nineteen

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A música estava alta o bastante para que Sina fizesse uma careta que aumenta enquanto ela se aproximava. O quintal da casa dos Mays estava lotado de pessoas. O som que dava para ouvir do outro lado da rua vinha dali, como esperado. Algumas casas antes de entrarem naquela zona barulhenta e agitada, Sina parou.

— Sina? — Heyoon puxa a mão dela em direção a casa.

— Não sei, Hey. — Sina balança a cabeça e ameaça dar meia volta. — Não é o tipo de lugar... Meu tipo de lugar.

— Só tem muitas pessoas aqui fora, lá dentro é um pouco mais calmo. Pode ficar lá!

— Heyoon...

— Vamos, Sina! — Heyoon puxa a garota com mais força dessa vez. — Vamos te mostrar como é uma festa estilo Malibu!

Quando Sina percebeu, já estava dentro do quintal do May sorrindo forçadamente para as pessoas que dançavam por ali. Todos tinham sempre um copo em mãos que parecia se reabastecer automaticamente, sempre dançando e se movimentando... Ligados ao 360°. Logo o aniversáriante veio até as duas garotas, como não sabia exatamente o que fazer, Sina apenas sorria.

— Heyoooonnnn! — Bailey andou, ou melhor, deslizou até elas. — Você veio, garota!

— Não iria perder, não é? — Ela toma o copo que Bailey estava em mãos e o leva até a boca, dando um gole demorado. — Feliz aniversário, Bai.

— Tanks, Hey. — Ele sorri e olha Sina, que a essa altura só observava os dois. — Trouxe uma amiga...

— Essa é Sina Deinert, Sina, esse é Bailey May. —

— Oi. — Sina fala mais baixo do que pretendia.

Bailey sorri e pega um copo de alguém para dar a Sina, que recusa.

— Ela não bebe, idiota. — Heyoon empurra o copo para Bailey novamente.

— Desculpe, Maria Madalena. — Ele gargalha e fica com o copo para si mesmo. — Vou nessa. Tchau, Heyoon. Foi um prazer, M.M.

Quando Bailey já estava longe, Sina cutucou Heyoon e passou as mãos pelo cabelo. Heyoon apenas deu de ombros e continuo bebendo o que seja lá que estivesse em seu copo enquanto se mexia no ritmo da música ao fundo.

— Maria Madalena? — Sina coloca as mãos na cintura.

— Relaxa, Sis! — Heyoon ri. — É uma forma de dizer que você é... Santa? Tipo a virgem Maria, entendeu?

— Só porque não bebo?

— Não me diga que acha ruim... Isso é uma coisa boa, menina! Podiam te chamar de Lilith!

— Lilith? O que é Lilith?

— Bem.. É o contrário.

Pela forma como Heyoon a olhou, Sina concluiu que não era uma coisa boa. Sina colocou as mãos no bolso do short preto que estava usando e acompanhou Heyoon pela casa, como ela falou, tinha menas pessoas que no quintal, mas ainda eram muitas. Como consegue caber tantas pessoas em uma só sala? Sina não sabia. Mas ali estavam, no mínimo 30 pessoas na sala de estar apertada. Passar era um sacrifício e ficar ali era suicídio, ela mal consegia respirar com tanta gente assim.

Heyoon estava comendo as pequenas totilhas que colocou no bolso antes de sair da cozinha e Sina bebia um tipo de limonada encostada no parapeito da janela. O vento balançava os fios de cabelo de Sina e os tirava de seu rosto suado por ficar perto de tanta gente. Heyoon sorria olhando as pessoas dançarem loucamente no quintal, até que sua atenção se voltou para Sina.

— Sina você...

Ela mal conseguiu completar a frase, duas pessoas passaram correndo e derramaram uma boa parte de uma bebida em sua blusa branca. Os garotos olharam Heyoon que já estava vermelha de raiva e então murmuraram um "desculpa" e continuaram correndo. Heyoon olhou sua blusa e depois olhou Sina que estava segurando um riso.

— Vai rindo, vai. — Heyoon semicerrou os olhos. — Que droga!

— E agora?

— Agora nada! Vou ficar fedendo á ... — Ela para e puxa a blusa para cima. — Eca, álcool!

Sina se aproximou ainda rindo e tentou colocar a blusa de Heyoon por dentro de seu short rosa e preto. Em poucos segundos, a grande roda azul que estava na blusa de Heyoon foi escondida e agora estava quase imperceptível.

— Obrigado, Sis...

Heyoon sorriu e então Sina a olhou não contendo um sorriso também. Enquanto Heyoon arrumava melhor sua blusa, Sina apenas respirava o ar que soprou seus cabelos para a frente dessa vez. Heyoon riu dos cabelos de Sina que agora já estavam bagunçados em seu rosto, Sina lutava com um fio que entrava em sua boca.

— Hm... Heyoon? — Sina soprou uma mecha para cima depois de muito esforço. — Você me deve uma ajuda, não acha?

— Tudo bem. — Heyoon ri e se aproxima. — Mas ficou legal nesse estilo... Bagunçado.

Então Heyoon começa a colocar o cabelo de Sina como estava antes, bem divididos e sem fios rebeldes. Quando acabou, ela tomou o rosto de Sina em suas mãos e empurrou a última mecha para trás de sua orelha, fazendo seu coração balançar com a proximidade em que se encontravam.

Sina podia sentir suas bochechas esquentarem, assim como sentia as mãos de Heyoon suarem a medida em que ela se aproximava. A respiração de Sina ficou presa em sua garganta e a fez  fechar os olhos. Heyoon já estava próxima o bastante para fazer Sina se arrepiar quando falou,

— Espero que você me desculpe...

E então pressionou seus lábios contra os de Sina, que a partir daquele momento já estava tonta.

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