Lamentações

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Os dois não falaram nada durante a caminhada de volta, até mesmo as crianças pareciam perceber que o clima estava tenso. Draco mandou os pequenos pra cama mais cedo, Potter não estava em condições de ajudar. Harry simplesmente se deitou no sofá, olhando para o teto sem pensar em nada.

"Harry, você vem dormir?" Draco perguntou num quase sussurro.

"Eu já vou..." ele estava distante.

Draco foi para o quarto e desligou a luz, mas não dormiu até Harry aparecer. Ele não apareceu.

Quando a noite entrou pelas duas horas, Draco foi ver se Harry estava na sala.

Harry estava sentado no balcão da cozinha, junto a várias garrafas de cerveija amanteigada, chorando. Draco se aproximou, se incomodando um pouco pelo cheiro forte. Começou a acariciar os cabelos, sem falar nada. Não queria fazer pressão pra ele falar.

"Ele sempre tira tudo de mim, Draco!" Harry disse, passando a mão pelo próprio rosto e tormando mais um gole de cerveija amanteigada "Meus pais, Sirius...eu não aguento mais isso! Eles...eles não merecem..." Ele ae calou quando Draco passou os braços por seus ombros. Como estava sentado, sua cabeça repousou no peito de Draco.

Harry passou os próprios braços pelo corpo de Draco, se deixando consolar pelo carinho em sua cabeça.

"Não fale como se ele fosse conseguir, Harry. Eles não vão deixar a proteção desse castelo até tudo isso acabar." Draco lhe garantiu, firme e carinhoso ao mesmo tempo.

"Mas quando vai acabar, Draco? Ou melhor, como vai acabar? Eles são só crianças...não deveriam ter que se preucupar com um...lunático!"

Harry se deixou chorar como uma criança. Nunca tinha chorado tanto, principalmente com outra pessoa por perto.

"Harry, eles vão ficar bem. Todos nós vamos ficar bem. Eu sei que você não quer que eles passem pelo mesmo que você. Eu sei que você tá cansado disso tudo, e tá tudo bem. Você não precisa ser o 'grande e nobre herói' o tempo todo. Você ê humano, não precisa segurar esse peso todo sozinho, ok?"

"Eu não sei o que fazer, Draco..." Harry disse, desesperado

"E desde quando você faz planos, Harry? Deixe isso comigo e com o Diretor. Não deveria ficar invertendo a ordem natural das coisas, sabe? A serpente planeja o bote e o leão simplesmente ataca."

Harry riu um pouco, mas então se lembrou de algo.

"Sabe, Draco. A gente meio que tá acontecendo o mesmo que aconteceu com meus pais."

"Espero que você entenda o quando isso foi estranho."

"Não, sério. Eu fico imaginando como eles se sentiram quando souberam de mim. Digo, eles estavam sendo perseguidos e o mundo bruxo estava em guerra."

Harry apertou um pouco mais os braços ao redor da cintura de Draco.

"Essa sensação é uma merda." Harry disse, Draco riu tristemente.

"Vem, vamos pra cama." Draco disse, praticamente carregando Harry, bêbado e sem camisa, até o quarto.

Quando Draco jogou Harry na cama, se sentiu sendo puxado para a mesma.

"Harry!" Draco quase gritou.

Draco estava deitado de lado,com Harry atrás de si, o abraçando pela cintura.

"Fica um pouco aqui comigo, não quero ficar sozinho hoje." Harry sussurou no ouvidode Draco, fazendo o mesmo se arrepiar .

"Você sempre fica carente quando bebe?" eles riram

"Draco?"

"Fala, Harry."

"Eu o odeio. Acho que nunca disse isso em voz alta, mas odeio Voldemort." Harry disse, totalmente sério.

Draco pensou um pouco.

"Você pode odia-lo. Acho que isso é um direito irrefutável seu. Mas, se você ama uma pessoa, ela sempre eatá em seu coração; se você a odeia, ela sempre vai estar na sua cabeça. Em geral, Soncerinos não se importam com ódio, podem até gostar disso, mas não conseguem lidar com indiferença. Confie em mim, eu sei."

Harry ficou quieto um pouco.

"Isso de amor e ódio é uma indireta, Malfoy?"

"Que eu me lembre, foi você quem pediu pra dormir de conchinha, Potter" Draco exibiu seu sorriso de escárnio.

Passaram alguns minutos quietos.

"Draco?"

"Que é, Harry?" Draco disse em um tom irritado.

"Desde quando você é tão lufano?"

Draco respondeu isso com um chute na canela. Harry fez uma expressão de dor, mas riu depois.

Mais silêncio. O soncerino estava quase dormindo quando ouviu...

"Draco?"

O loiro suspirou audivelmente"Que é, seu bêbado?"

"Podemos dormir assim mais vezes?"  Harry sussurrou no ouvido de Draco.

"Desde que você pare de me incomodar, tanto faz."

Harry suspirou pesadamente na nuca de Draco e passou seu braço esquerdo por baixo do pescoço do loiro. Apertou um pouco mais a cintura do soncerino, colando seus corpos. Deu um beijo entre o pescoço e o ombro do soncerino, pra depois morder de leve e arrancar um suspiro do loiro. Aspirou a pele clara, lírios e torta de maçã.

Merlin, estava muito bêbado.

"Que bom." sussurou novamente.

Oie
Desculpa a demora em atualizar, estava viajando.
O cap tá curto, mas o próximo tá bem grandinho.
Posto mais no sábado.
Obrigada por lerem.







Maldita poção!Onde histórias criam vida. Descubra agora