nota do autor: nossa, eu nem poderia imaginar que ainda tantas pessoas gostavam da minha fic e que ainda estariam interessadas nela, por esses motivos estaria revisando ela desde o começo, afinal já fazem três anos que a publiquei e nunca dei uma olhada mais aprofundada, e eu sei que tem muitos erros e afins. Irei mudar alguns detalhes, então será interessante ler novamente. Aos novos e antigos leitores, um beijão e boa leitura ❤️🩹O aparelho despertador começou a tocar incisivamente às cinco e meia da manhã sob o móvel ao lado da cama, como todas as manhãs.
Um emaranhado de fios compridos e castanhos escuros cobria o rosto da mulher enquanto ela resmungava algo inaudível. Ela se espreguiçou, e aproveitou o braço esticado para alcançar o botão do aparelho e assim finalmente o desligar.
Ainda não totalmente desperta, a mulher sentou na cama e ficou durante alguns minutos olhando para um ponto fixo em seu quarto, até bocejar e deu alguns tapinhas em seu rosto.
Ana Paula empurrou as cobertas de perto do seu corpo e calçou suas pantufas, seguindo em direção ao banheiro de sua suíte.
Após utilizar o banheiro para sua higiene matinal, Ana andou até o closet e vestiu roupas confortáveis que havia deixado separadas e iniciou seu treino.
Ao som de Rob Base, a morena deu início a sua série de corrida na esteira que ficava localizada em um quartinho de seu espaçoso apartamento. Ana Paula mantinha uma vida bastante ocupada em relação ao trabalho, então pouco tempo sobrava para frequentar uma academia, mas isso não significava que ela não mantinha uma boa forma para uma mulher de sua idade.
Depois de finalizar as séries de exercícios, ela seguiu para o banheiro uma segunda vez, mas agora permitiu-se demorar mais, apreciando a água quente enquanto se preparava para mais uma semana de trabalho.
A mulher decidiu vestir uma saia lápis com uma pequena abertura em sua perna na cor preta, a camisa social branca e o blazer seguindo a cor da parte debaixo de seu look, perfeitamente alinhado. Calçou seus sapatos da sola vermelha, prendeu seus cabelos em um rabo-de-cavalo, e em seu rosto fez um leve maquiagem apenas para realçar sua beleza natural mas em seus lábios estava seu característico batom vermelho vinho.
Preparou uma pequena vasilha de cereal e leu o manuscrito que sua assistente havia lhe entregado alguns dias atrás enquanto esperava a hora de sair de casa.
Aos quarenta e seis anos, Ana Paula de Vasconcelos não pode se considerar uma pessoa sociável ou até mesmo amada por aqueles que estão à sua volta, na verdade, a grande maioria dos seus funcionários e colegas a detesta pelo seu jeito um pouco egocêntrico. Por sua alta posição, ninguém teria coragem de lhe falar isso em sua cara, cientes que estariam desempregados em um piscar de olhos caso a mulher quisesse. Mas o ódio era mútuo e perceptível por qualquer um, até mesmo para Ana Paula mas a mulher não se deixava abalar ou intimidar, sendo uma das maiores e mais respeitada editora do país não permitia que tivessem sequer o pensamento que poderiam a manipular ou subir por cima de suas ordens.
Verificou as horas no relógio em seu pulso e tratou de deixar a vasilha na pia, pegou sua bolsa e deixou o apartamento em direção as ruas movimentadas da grande Nova York. Ana Paula não tolerava atrasos e cobrava pontualidade daqueles que trabalhavam para ela e com ela. Mas enquanto isso, em outro lado da grande cidade, uma jovem apertava o botão soneca de seu aparelho celular pela milésima vez.
Paola afundou o rosto em seu macio travessia, suspirando pesadamente, mas sua calma não durou muito ao perceber que havia dormido demais.
Ela rapidamente levanta tropeçando nas grandes quantidades de livros e pilhas de roupas que estavam espalhadas pelo chão de seu apartamento, enquanto tentava vestir desajeitadamente sua calça.
– Mas que porra...
Depois de quase cair algumas vezes, ela consegue terminar de se vestir e então corre para o banheiro para escovar os dentes enquanto calçava os tênis all star vermelho ao mesmo tempo. A jovem dispensa qualquer maquiagem e tenta apenas deixar seus fios castanhos claros um pouco menos rebeldes, ela pega as pastas que estavam em cima da mesa da pequena cozinha e sai praticamente correndo de casa.
Paola Florência Carosella é uma jovem de trinta e um anos que deixou toda sua família para trás quando tinha apenas dezoito anos a fim de seguir seus sonhos. Seus pais saíram da Argentina para dar uma vida melhor à menina, mas sua relação com os mais velhos nunca foi das melhores por conta das escolhas e estilo de vida que Paola levava.
Na época em que saiu de casa, sem conhecer praticamente nada, ela passou por muitos perrengues morando de favor e aceitando trabalhar como garçonete em uma cafeteria no centro da cidade, aos poucos ela foi conseguindo juntar dinheiro e alugar um apartamento e foi atrás de seu sonho. Foi com muito esforço que conseguiu o cargo de assistente na maior editora de livros de Nova York. Sabia que seu cargo não trazia orgulho para seus pais, mas o salário era bom e trabalhar ali lhe deixava mais perto de realizar seus objetivos.
Antes de seguir o caminho para o escritório, Paola parou na cafeteria de preferência de sua chefe para pegar seu café, mas se desesperou ao visualizar o tamanho da fila de pessoas que aguardavam à sua frente para fazer seus pedidos. Já imaginava a megera da sua chefe dando um piti pelo atraso e lhe colocando na rua, mas foi salva pela atendente que já lhe conhecia.
– Ei Paola! Aqui!
Paola não viu outra alternativa a não ser passar na frente daquelas pessoas, obviamente atraindo para si os olhares ruins. A moça cheia de dentes lhe entregou os dois copos de café com leite de sempre.
– Você literalmente salvou minha vida! Muito obrigada, te devo uma!
Disse enquanto pegava a pequena bandeja de plástico com os copos e saiu apressada, não notando o sorriso que a jovem balconista lhe dava.
Em menos de dez minutos ela entrava no prédio da editora Rick and Hunt, correndo para o elevador no último segundo antes que ele fechasse as portas de metal.
Em paralelo a isso, Ana Paula andava confiante quando sentiu seu celular vibrar dentro da bolsa.
– Oi Frank! Como vai meu escritor favorito?... É claro que refletiu sobre nossa conversa, sabe que eu estou certa.
Disse categoricamente enquanto desviava de algumas pessoas que vinham em sua direção.
– As pessoas deste país estão ocupadas, falidas e odeiam ler. Precisam confiar em alguém que diga: "não assista a csi indianópolis hoje. Leia um livro! Leia o livro do Frank!" e esse alguém é a Oprah!
Voltando para a assistente, Paola entrou no hall do escritório onde trabalha e checou suas mensagens, aliviada por ler o recado de um dos seus colegas dizendo que ela havia se salvado por um triz, já que a megera ainda não tinha chegado.
Por estar concentrada em seu celular, a mulher acaba por esbarrar no carrinho de documentos que passava, causando a infelicidade de derramar todo o líquido quente de um dos copos em sua camisa branca.
– Santo...
– Foi mal aí.
– ...Cristo!
Sem perder mais tempo brigando com o rapaz do carrinho, ela corre até a mesa de seu colega.
– Preciso de sua camisa.
– Está brincando, não é?
– Yankees, Boston, nesta terça-feira. Dois ingressos por sua camisa! Você tem cinco segundos para decidir... Cinco, quatro, três, dois...
Sem pensar duas vezes, o homem prontamente aceita a troca e os dois seguem para o banheiro feminino.
Quando a porta do elevador abre, revelando a chegada de Ana Paula, a secretária corre até sua mesa e encaminha um e-mail para todos os funcionários.
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A PROPOSTA | revisando |
RomanceAna Paula de Vasconcelos é uma mulher forte, incisiva, poderosa e uma das mais respeitada editora-chefe de uma multinacional norte-americana. Por adorar criar um clima de terror sobre seus funcionários, foi secretamente apelidada de "megera" pelos m...