Capítulo 1

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Estava na minha querida aula de medicina legal, eu não estava entendendo nada, mas o que eu realmente entendi nesses 4 anos de faculdade de Direito? Fora que minha professora era absolutamente linda, Julie Jones, no auge dos seus 30 anos, cabelos longos castanhos, um corpo esguio e bonito, sua boca era carnuda na medida certa, seus olhos verdes pareciam atravessar minha alma.

Ah, me desculpe, não me apresentei, sou Hannah Smith, tenho 23 anos e estudo Direito, moro sozinha em Boston, já que me mudei por causa da faculdade. Como podem ver, a minha atenção está em qualquer lugar, menos na matéria que está sendo passada... Principalmente na minha professora.

Ela começou a me dar aula ano passado, desde então não consigo prestar atenção em mais nada, a não ser na sua linda voz e me imaginar beijando aqueles lindos lábios. Ah, sou lésbica assumida desde meus 16 anos, não que meus pais tenham aceitado tão bem assim, mas logo eu me mudei, então não fiquei tanto tempo tendo que encarar meu pai me olhando com cara feia sempre que eu aparecia com alguma namorada em casa, não que eu já tivesse aparecido com várias, realmente não aconteceu. Eu nunca tive a certeza de que Julie fosse lésbica, eu só sentia, mas também poderia quebrar a cara.

Quando ouvi o sino do fim da aula tocar, eu me despertei dos meus pensamentos – impuros, devo dizer – e guardei meu material. Julie falou sobre uma atividade que era para ser entregue em duas semanas e eu gelei, eu tinha ficado tão dispersa que nem ouvi sobre atividade. Precisava falar com ela... Vai lá Hannah, você consegue, é só sua professora que você tem um abismo, mas vai dar tudo certo.

Respirei fundo e fui até a sua mesa, ela estava guardando seu notebook, até que sentiu minha presença, levantou a cabeça e sorriu em minha direção.

- O que posso ajudar, Hannah? - ela sabia meu nome? Nisso senti minha garganta secar

- Então... - pigarreei – eu estava meio desligada e não ouvi sobre a atividade, você poderia me explicar? - sorri sem jeito.

- Claro, sem problemas. Seguinte, eu estou atrasada para uma outra aula, mas pode ir na minha sala, é no prédio ao lado – ela me deu um cartão que tinha seu telefone e o número da sua sala – a partir das 17h eu já estou lá, posso te explicar melhor sobre o trabalho e tirar alguma dúvida.

Eu só assenti, tinha nem forças para respondê-la, ela sorriu e saiu da sala, me deixando lá meio atônita. Guardei o cartão e peguei minhas coisas, fui para o meu armário, peguei o resto dos meus livros e fui para meu apartamento. Eu juntaria algumas coisas que eu tinha dúvida da matéria – tudo bem que era basicamente tudo, mas eu tinha que fazer a inteligente – e encontraria Julie mais tarde.

[...]

Já era 16h e eu estava andando de um lado pro outro no meu pequeno apartamento, eu estava nervosa e nem sabia o porque, não era como se eu estivesse indo para um encontro, ela só era minha professora e eu já tinha colocado na minha cabeça que nada aconteceria entre a gente, professor e aluno era estritamente proibido em qualquer lugar, ainda mais em uma universidade renomada em Boston, eu nem me perdoaria se ela perdesse o emprego ou eu perder minha bolsa.

E porque to pensando nisso, afinal? Ela pode ser hetero, casada, com filhos e eu aqui sonhando com um encontro.

Passado uns minutos, já faltava 20 minutos para as 17h e eu sai de casa, o prédio era perto, então daria para eu ir andando. Cheguei na porta do prédio 16h55, entrei na recepção e eles anunciaram minha chegada, logo fui liberada e subi.

Ao chegar na sala, a porta já estava aberta, eu bati na porta e ela gritou um "entra", entrei e ela estava sentada escrevendo algo no notebook, assim que fechei a porta, ela me olhou. Abriu um sorriso que fez minhas pernas vacilarem, Julie conseguia estar cada vez mais linda durante o dia, seu longo cabelo estava preso em um coque e um óculos de grau pendiam em seu rosto, nem sabia que ela usava óculos.

- Sente-se, por favor – ela apontou para a cadeira e tirou seus óculos, provavelmente não usava sempre.

Eu me sentei e coloquei minha mochila no chão, peguei meu caderno e uma caneta.

- Eu imprimi pra você o roteiro do trabalho que passei, assim fica mais fácil você se localizar – ela pegou uma folha e me entregou, eu li rapidamente, algumas coisas até achei fácil, mas chegou em uma questão que eu franzi o cenho – Ok, o que não entendeu? – mordeu os lábios e eu quase arfei, só queria a honra de morder os lábios dela.

- Ah, essa questão aqui – apontei e ela assentiu

- Essa foi a matéria que eu dei na aula de hoje – sorriu – acho que você não prestou muita atenção. Mas eu posso te mandar os slides, ele está bem explicado. Se for pra eu explicar agora, vou te prender muito tempo aqui.

- Tudo bem, aceito o slide – volto a ler o trabalho – parece ser fácil, só mesmo essa da matéria nova. A entrega é nas normas da universidade?

- Ou pode me mandar por e-mail, não sou de aceitar muitos trabalhos impressos, gastando folha sem muita necessidade – ela deu de ombros e eu sorri, admirada. Essa mulher poderia ser mais perfeita?

- Tudo bem, eu mando por e-mail. Bom Julie, não vou mais tomar seu tempo – guardei as coisas na minha mochila – obrigada pelas dúvidas tiradas.

- Que isso! Estou aqui pra isso mesmo – ela guardou suas coisas também – se tiver alguma dúvida, no meu cartão tem meu número, pode mandar mensagem que eu te ajudo. Eu já estou indo embora, você aceita uma carona?

Eu vacilei mais uma vez, eu morava perto e realmente não precisava, ainda mais a ideia de estar em um carro com Julie me deixava nervosa.

- Eu moro perto daqui, não precisa – eu me levantei

- Imagina, eu insisto, vamos – acompanhei-a para fora da sala e então fomos para a garagem.

Já na rua, falei meu endereço e ela assentiu, mostrando que já conhecia.

Nós trocamos poucas palavras no caminho, sua risada era deliciosa de ouvir e ela tinha um ótimo gosto musical. E então ela parou em frente meu prédio

- Boa noite, Hannah. Qualquer coisa só me chamar – ela sorriu e se virou pra mim

- Obrigada Julie, boa noite – na hora que eu ia sair do carro, ela puxou meu braço e beijou minha bochecha, corei violentamente e nem soube como reagir.

Oh! TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora