Capítulo 2 - Brahma

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Seokjin olhou para Jimin e não precisaram de palavras para concordarem que iriam levar Taehyung até em casa, assim que ele pudesse levantar sem passar mal novamente.

O menino sentado no chão já havia terminado o copo d'água que lhe fora dado, agora, tentava regular sua respiração e enjoo. Não conseguia fazer com que suas lágrimas parassem de cair e torcia para que todos estivessem bêbados o suficiente para não lembrarem daquele fiasco no dia seguinte. Ele apenas beijara alguém e se encontrava naquele estado. Era patético, pelo menos eram palavras desse cunho que passavam pelo pensamento do universitário.

— Tae, consegue levantar? – Jin perguntou, se agachando na frente do garoto e oferecendo-o sua mão como suporte. – Eu e o Jimin vamos para casa agora, vem com a gente.

O mais novo acenou com a cabeça e segurou-se no amigo para conseguir se pôr de pé, sua cabeça doía e o nariz escorria por ter vomitado, as lágrimas cessando de escorrer pelas suas bochechas. Com passos lentos os três adolescentes foram até a parada de ônibus que ficava à algumas quadras da praça onde a festa acontecia.

— É pra sair um ônibus agorinha. – Jimin avisou. Logo o veículo parava na frente do grupo de alunos que esperavam juntos.

Por sorte conseguiram sentar. Taehyung apoiava sua cabeça contra a janela, vendo o cenário passar pelos seus olhos.

Sentiu uma mão menor que a sua brincando com seus dedos, se virou e viu Jimin observando-o com uma expressão de preocupação e conforto. Tentou sorrir um pouco, para acalmar o menino, mas este não acreditou.

Assim que Tae voltou a encostar sua cabeça contra o vidro, Jimin cuidadosamente entrelaçou seus dedos com o do mais jovem. Encostou sua cabeça no ombro do outro, sempre atento caso ele demonstrasse algum desconforto, o que não foi o caso.

Taehyung segurava seu choro ao sentir o calor confortante do corpo de Jimin, gostava – e naquele momento precisava – desse tipo de afeto, em que era apenas carinhos sem nenhuma segunda intenção presente. Não entendia o porquê de não gostar de beijos. Achava o contato humano tão gostoso, andar de mãos dadas, abraçar apertado, fazer cafuné, deitar juntos... Ele não deveria sentir o mesmo com beijos? Droga. Ele só queria se sentir normal.

Seokjin acordou os dois de seus pensamentos para que descessem do ônibus. Andaram em silêncio até o prédio que compartilhavam e, quando na frente de suas respectivas portas, o casal perguntou se Taehyung realmente estava bem para ficar sozinho em casa. Este afirmou dizendo que não estava tão bêbado assim, mesmo que não fosse sobre isso que eles estavam preocupados.

Ao entrar no apartamento e estar sozinho, sentiu todo peso do mundo em seus ombros. Correu até sua cama e enfiou seu rosto para gritar de agonia e dor emocional, não se importando que provavelmente sujaria a fronha com suas lágrimas, tinta e sujeira do trote, só queria que aquele sentimento que o sufocava saísse. Daquela forma o universitário caiu no sono, ainda com as roupas manchadas e o coração quebrado.

Quando acordou, sentia seus olhos e garganta arderem, seu hálito podre e seu corpo dolorido. Grunhiu contra o travesseiro e decidiu que não iria para o campus de manhã naquela condição. Tomou banho demorado, desculpando a natureza no processo, por estar desperdiçando água. Escovou os dentes, tomou remédio para dor de cabeça e colocou uma lasanha congelada no microondas.

Ao terminar de comer, se jogou no sofá, olhando para o teto sem saber o que faria. Não queria pensar no dia anterior, mesmo que isso fosse a única coisa aparecendo na sua mente, até que ouviu batidas na porta.

— 'Tá vivo? – A voz abafada de Jimin indagou.

— Acho que sim. – Respondeu, se levantando para receber o menino.

EU PREFIRO BOLO ↣ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora