A small tornado.

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Jimin mal acreditava em seus olhos ao ver o chefe em roupas casuais entrando no escritório naquele momento, ao invés do rotineiro café, tinha em suas mãos dois sucos de sabores que desconhecia, o choque apenas aumentou ao ver Namjoon ligar o rádio que parecia ter perdido a função depois do primeiro ano que havia trabalhado para o homem, de forma alguma Namjoon tinha jeito de alguém que gostava do tipo de música que gostava, se tivesse que chutar sem conhecer o homem, Jimin sem dúvidas miraria um metal pesado, não pela aparência, mas talvez pelo mau humor e todo o sarcasmo do dia a dia.

Não pôde conter uma risada quando ao pôr as pastas de novos enredos sobre a mesa, teve a cintura puxada pelo homem muito mais alto que si para que se juntasse em uma dança desajeitada pela sala grande e bem decorada, ver o chefe feliz era algo revigorante que Jimin com certeza não estava mais acostumado, não conseguia mais vê-lo daquela maneira havia um bom tempo, sem dúvidas muito dinheiro estava sendo posto no bolso do mais velho mas junto daquele dinheiro vinham preocupações, pressão e dores de cabeça.

— Mas que raios deu em você desde ontem?— O garoto riu e aceitou o suco que o mais velho havia o estendido, o sorriso nos lábios do homem chegava a aquecer seu coração, era um bom sentimento.

— Eu sempre achei que livros de romance eram uma baboseira, odiava a ideia de estar apaixonado, só me aconteceu uma vez na vida e nada me prendeu a atenção nos meus 28 anos de vida como esse garoto me explicando a razão de ele estar sentado no parque ouvindo os problemas das pessoas, você acredita em amor à primeira explicação? — Jimin controlava a risada enquanto bebia seu suco encarando o homem ligando o computador agora sentado em sua própria mesa. — Ele estava falando comigo como se nos conhecêssemos a anos, ele nem reclamou quando eu fui sarcástico com ele, ele simplesmente foi sarcástico de volta, eu acho que tô' apaixonado, Minie.

— Eu não irei reclamar, não te vejo feliz desse jeito a tanto tempo, bendito seja esse homem, descreva-o fisicamente, é gato?

— Você não tem noção, bem, ele é muito mais novo que eu mas não o suficiente para que eu vá para a cadeia por me sentir atraído por ele.

— O quão novo?

— 19.

— Pervertido!

— Eu devo lembrar ao senhor que começou a namorar o Jungkook quando ele tinha essa exata mesma idade?

— Touché. — O mais novo riu e se levantou suspirando por ter de falar sobre obrigações naquele momento, apreciava quando Namjoon estava descontraído daquela forma, mas seu telefone não parava de tocar e a cabeça não parava de latejar com os gritos dos superiores pedindo por novos modelos, novos capítulos. — Nam, eles disseram que precisam de um novo modelo até o fim de semana. — O garoto murmurou e se encolheu, esperava a reação cansada e explosiva que vinha toda vez que Namjoon se sentia pressionado, naquele ponto nem mesmo o culpava mais, era apenas a forma que havia encontrado para lidar com os holofotes sempre seguindo-o, ainda agradecia mentalmente por ter conseguido fazer o mais velho parar de fumar, vício que havia adquirido no segundo ano trabalhado com "sucesso". 

— Claro, claro, não se preocupe, eu tenho um thriller que eu escrevi no ensino médio, talvez funcione pra eles se eu mandar pros editores e pedir por modificações simples até eu terminar o livro novo, mas sabe, acho que não demora muito, quando fui para casa ontem escrevi 25 páginas, considerando meu purgatório de escritor durante o último ano isso é um novo recorde, não escrevo mais que 20 páginas em uma noite desde que eu tinha uns 16 anos.

— Eu não poderia estar mais surpreso de uma forma positiva, uau, Kim Namjoon você é uma caixinha de surpresas.

— Marca a reunião pra sexta, liga pra minha mãe e diz que vou jantar com ela no domingo e a coletiva pra segunda por gentileza?

O garoto que colecionava tornadosOnde histórias criam vida. Descubra agora