-Mãe, vamos! -Por que mulheres demoravam tanto? Já iria fazer meia hora que eu estava ali, empacado. Ainda era de manhã, e eu estava com pressa. Estava um sábado perfeito, sem chuva e nem muito sol. Quando abri minha boca para gritar denovo, mamãe apareceu.
-Já estou aqui. -Ela disse meio afobada pela pressa. Ela ainda passava o pente pelos cabelos castanhos, devia dizer que estava linda. Parecia mais jovem do que nunca!
Mais jovem do que eu.
-Por que mulheres enrolam tanto? -Eu disse levando uma carranca de Felícia. -Bom, pelo menos valeu a pena. Agora vão me confundir com seu namorado. -Um tapa no ombro foi o suficiente para que eu ficasse calado. Ela era jovem demais pra 38 anos
-Shiu!
[...]
-O quê vão querer? Temos um desconto ótimo para casais. -Uma das garçonetes do pequeno restaurante perguntou gentilmente. Eu ainda não tinha me decidido entre os variados pratos complicados.
-Tem alguma coisa aqui comestível? -Pergunto, recebendo uma bela de uma carranca da minha mãe. Não que eu não estivesse com fome, já que ficamos um bom tempo andando a toa no shopping, mas sim porque tudo ali parecia comida alien.
-Eu sinto muito pela má educação do meu filho. -Minha mãe diz enfatizando a última palavra. Foi difícil segurar minha risada depois da cara exagerada de surpresa da mulher, que provavelmente achou que eu estava em um encontro com alguma garota, e não um almoço familiar. -Dois desse aqui, por favor.
A garçonete saiu. Minha mãe largou o menu e me encarou com aquele olhar avaliativo, como se vesse todos os meus pecados.
-Ainda pensando naquele assunto? -Ela perguntou. Eu somente assenti. -Kyle, não se apegue a isso, tudo bem? Você é um garoto incrível.
-O que você viu nele, mãe? -Felícia se mecheu desconfortável na cadeira. Eu sabia o quanto era difícil ela falar sobre isso com alguém.
-Tudo ao seu tempo.
O prato que minha mãe tinha pedido chegou. De primeira, eu não quis comer. Jurava que aquela coisa verde iria me devorar, mas depois de experimentar, era realmente bom. Não toquei naquele assunto durante a refeição inteira.
Depois que terminamos, minha mãe foi pagar a conta. Foi aí que ouvimos tiros no estabelecimento ao lado. A maioria gritou, até que alguém se jogou no chão. Todos que estavam no restaurante fizeram o mesmo, inclusive eu. Vários carros da Polícia começaram a chegar e eu me arrastei até a minha mãe, que tinha se escondido em um balcão próximo.
-O que será que está acontecendo? -Eu perguntei, mas recebi somente um sinal para permanecer em silêncio.
Os tiros cessaram quando seis homens encapuzados e fortemente armados saíram do local inicial e entraram no restaurante, ordenando para que todos se ajoelhassem e ficassem quietos. Ninguém protestou.
-A gente tem que sair daqui, mãe. -Susurrei para que somente ela ouvisse, enquanto os criminosos rondavam o lugar procurando um refém para negociar. Uma idéia perigosa surgiu em minha mente.
-Eu posso...-Kyle, não! -Minha mãe segurou meu braço com força e implorou. -Se você fizer isso, pode colocar sua vida em perigo. Já basta toda essa situação e-
-Ei! Vocês dois! -Um dos ladrões se aproximou e apontou a arma para minha mãe. Senti meu coração parar, enquanto eu fitava o homem. -A mulher! Vem aqui!
-Não! -Eu gritei no momento em que eu vi um deles agarrar minha mãe com brutalidade. -Deixa ela em paz! -Um dos ladrões deu uma risada grutural e me pegou por um dos braços. Tudo que eu mais queria fazer era congelar todos eles até que explodissem em milhões de pedacinhos de gelo. Minha mãe pareceu sentir o ar ficar mais gélido e me avisou silenciosamente para que eu me acalmasse. Eu obedeci.
Aquilo era um pesadelo, só podia ser. Eles nos levaram para fora do restaurante, com armas apontadas para mim. Minha mãe chorava silenciosamente ao meu lado. Os policiais tentavam incansavelmente negociar nossa liberdade com eles, mas tudo só piorava mais.
Derrepente, ignorei todos os avisos que minha mãe tinha me dado sobre o segredo das minhas habilidades e congelei o pé de um deles. O alvo parecia confuso, e afroxou um dos meus braços para checar o gelo que tinha aparecido. Aproveitei a distração e acertei sua mandíbula com a minha mão solta, não hesitando em congelar a arma do outro a minha esquerda e acertá-lo.
Não havia muito tempo pra pensar quando a troca de tiros começou. Eu saí correndo junto com a minha mãe em direção a um local em que podíamos nos esconder.
Foi aí que eu ouvi o grito dela.
Ela caindo no chão.
Eu só via sangue.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Minha mãe...
-NÃO!
~•~
oh shit, here we go again.
Não esqueçam da estrelinha e o compartilhamento.
~byebye
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·Lokison·
PertualanganKyle Lews era um jovem que queria ser normal. Com 16 anos, morava junto com sua mãe em um apartamento pequeno na movimentada New York. Só um "pequeno" fato o diferencia da maioria dos outros jovens, o mesmo é filho do Deus da Mentira, Loki. Kyle nu...