Imensamente surpresa ao receber a mensagem de Scott, Hope tira os olhos do celular e olha para o nada pensando "e não é que ele reapareceu!". Ela pensava também em tudo que aconteceu para a situação ter chegado àquele ponto, fazendo-a suspirar em sinal de alívio por tudo ter passado. Os trinta dias para Hope foram baseados em um mix de emoções. Ansiedade com assuntos do trabalho, felicidade por ter se reaproximado do pai, saudade de sair com alguém legal como Scott, de preferência com o próprio, orgulho de não o procurar por ter feito o que fez...foram dias caóticos que terminaram numa mensagem de Lang dizendo "sinto sua falta". Assim que recebeu a notificação e leu a mensagem na tela de bloqueio, Hope sentiu as tão clichês borboletas no estômago, o que a fez perceber que também sentia a falta dele. Ela tentava racionalizar fixando nos pensamentos que não foi nada sério e que não fazia sentido todo esse alvoroço dentro dela, mas, como na noite em que dormiram juntos, Van Dyne deixou a razão de lado e o chamou para o lugar onde tudo começou: seu apartamento.
Scott toca o interfone anunciando sua chegada e Hope abre a porta para o moreno. Enquanto ele subia até seu apartamento, Hope se olhava no espelho para analisar sua aparência, passando as mãos nos cabelos afim de ajeitá-los. Ela queria estar bem para esse reencontro.
O homem bate na porta e ela suspira antes de se aproximar para abri-la e, quando o faz, se depara com um Scott um pouco ofegante e com uma caixinha de bombons nas mãos, encarando-a com um olhar doce:
-O-oi Hope!
-Oi Scott! - um silêncio momentâneo toma conta do espaço entre os dois, até que Scott olha para a caixa de bombons:
-Eu...eu achei que seria legal conversar com você comendo seu chocolate favorito. - Lang solta um sorriso leve.
-Você lembrou! - Hope sorri surpresa ao notar que Scott lembrava do que ela havia falado no primeiro encontro, que era apaixonada por chocolate belga.
-É...nunca me esqueceria!
-E-entra! Nossa me desculpe! - de repente Hope percebe que não havia o convidado para entrar e da espaço para o moreno. - Pode sentar! Você aceita uma água ou um suco?
-Não, obrigado! Não precisa me tratar como um estranho, linda. Não é a primeira vez que eu venho aqui. - Scott solta um leve sorriso malicioso, deixando Hope sem graça.
-Ainda é estranho pra mim. - a morena se senta ao lado de Scott - Muita coisa aconteceu depois do dia em que você veio. Também é estranho conversar com você depois de tudo.
-Como você tem passado esses dias?
-Bem ocupada, na verdade. Viajei pra Los Angeles a trabalho para a inauguração da nova sede da editora. Mas e você!? Me conta sobre seu novo emprego com o Sam. - ela pega a caixinha de bombons e pega um enquanto ouve Scott. Eles trocam olhares de forma constante, querendo que a aquela conversa siga outro rumo, mas ambos sabiam que seria muito precoce.
-Na verdade eu ainda continuo na loja de móveis, mas já entreguei um portfólio com alguns desenhos para o chefe do Sam, ele disse que o cara gostou e quer marcar uma entrevista comigo. - Scott também pega um bombom.
-Nossa...isso é incrível! Quando você me mostrou um de seus desenhos naquele táxi eu tive certeza do seu talento. Seus traços são diferentes.
-Seus traços que são diferentes. - Scott olha atentamente para o rosto rosado de Hope e abre mais um sorriso malicioso. Um silêncio se instala e Hope encara o homem de volta, lembrando do dia em que essa atração ocorreu e os levou para o quarto dela. Voltando à realidade, a morena olha a embalagem do bombom em suas mãos em sinal de timidez:
- Para, Scott...não tenta desviar do que a gente realmente precisa falar.
-Não, não vou fugir disso. Queria começar pedindo desculpas por tudo. Você não merecia.
-Entendo que você ficou com medo e com vergonha, mas você não pensou em todas as pessoas que envolveu nessa história? - Hope rebate.
-Sinceramente não. - o homem começa a ficar cabisbaixo com o rumo da conversa - Admito que só pensei em mim quando pus a Ava e os meninos nessa história toda, e isso tudo só pra evitar que eu contasse sobre o meu maior erro. Eu reconheço que fui covarde, mas hoje aprendi a não negar minha história. - os olhos de Lang começamt a lacrimejar e Hope sente a sinceridade de suas palavras.
-Eu te perdoo, Lang! Só me promete que não vai fazer isso mais. Você não precisa roubar dinheiro pra nada! Quando soube do motivo eu entendi pela sua filha, mas depois pensei "poxa, era só ele ter pedido emprestado à alguém!".
-Eu sei, Hope, mas tá aí uma coisa que você não sabia sobre mim: eu coleciono erros, porque sou inconsequente. - ele solta uma risadinha.
-Mas agora você aprendeu a pensar mais antes de fazer merda né!?
-Pode ter certeza que sim, senhorita Van Dyne!
-Fico feliz! - Hope ri levemente enquanto pega mais um bombom da caixa, chamando a atenção de Scott:
-Já deve ser o terceiro bombom que você pega, Hope!
-Algum problema? Achei que você tinha trazido pra mim, Lang! - a morena ignora o homem e da uma mordida no outro bombom, arrancando uma risada de Scott:
-Sabe...eu gosto de você tanto quanto você gosta de chocolate belga. - Lang ri levemente e os dois se olham profundamente, sentindo aquela atração de volta. Após alguns segundos de silêncio, Hope pega a caixinha de bombons que se localizava entre os dois, coloca na mesinha de centro e senta no colo de Scott, depositando um beijo intenso nos lábios do moreno, fazendo-o pegar em sua coxa para trazê-la para mais perto. A cada segundo, os toques ficavam mais íntimos e o beijo com gosto de chocolate belga ainda mais intenso. Eles não queriam que aquele momento acabasse, pois finalmente puderam matar a saudade daquela conexão, daquele desejo que parecia infinito quando ficavam cara a cara. Aquele sofá foi o lugar o qual eles passaram grande parte da tarde trocando beijos e carinhos, até que Hope se levantou e convidou Scott para ir ao quarto. Naquele momento, ambos tiveram a certeza de que ficariam um bom tempo juntos, talvez para o resto da vida.
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Second chance (CONCLUÍDO)
RomanceNew York, 2019. Scott sai da cadeia após cumprir pena por roubo e, na sua primeira noite solto, conhece uma linda moça. Porém, ele não imaginava que seria tão difícil se abrir sobre seu passado. Se você estiver lendo esta história em qualquer outra...