Finale

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Não queria que tivesse acabado assim a relação entre mim e o Enzo. Porém parece que ele não me deu escolha e nem deixou que eu me explicasse, eu já previra que talvez isso acontecesse. O Júlio pegou um pano e colocou no corte. Pouco tempo depois ouvi lá de baixo "Você sabia o tempo todo e nunca me contou?", sim eu contei ao Benjamin para me ajudar no caso Enzo Sousa; como podem saber tudo ficou fora de controle, momentos depois vi o Ben entrando no meu apartamento.

-Como conseguiu deixar ele assim? – Ben estava tão incrédulo quanto eu, porém ele não levantava a voz diferente do Enzo que saiu gritando com todo mundo.

-Acho que me entreguei quando cantei Bon Jovi no restaurante – falei depois de pensar com um terço restante do meu cérebro que estava em condições de raciocinar.

-Orra! – ele dissera – E eu achando que o Enzo estava tão na sua porque ele estava ouvindo umas bandas que você ouve.

-Parece que nos enganamos – pausa – no final.

-Podes crer, Júlio – Ben me ajudou com o corte – Não vai se apaixonar por mim só por causa que eu estou te ajudando não neh? – ele soltou essa piadinha e eu caí na risada.

-Pode deixar que vou roubar sua namorada – disparei e ele suou frio.

-Como é?

-Só um pouquinho – fiz cara de pidão.

-Nem vem! – ele me deu um cascudo.

-Ai! – pausa – Seu grosso, você vai mesmo me trocar por aquele projeto de Alice no país das maravilhas? – fingi estar com raiva dela.

-Claro que vou – falando nela, o Moto G2 dele tocou e o nome de baixinha <3 apareceu no display – Preciso ir, minha baixinha me chama – depois de encerrada a ligação.

-Vocês homens são todos iguais.... – ainda com a falsa pose de raiva.

Ele imitou o emoji de choro e depois me lançou o dedo do meio. "Muito adulto você, Benjamin, sem falar que você é mais baixo que sua namorada", não me controlei e ele corria pra tentar acertar um murro no meu braço atingido pelo vidro, mas fui mais rápido; fiz ele tropeçar na porta, cair no corredor e fechei a porta do apartamento.

-Eu ainda te pego, Júlio! – ele batia na porta.

-Ui. Vem me pegar, bonitão! – provoquei, ele deu um chute leve na porta – Ai que bruto – caí na gargalhada e ouvi o riso dele também – Obrigado, Ben.

Minutos depois chegou o sindico do prédio, seu Ramón, me dando sermão por eu ser um péssimo vizinho, os do lado ligaram para ele reclamando do barulho e ainda teve um desmiolado estressado soltando gritos lá na portaria. Eu ria por dentro {mostrando a passagem VIP pra ir pro inferno}.

-Aqui estava melhor que a Casa dos Gritos, seu Madruga – pausa curta – Digo... Seu Ramón – ele entendeu a referência porque já mostrei a ele o que era aquela casa Seu Ramón era a cara do Seu Madruga sem tirar nem uma grama, a única diferença é que ele era rico, estribado, montado no dinheiro. Mas usava roupas simples como uma blusa social azul, calça jeans preta e sapatos desgastados também pretos.

-Não quero ver mais nenhuma gracinha sua, senhor Júlio – o outro fez uma cara de desgosto pra mim, como se eu tivesse cagado no elevador ou algo assim.

-Sim, senhor! – respondi batendo continência, seu Ramón saiu e me deixou sozinho com meus pensamentos.

Liguei o spotify numa música aleatória da minha playlist de Rock e eu tão bem conhecia aquela letra....

Do your demons, do they ever let you go?

When you've tried do they hide deep inside

Is it someone that you know?

Blaze of GloryOnde histórias criam vida. Descubra agora