Maldita poção!

Uma Granger-Parkinson, quem teve essa idéia?

Uma ala com dez crianças e cinco "responsáveis" que, diga-se de passagem, não se davam muito bem. Parkinson, Zabini e Nott não trocavam mais de três ou quatro palavras diárias com Granger e Weasley, e vice-versa. As crianças notavam, mas não ligavam muito.

Algum dele sabia o que fazer? Não.

(...)

Hermione não gostava de Pansy. Pansy não gostava de Hermione. E ambas estavam numa mesa de chá observando sua filha ao piano.

Emilly Artémis Pandora Granger-Parkinson tinha uma linda voz, acompanhada de uma aparência hipnotizantemente adorável e uma aura de docilidade que, definitivamente, não se devia a sua genética.

Emilly tinha a pele em um branco saudável. Seu cabelo era curto e liso, num tom de caramelo vários tons mais claros que seus olhos. Os fios eram curtos acima da nuca e iam se alongando até um pouco abaixo de seu queixo. As duas mechas mais longas estavam pintadas de azul bebê.

Usava uma blusa branca e sua saia azul brilhante que imitava constelações, seu casaco esportivo cor-de-rosa e um adesivo de coração holográfico no canto abaixo do olho direito.

"Vamos conversar na frente dela?" Hermione perguntou.

"O piano tem um feitiço de concentração. Ela só pararia quando acabasse de treinar ou em uma situação de risco." Pansy respondeu, bebendo de sua xícara.

Hermione se indignou.

"Você não pode enfeitiçar uma criança, Parkinson!"

Pansy revirou os olhos.

"Não seja dramática, Granger. O feitiço é mais um incentivo que uma ordem. Só funciona se ela for treinar por si mesma, não é nada demais."

Hermione observou o quarto.

O chão era branco e peludo, as paredes eram em lilás. Havia duas camas de solteiro com dossel paralelos á porta, uma em rosa bebê (de Emilly) e outra em azul claro (de Elizabeth), ambas com alguns compartimentos secretos que Emilly usava pra esconder doces.

Havia estantes enormes, cheias de livros e brinquedos. Um grande castelinho com escorrega, que servia de guarda-roupa. E a mesa de chá na janela. Era como um mini cômodo aberto, com os móveis flutuantes acima do chão do quarto. A mesa era redonda e média, com quatro cadeiras, jogo de chá completo e comida que aparecia "do nada".

"De onde veio tudo isso?" Hermione estreitou os olhos.

"Pedi pro meu elfo domestico pessoal arrumar tudo e subornei uns da cozinha pra manter a mesa abastecida."

"Você vai deixar ela mimada!"

"São só presentinhos, Granger. Ninguém vai morrer por causa disso. Além do mais, ela é uma boa menina."

Hermione revirou os olhos.

"Não revire os olhos pra mim, Granger. Pelo menos eu me importo com a nossa filha."

Hermione se ofendeu.

"O que, exatamente, você quer dizer com isso, Parkinson?"

"Quero dizer, Granger, que você deveria ter pensado bem no seu comprometimento com isso antes de assumir a responsabilidade. Eu sei que ela não é filha sua com seu namorado, o que a torna uma bastarda, mas ela é só uma garotinha e precisa de atenção. Não sei se você sabe, mas Emilly é muito sensível. Sabe quantas vezes ela fica me perguntando quando você vai ter tempo de brincar com ela? Ela sente falta da mãe, Granger."

"Eu preciso estudar, Parkinson. Nem todos tem uma fortuna esperando assim que sair do colégio!" Hermione disse, na defensiva.

"Sendo assim, não vai se importar que ela venha morar comigo ano que vem... "