Fazia algumas semanas que eu e Julie estávamos juntas, juntas no sentido de se ver quase todos os dias e dormir juntas também. Mas não tinha um pedido de namoro, alguma aliança ou alguma aparição pública, claro que eu ainda estava com medo do que os outros poderiam pensar da gente e o que poderiam fazer com ela e comigo.
Eu queria um pedido de namoro, claro que não precisava ser uma coisa grandiosa, mas eu queria algo.
"Babe, você poderia ir até a universidade? Eu esqueci algumas pastas lá e não consigo passar pra pegar agora, aproveite que meu carro está ai!"
Os pensamentos foram quebrados por uma mensagem de Julie, era 19h, eu poderia ir até a universidade, tinha o pessoal tendo aula a noite mesmo. Respondi que iria e peguei as chaves do carro, chegando na universidade, fui até a sala de Julie, mas não encontrei as pastas e sim uma rosa, com um bilhete.
"Você veio! Ótimo, vá em direção ao vestiário, sim, no outro campus, vai lá, beijos"
Não entendi muita coisa, mas fui, né? Andei uns dez minutos e na porta do vestiário tinha mais uma rosa com um bilhete, mas estava na mão de uma aluna, que era da minha sala. Ela me entregou rapidamente e saiu dali na mesma velocidade. Acho que pra evitar qualquer pergunta minha.
"Nem cansou, tá vendo? Você não deve estar entendendo nada, mas preciso que vá em outro lugar pra mim, dessa vez, na piscina."
Bufei e andei um pouco até a área de natação, tinha algumas bexigas com formato de coração flutuando na água, encontrei lá uma rosa e um bilhete.
"Tá acabando! Vá até o campo, vai ter alguém esperando para te vendar, mas eu te vejo logo"
Revirei os olhos, Julie me deixava cada vez mais nervosa e eu sem entender absolutamente nada.
Fui andando até o campo, logo na porta, tinha um aluno, também da minha sala, com uma venda nas mãos e mais uma rosa, me entregou e depois pediu permissão para colocar a venda, eu respirei fundo e assenti. Senti ele me guiando para dentro do campo, mas pelo que eu havia analisado, não tinha nada por ali.
Viramos para a esquerda, apesar da venda ser escura, eu senti que entramos em um lugar mais iluminado, quando eu ia perguntar algo, a venda foi tirada. E Julie estava ali, com um enorme buquê de rosas, tinha algumas pessoas ali, mas eu só conseguia prestar atenção nela. Ela estava com um vestido preto, que tinha uma leve transparência da cintura pra baixo, com uma fenda que deixava a mostra uma das suas tatuagens nas pernas.
Ela veio em minha direção, entregou as rosas, colocando as que estavam na minha mão em cima, ela me deu um selinho e logo saiu da minha frente, eu ia perguntar o porque, até que entendi as luzes.
Tinha pétalas por todo lado, com algumas velas, as bexigas de coração estavam ali também, quando senti algumas lágrimas escorrendo, Julie voltou a tomar minha frente.
- Esses dias você me soltou até coisa de casamento – ela riu e eu acompanhei – mas eu quero fazer as coisas certas, você me disse que as coisas nunca foram fáceis, afinal, nós somos mulheres que gostam de mulheres, mas com 23 anos, você me disse que está só esperando alguém que não vai se esconder quando ouvir a palavra "compromisso", que segure sua mão com segurança, que te olhe como se fosse a joia mais preciosa bem ali na frente. Eu não sei como vai ser meu casamento, mas eu tenho certeza que estarei casando com a pessoa mais linda do mundo, com o sorriso mais sincero e brilhante. – e mais lágrimas – Eu nem sei se essa decisão foi tomada rápida demais, mas assim que entrei na sala do coordenador do curso de Direito e disse que eu estava apaixonada pela minha aluna, eu soube que tinha que fazer o certo quando ele disse que não interferiria no nosso amor. E eu precisava fazer isso na própria universidade, claro. Hannah Smith – ela secou minhas lágrimas – vou te deixar ver o que tem bem na sua frente, depois é só virar pra mim.
Ela sorriu me passando confiança e eu assenti. Assim que ela saiu, as palavras "NAMORA COMIGO?" se iluminaram em meio as velas e as pétalas, eu coloquei a mão na boca sem saber reagir, as lágrimas continuaram, assim
que me virei, Julie estava ajoelhada, com uma pequena caixinha contendo duas alianças, elas eram finas com um pequeno brilhante.- Aceita? – ela sorriu e eu pulei em seu colo, fazendo que nós duas caíssemos no chão e a caixinha ir para outro lugar.
- SIM, SIM, SIM – eu disse a beijando – não teria possibilidade de outra resposta
- Calma que você me fez perder a aliança – ela derrubou algumas lágrimas também, me tirou de cima e procurou a caixinha, assim que achou, colocou a aliança em meu dedo e eu coloquei no dela.
- Eu te amo, Julie – respirei fundo e a beijei mais uma vez.
- Eu te amo mais, Hannah – ela sorriu – obrigada por ser minha aluna
- Obrigada por ser minha professora.
E lá estava eu, namorando a minha professora, com um pedido de namoro perto do campo da universidade... Que vida!
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4.689 palavras.
Espero que tenham gostado da história de Hannah e Julie, beijos <3
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Oh! Teacher
RomanceHannah tinha uma paixão maluca pela professora dela, Julie A realidade te deu um choque em algum momento e ela fez o que sabe fazer de melhor: fugir. Mas a Julie não desistia fácil assim. #6 em contos (03/06/2020) #3 em contos (19/06/2020)