Tema musical para o capítulo:
Justin Timberlake - Mirrors

"Se você um dia se sentir sozinha e a luz intensa tornar difícil de me encontrar, saiba apenas que eu estou sempre paralelamente do outro lado.
Porque com a sua mão na minha mão, e nossas almas entregues... posso dizer que não há lugar aonde não podemos ir!
Porque eu não quero perder você agora. Estou olhando diretamente para minha outra metade. O vazio que se instalou em meu coração... É um espaço que agora você guarda.
Mostre-me como lutar pelo momento de agora. E eu vou lhe dizer, amor, isso foi fácil: voltar para você uma vez que entendi... Que você estava aqui o tempo todo."
Isso é tão Solange!

É muito fácil achar a resposta para nossas burrices quando somos jovens.
Basta culpar os hormônios.

Mas e se eu souber o que quero para mim? Para sempre? Por ser jovem, talvez esteja sendo precipitada? Por ser jovem posso estar não sabendo o que quero? Serei idiota por imaginar um futuro ao lado de alguém instável, depressivo e extremamente protetor?

Então que venham os moralistas... Porque é exatamente isso que fiz.

Mais uma vez, tivemos que usar um ônibus por causa da hora. Jake diz que é mais seguro e mais fácil de chegar rápido até o sul. Onde já não havia casas ou crianças correndo.

E quando lá chegássemos, não poderíamos parar de pedalar. Não importa o que acontecer. Porquê? "Porque já não haverá casas. E se não houver casas, não haverá motéis ou hotéis. E se não houver hotel, não haverá descanso." Foi assim que Jake me respondeu. Só soube assentir e olhar para a janela. Estávamos perto de sair definitivamente desta cidade, não achei que seria capaz. Não achei que fosse com Jake.

Estávamos perto de Arkansas, Pine Bluff. A cidade era reduzida em população obviamente, comparado a Nova Iorque e Texas, contando com um pouco mais de cem mil habitantes. Ali, o céu noturno não possuía estrelas e dificilmente vemos elas. Já que a vista é atrapalhada por um espetáculo de nuvens que ameaçam molhar a cidade, mas que nunca fariam tal coisa. Pois a cidade estava sem chuva a um mês. Podíamos pegar um ônibus a um preço bom até perto de Texarkana. E daí, era mais fácil de chegar na fazenda. Dallas. Claro que era apenas uma suposição. Eu conhecia bem os caminhos até Texas, os tracei em caso de querer voltar nem que fosse sozinha.

"Vamos à Arkansas?" Perguntei a Jake. Ele negou com a cabeça.

"Você parece cansada." Ele disse pegando suas coisas e as minhas para sairmos do trem. "Vamos parar para descansar antes de passarmos Kentucky." Eu segurei em seu pulso gentilmente.

"Não, Jake, vamos continuar." Disse. "Não podemos perder tanto dinheiro assim. Vamos precisar dele." Disse e ele assentiu, voltando a se sentar.

"Tem fome?" Ele perguntou. Eu neguei. "Toma." Ele estendeu uma pequena embalagem. Eu olhei sem entender. "Eu reparei o quanto você ama morangos. Por isso... Comprei para você. Era como um pedido de desculpas... Mas achei que você acharia superficial. Por isso arranquei algumas flores do vaso daquela lanchonete." Ele disse e eu sorri. "Se você não qui-"

"Eu amei Jake." Interrompi-o. Jake se preocupava demasiado com tudo. "Obrigada." Agradeço, esquecendo que ele não gostava que o agradecesse, mas ele apenas assente. Eu beijo a sua bochecha corada natural e ele sorri fraco.