Cap. 22 - Eclipse: Quando a lua e o sol se encontram

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Músicas para o capítulo:

1ª: Patrick Watson - Je te laisserai des mots

2ª: Arctic Monkeys - I wanna be yours













"O Universo é infinito. E a cada pequeno pedaço, nos encontramos.
Em Sol e Lua.
Em frio e quente.
Em verão e inverno.
Em gelo e fogo.
Em água e pedra.
Em açúcar e café.
Juntarmos nossas metades nunca passou de um pecado. E eu estava amando saber disso."
- Solange C., em Isso é tão Solange!















  Quantas vezes você se visualizou no futuro?
Eu sempre me visualizei como a primeira mulher negra presidente, ou uma grande artista.

Ou eu governaria alguma coisa, ou eu criaria coisas.

  Me perguntar o que queria ser em pequena, era comum. Mas obter uma resposta... nem tanto. Mas de uma coisa estou certa: ver as cores, saber dimensões, saber significados, saber porquês dentro de símbolos inventados por mim... Dentro do pequeno mundo da arte - em poesia ou pintura - sempre foi o que desejei.

Sempre quis trabalhar com artes, não há nada melhor e nada que me diga que não. Porém, provar a todos que negros também respiram, negros também sentem, negros também sabem amar e ser razoáveis... era de facto importante para mim.

Mostrar amor sempre foi importante para mim. E aquele dia... não era diferente.

  Jake havia me dado o objeto afiado, que ele havia me dado no motel. Ele insistiu que eu precisaria daquilo. E insistia em dizer que não estávamos totalmente seguros naquela fazenda.

Eu me sentia segura perto dele, não me importava em seguir Jake para onde quer que ele fosse. Ele era meu agora, e eu estava amando saber disso. E por isso, fiz questão de mostrá-lo.

Naquele dia.

Estávamos sentados em uma colina perto da casa. Haviam apenas o céu azul e o pôr-do-sol, fazíamos companhia um ao outro porque sentíamos que apenas nós habitávamos o mundo.

Eu fechei os olhos e por um breve momento pude sentir o abraço da minha mãe. Eu pude sentir o seu cheiro e escutar o seu sorriso. Eu pude sentir a paz que o campo me dava.

Eu senti a sua presença porque senti que estava em casa. Porque ele me fazia estar em casa.

"Olha." Abro os olhos para um cravo, sendo segurado pelas mãos brancas de Jake. Sorrio pegando a flor de sua mão. "Eu demorei porque não estava encontrando uma bonita o suficiente. Mas esta estava caída no chão, eu pensei que apenas você a podia dar vida." Ele diz sentando-se ao meu lado. Eu o olho.

"Que garoto perfeito você é." Digo e ele olha com uma careta. "É na sua imperfeição que eu encontro perfeição, Jake. Estou apenas sendo sincera. Você é perfeito aos meus olhos. Não precisa concordar comigo." Ele desvia o olhar, sorrindo, e volta a olhar para mim para beijar a minha bochecha.

"Pois você é perfeita para mim, Sol." Eu sorrio. Ficamos em silêncio pelos próximos cinco minutos. Nos deitamos sob a grama, mais tarde. E eu estava adormecendo no abraço de Jake.

Eu não poderia pedir por um final mais perfeito.

"Jake..." Começo.

"Sol?" Ele responde.

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