capítulo 16

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23 de abril de 1945.
França, Paris.(espero)

Acho que estou a caminho de algo, desde que me perdi sigo uma constante fonte de fumaça, mas ela parece se mover como eu, para longe, mas não posso desistir, ela é minha única fonte de esperança.

Passei esses últimos dias caminhando apenas, meus pés antes descalços, agora são cobridos por sapatos de sangue. Tomei um pouco de água de um rio que tinha apenas uma fina camada de gelo e não consegui comer nada. Minha barriga dói ao extremo, mas sei que vou sobreviver um tempo longo ainda, algo como três quinzenas.

Agora estou me protegendo de uma nevasca dentro de uma árvore oca, mas não sei se ela irá sobreviver, está balançando de um jeito estranho, como se estivesse prestes a tombar.

Sinto medo constantemente é não consegui dormir um minuto sequer, sinto como se alguém me vigiasse.

Não conte para ninguém, journal, mas acho que ele quer que eu morra e Ela assuma meu lugar, mas não posso deixar, sinto que irei desaparecer se isso acontecer.

Oh, journal, pela primeira vez, sei que nem a minha própria morte poderia me salvar.

MorraOnde histórias criam vida. Descubra agora