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Callum
So far away, but still so near
The lights come on, the music dies
But you don't see me, standing here
I just came to say goodbye- Dancing On My Own (Calum Scott).
— Bom dia, Boston! É Vinte de Setembro e temos um dia com ventos gelados e tempo nublado! Eu sou Samantha Barnes e estou aqui para te dar bom dia! — essa mulher podia calar a boca com sua animação matinal. Soltei o peso que segurava e sequei o suor do meu rosto e pescoço. Vesti o casaco e decidi sair para correr antes de começar meu dia.
Desci a escada em passos rápidos e minha governanta estava na cozinha, preparando meu café da manhã e me deu um olhar azedo ao perceber que ainda sairia para correr depois de estar malhando por horas.
— Um dia vai cair estafado, menino. Não dormiu a noite inteira! — gritou quando entrei no elevador e sorri. Essa é a intenção. Quanto mais tento me cansar, menos me sinto cansado.
Puxei o capuz sobre a minha cabeça, sem falar com os vizinhos que encontrei no caminho e comecei a correr no fim da rua, atravessando a avenida até o parque mais próximo, dando duas voltas na maior aérea e fiz o caminho de volta para casa. Passei direto por Charlotte, subindo correndo e entrei no meu quarto. Tirei minha roupa, arremessando no cesto de roupa suja com prática, tomei banho, aparei um pouco a minha barba e me vesti para o trabalho.
Comi omelete de seis ovos com queijo, presunto e dois copos de suco de laranja puro. Escovei os dentes no lavabo, ajeitei minha gravata torta, peguei minha pasta de trabalho e chamei o elevador.
Destravei o alarme do meu carro, era folga do meu motorista e guarda-costas, portanto estava a minha própria sorte. Normalmente não tem muito trânsito por sair muito cedo de casa, a maioria das pessoas usam o sistema de metrô da cidade para se locomover, mas eu não piso em um desde a faculdade. Não estou ajudando o planeta dessa forma, mas quem se importa? Certamente estou bem interessado no meu conforto.
Minha empresa ficava em um dos arranha-céu do centro de Boston. O Lowell-Town era um edifício de vinte andares que funcionava exclusivamente para os serviços da Lowell Holdings Inc e suas empresas associadas. Meu avô fundou essa empresa muitas décadas atrás, meu pai assumiu após a faculdade e agora eu também. Meu tio Robert deveria ser o CEO já que é o segundo filho do meu avô, mas, o meu pai era tão filha da puta que comprou a parte do irmão centralizando tudo nele mesmo.
E meu irmão... Não ganhou muito na herança. De última hora, meu pai decidiu que ele não precisava de uma participação na empresa, deixando absolutamente tudo para seu filho mais velho e Cage torrou o que recebeu em pouco tempo. Não sei do que meu irmão vive agora e não faz a mínima diferença desde que ele estava fodendo a minha namorada nas minhas costas.
Cage sempre foi muito mimado e protegido por mim. Tinha sete anos quando nasceu e já sabia muito bem quem nosso pai era. Não queria que sofresse o mesmo. Nunca quis que sentisse dor. Aceitava os castigos dele e encobria suas merdas. Foi assim a vida inteira... Até o dia que cheguei mais cedo de uma viagem e o peguei na mesma cama que minha namorada, os dois nus e dormindo. Não precisava ser um gênio para saber o que estava acontecendo.
Cortei meu irmão da minha vida, arrancando pela raiz e parei de sustentá-lo. Patrícia foi uma história diferente. Sabendo o quanto era difícil confiar em alguém, ela pisou em tudo que concordamos sobre nosso relacionamento, para depois jogar na minha cara que meu irmão a amava, que eu nunca disse que a amava, que era frio, quieto e indiferente. Porra... O que ela fazia do meu lado por anos?
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Diga que Me Ama
RomanceCallum Lowell é um bem-sucedido empresário de Boston. A Lowell Holdings Inc é famosa no mercado, com seus investimentos variados, principalmente no ramo da construção civil. Apesar de toda fama, o Callum é solitário, cresceu com um pai abusivo, pass...