Dia 2, Solidão

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Segunda-feira o dia da semana que eu mais detestava e o motivo desse desgosto é fácil de se explica, odiava ter que ir para a escola depois de ficar dois dias em casa em paz, era como se meu chão afundasse só de ouvir SEGUNDA - FEIRA porque sabia exatamente como iria ser meu dia na escola, igual a todos os outros; extremamente chato e solitário.

Me levantei bem cedo por volta das como sempre fazia nos cinco dias da semana que haviam aula, fui tomar banho, me troquei e depois desci para tomar café da manhã, quando cheguei na cozinha meu pai já estava sentado passando manteiga em uma fatia de pão enquanto minha mãe colocava um pouco de café na xícara dele.

- Bom dia! - Disse me sentado ao lado do meu pai.

- Bom dia! - Responderam em uníssono e a mamãe me deu um beijo na testa.

  Tomei uma xícara de café com algumas torradas quentinhas que minha mãe tinha acabado de fazer (eu amava quando minha mãe fazia torradas pro café da manhã). Quando estava quase terminando meu desjejum meu pai se levantou de sua cadeira.

- Irei escovar os dentes e você Igor vê se não enrola para termina de tomar café, vou leva - lo para a escola e depois ir trabalhar e não estou afim de me atrasar.

Ele subiu as escadas e três minutos depois também estava subindo indo em direção ao banheiro, bati na porta e ninguém respondeu, isso significa que meu pai com certeza já estava no quarto dele e da minha mãe pegando suas coisas para sair, por isso escovei os dentes rapidamente antes que ele começasse a reclamar dizendo que estou fazendo hora (meu pai sempre odiava chegar atrasado em qualquer compromisso que fosse, até nas reuniões de pais e mestres ele chegava na hora marcada e como nessas reuniões ninguém chega na hora certa ele ficava sentado cerca de uns 10 minutos esperando os outros pais chegarem para a reunião começar). Terminei de fazer minha higiene pessoal e fui até meu quarto pegar minha mochila e quando estava descendo em direção a sala ele estava com o pé no primeiro degrau pronto para subir e quando me viu deu um leve suspiro como se fosse para se acalmar.

- Vamos logo ou você vai chegar atrasado na escola filho.

  Desci a escada correndo (por mais que eu odiasse ir para a escola na segunda - feira ou em qualquer outro dia, a última coisa que eu queria era ser o último a entrar na sala de aula era uma coisa muito constrangedora, imagina só eu vergonhoso do jeito que era ter  todas as pessoas a minha volta olhando pra mim, seria meu pior pesadelo se tornando realidade).

Antes de sair dei um Beijo na minha mãe, ela retribuiu e eu fui para a garagem esperar meu pai que estava se despedido da mesma (meu pai sempre foi tão romântico com a mamãe e admiro ele por isso), ele saiu alguns segundos depois, entramos no carro e fomos em em direção a escola. 

Quando chegamos como já se era de esperar eu estava atrasado, mas por sorte o portão ainda estava aberto.

- Tchau pai.

- Tchau filho, se comporte.

   "Como se eu fizesse bagunça, se pelo menos tivesse alguém para bagunçar comigo, mas nem isso tenho" - Pensava enquanto caminhava em direção ao portão.

Entrei na escola e fui direto para sala de aula estranhando a quantidade de alunos pelos corredores, quando entrei na sala de aula tinha apenas um grupo de quatro alunas sentadas ao fundo da sala conversando e dando risadas altas. Como de costume me sentei no lugar de sempre que era na primeira carteira da fileira que ficava do lado das janelas de frente para mesa do professor.                                    
O sinal tocou e o restante dos alunos entraram na sala e logo depois o professor Valadares que dava aula de Língua Portuguesa e Literatura.

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