¹². O Início?

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- Eu não sei, não sei o que deu em mim. Diz Sally paralisada

- O que é isso? Grita consigo mesma

- Isso? Isso é a sua humanidade despertando, pronta para retornar, pronta para ser novamente o que sempre foi, isso é você. Diz Daniel

- Eu não sou assim! Eu tenho coragem, eu tenho força, eu tenho poder! Grita Sally

- Não, você não tem, você é fraca, é inocente, tem seus medos e bem... Ainda tem um pouco da sua humanidade. Afirma Daniel

- O que acha que vai fazer? Convencer-me de que eu posso mudar? Esse discurso já não adianta mais, já é tarde, eu fiz a minha escolha e ela não pode ser revertida, não mais. Diz Sally derramando uma lágrima dos seus olhos

- Veja! Isso é ser humano, é sentir, é querer, é se sentir fraco quando na verdade se sabe que a coragem esta lá dentro, é se sentir indefeso, com medo, com culpa, é se sentir você mesmo Sally. Diz Daniel aproximando-se e segurando suas mãos

- Você sente isso? Sente esse choque do contato entre nossas mãos? Sente essa atração, esse momento? Questiona Daniel apertando suas mãos com suavidade

- Eu não sinto nada! Grita Sally soltando suas mãos

- Sim, você sente. Diz Daniel pegando-as novamente

- Se entregue Sally, nunca é tarde para voltar atrás, aproveita essa chance, volte a ser o que era, a escolha é sua, somente sua. Diz Daniel colando sua cabeça com a dela

- Você não sabe o que está dizendo, eu não sei o que estou fazendo, sinto que vou explodir, tenho medo, insegurança. Sussurra Sally

- Confia em mim! Diz Daniel aproximando-se cada vez mais Não era o suficiente para fazê-la querer mudar, querer ser melhor, porém foi o suficiente para fazê-la querer ser normal, se sentir humana, se sentir bem e isso bastava.

- Respire fundo e acredite! Diz Daniel beijando-a calma e lentamente

Não esperava que aquilo acontecesse, era na verdade o que mais desejava, mais nunca passou por sua cabeça que ele o faria, pensou apenas que queria o seu bem, a sua mudança, a sua humanidade de volta e faria de tudo para fazer com que ela conseguisse, porém o tudo não foi suficiente, apenas o contato com aquele que tanto desejava foi capaz de livrar da sua mente todo o mal que a vinha reinando, todo o mal que parecia bom e suficiente, todo o mal que a dominava, a modificava, a destruía pouco a pouco e ela nem sabia.

- Vocês me dão vontade de vomitar sabiam? Diz Marcus enfiando uma estaca próximo ao coração de Daniel

- Mate-o. Diz Daniel caindo ao chão

- O que você fez? O que você se tornou? Grita Sally

- Ora... Ora... Ora... Então quer dizer que já não se lembra mais da maldição que me trouxe? Já não se lembra mais o quão bom foi me destruir? O quão bom foi estragar a minha vida? Meu futuro? Não se lembra do que me fez Sally? Grita Marcus correndo ao seu redor

- Mais... O que você se tornou? O que eu me tornei? Diz Sally consigo mesma

- Você? Você se tornou fria, má, sem coração, sem humanidade, com a capacidade de desejar a todos o mal que lhe foi trazido mesmo sem sua vontade, você se tornou um NADA! Mais seu maior erro foi pensar que esse nada te tornava tudo. Grita Marcus segurando fortemente uma estaca em sua mão

- Você não precisa fazer isso Marcus, não precisa! Grita Sally

- Chega de joguinhos! Afirma Marcus

Menos de um segundo, esse foi o tempo necessário para Sally voltar a si mesma e ver a estaca que a feria próximo ao coração, esse foi o tempo necessário para que pudesse pensar e perceber o quão fraca e inútil se sentia, para perceber que sozinha não conseguiria, para perceber que o bem lhe percorria, para perceber que pra tudo existe um fim e aquele era o seu fim.

- Nem tudo está perdido. Diz Sally ajoelhando-se e fechando lentamente os seus olhos

- Eu preciso de vocês, sem vocês eu não consigo, vocês são a minha força, meu tudo, meu chão e nem sequer os conheço, simplesmente sem tanto vocês já me são tudo. Afirma Sally derramando lágrimas

- Ué, desistiu assim tão fácil? Achei que resistiria mais, achei que o nosso joguinho seria mais divertido mais que pena. Ri Marcus

-   Spiritus umbras, Nunc invocato. Quod irrumpat ex meam, Et obtegerent anima mea                              Spiritus Umbrae, Nunc invocato. Quod subesse animae meae, Et obtegerent meam                            Spiritus tenebrarum, Nunc invocato. Suus mea affer, Quis ego et ostende mihi                                        Spiritus tenebrarum, Reale mihi reuelare. Clama Sally incessantemente provocando condições climáticas destruidoras.

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