sixteen

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Perdida.

Era assim que Sabina se sentia. Ela estava parada em um canto do imenso salão da casa dos Petitos. Ela nunca estaria aqui se tivesse escolha, mas sua mãe estava animada com a ideia de fazer amizade com os vizinhos, e Sabina também gostou disso. Sua mãe passava todo o seu tempo livre tricotando em frente a televisão ou fazendo bolos na na cozinha, ela nunca tinha alguém para conversar. De um tempo para cá, a senhora Petito começou a visitar com mais frequência sua casa, e sua mãe estava radiante por essa nova amizade.

Era aniversário de 20 anos de casados do Sr. e Sra. Petito, uma celebração grande e elegante de tirar o fôlego. O salão estava enfeitado de dourado e branco, no meio dele, uma mesa com vários tipos de doces e salgados. Ao fundo, dois violinistas encantavam a todos com as lindas melodias que tocavam. Certamente, Sabina nunca esteve em um lugar mais elegante que esse antes.

Rodeando a mesa de doces ela se perguntou quando poderia comer as pequenas tortas de morango que  imploravam para ir até sua boca. Ela então colocou a mão em uma delas e planejou a melhor maneira de pegar sem que alguém percebesse, ela falhou. Estava quase conseguindo colocar o doce na boca quando alguém se aproximou. Droga! Ela não esperava que quem quer que fosse falasse algo, tanto que a pessoa apenas ria de como ela virou a cara rapidamente.

— Não estava pensando em pegar um, estava?

— Desculpe. — Sabina virou-se. — Eles pareciam deliciosos... — Ela sorriu ao ver com quem estava falando.

Harvey.

Ele deixou a taça de champanhe que estava tomando em cima da mesa e pegou uma das tortas de morango. Ele a encarou com uma careta engraçada e logo depois colocou-a de uma vez em sua boca, Sabina riu. Ele inclinou a cabeça para trás e pegou sua taça novamente.

— Elas realmente estão boas. Porém eu prefiro salgados, se é que você entende.

— Claro.

Ele pegou uma outra taça de champanhe com um garçom que passava e colocou-a nas mãos de Sabina. A mesma sorriu e negou com a cabeça, ele continuou no mesmo lugar esperando que ela pegasse. Assim ela fez. Sabina nunca tomou champanhe em sua vida, mas com o olhar e o sorriso incentivador de Harvey, ela levou a bebida até sua boca e tomou um pequeno gole. Se arrependeu na mesma hora.

— Você não gostou?

— Não. — Ela pegou um guardanapo e começou a limpar sua boca, levando todo o batom no papel.

— Sinto muito, pensei que você gostasse do de maçã. — Ele riu. — De qual você gosta então?

— Na verdade... De nenhum.

— Oh. — Harvey balançou sua taça e limpou a garganta. — O que está achando? Quer dizer, vamos fingir que sua péssima primeira experiência com champanhe não aconteceu...

— Tirando isso, está tudo perfeito. — Ela olhou ao redor. — Não sei quem decorou, mas está lindo!

— Obrigado. — Ele piscou para ela.

— Foi você? Como?

— Digamos que... — Ele fingi buscar palavras, mas Sabina sabia que elas já estavam na ponta de sua língua. — Eu tenho alguns dons quando se trata de decoração.

— Bom saber, vou pedir algumas dicas quando redecorar meu quarto.

— As suas ordens. — Ele levantou a taça que segurava.

Sabina observou enquanto os violinistas trocavam de música, rapidamente mas fez todos pararem para olhar. Uma luz mais forte e mais brilhante iluminou o meio daquele salão, a Sra. Petito foi conduzida até o centro pelo seu marido. Os dois pareciam felizes enquanto dançavam, ou melhor, deslizavam com suas roupas elegantes.

what we left to behind ✧ urridalgoOnde histórias criam vida. Descubra agora