Tempo de amar

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Quando desci do carro me surpreendi, sabia que eram ricos, mas não "tããão" ricos, dei uma arrumada na minha roupa e soltei meus cabelos. A sorte que meu cabelo colaborou comigo e ficou bonitos, com medo, fui até a portaria da casa.

– Bom dia, eu sou a..
– Analice, pode entrar – o senhor respondeu cortando a minha fala e com um sorriso simpático –
– Obrigada – sorri e segui reto –

Quando iria bater na porta para entrar, um rapaz mais ou menos do meu tamanho abriu, ele é era bem bonito, com cabelos lisos e barba, reparei logo que estava com uma farda da escola mais cara do Rio de Janeiro.

– Nossa.. vou adorar você como nossa empregada – olhou analisando todo o meu corpo – pode entrar

Eu iria responder aquele menino que mais parecia um necessitado por mulher, mas preferir manter a aparência enquanto não tinha meu emprego garantido.

– Bom dia, você é a? – uma mulher alta perguntou me analisando de cima a baixo –
– Analice – respondi sorrindo –
– Ah sim, verdade querida. Já atendi tantas hoje, que nem sei mais o nome

Eu imaginava que eu era a única, essa é a primeira casa que entro que de fato tinha alguém para competir comigo, e pelo visto, muitas.

– Então, me conte mais sobre você. – ela sentou bebendo uma espécie de vinho – aceita algo?
– Não, obrigada! Bom, eu tenho 21 anos, moro co..
– Não me interessa com quem você mora ou deixa de morar, querida – respondeu tomando mais uma dose de vinho –  qual é a sua precedência? Tem uma família nobre no seu currículo de faxineira?

Eu fiquei surpresa pela forma de tratar daquela mulher, eu imaginava coisas totalmente diferentes, porém precisava está ali, mesmo tendo quase certeza de que eu não conseguiria está vaga.

– Bom, eu trabalho para a família Menezes que foi quem me indicou para a senhor..
– senhorita – continuou dando um sorriso falso –
– senhorita
– Vamos combinar que a família Menezes só quer manter as aparências em relação a riqueza né, ali tá mais fodida que tudo.
– Querida!

Um homem alto, mais velho e com uma aparência bem cuidada chegou na sala interrompendo nossa conversa. Me sentir aliviada, pelo menos por enquanto, que não sei como seria tratada daqui pra frente.

– Me desculpe meu amor – deu um selinho no homem que acabará de chegar – essa é a Analice, bonitinha, até que arrumadinha, mas a maior família dela foi os Menezes. Não deve ter tanta experiência

Com um sorriso simpático ele apertou minha mão e me cumprimentou

– Prazer, Analice. Não ligue para a Karina. Ela passa dos limites as vezes

Eu percebi que a Karina era apenas a sustentada daquele homem, nitidamente ele que movia todo o dinheiro da casa e ela apenas tirava dele.

– Tudo bem, ela não fez nada demais.
– Tá vendo meu amor, falei apenas verdades, né Analice?

Eu não podia concordar com tudo que ela tinha falado, eu apenas me mantive em silêncio, eu amava a família Menezes, e jamais iria trair desta maneira.

– Eu sou o Pedro, dono dessa casa, não pude conhecer as outras meninas, mas percebi que você é muito simpática. Vou conversar com minha mulher para saber a opinião sobre as outras, e da Rita também, que trabalha aqui há anos. Você vai conversar com ela agora para saber mais de você e suas experiências.
– Tudo bem, muito obrigada!

Sair feliz que pelo menos uma pessoa parecia ser simpático dentro daquela casa.
Rita veio até ao meu encontro e fez uma entrevista normal comigo, ela é muito simpática também, e disse que eu fui uma das melhores que foi apresentada ali, agradeci, e me despedir de todos e retornei até a minha casa, torcendo para que a resposta no final fosse sim..

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