Prefácio

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O que me fez passar mais de uma semana com "A ESPOSA DO REI" foi, mais do que o convite para o prefácio, a curiosidade sobre a busca pelo "buraco de minhoca". O "de repente" se deu quando li o primeiro parágrafo. O primeiro contato com a obra é tão importante quanto o resumo da contracapa, ao menos, ao meu entender.

E, M. Okuno me surpreendeu com sua anedota sobre "o contar essa história" ou "quase enlouquecer". Me perguntei: "será que ela ainda se considera sã?".

Pois, depois de passar perto de duas semanas com essa mocinha chamada Lin e vivenciar algumas reviravoltas dentro de uma escrita fluída, generosa e que tem lá suas referências de literatura norte-americana, constatei: alguém que cria um mundo novo, e o descreve com tanta delicadeza, não perdeu a sanidade.

Nasce uma escritora para mexer com o inconsciente e as fantasias de quem ainda não encarou a vida adulta de frente, ou, quem sabe, encarou e encara, mas prefere um refúgio seguro num mundo distante, com personagens leves e que nos fazem viajar sem culpa, sabendo a hora de voltar. Essa leitura é para quem quer imaginar e sentir tudo o que essa protagonista, eu diria, um tanto quanto rebelde, sente. Ela faz um esforço absurdo para que sejamos parte de sua vida, e quando estamos nos sentindo a própria personagem, ela se despede. E deixa saudades.

A ESPOSA DO REI é um encontro precioso de fantasia e ficção, pois ambas têm lá suas diferenças e M. Okuno as une brilhantemente. Boa leitura.

Lucas Felix

(autor do livro AS LEMBRAÇAS QUE NÃO QUERO ESQUECER)

A Esposa do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora