Prólogo

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Quando minha mãe engravidou de mim e decidiu finalmente terminar seu eterno vai e vem com meu pai, um que por sinal eles mantinham desde os tempos da Universidade, ela teve uma epifania sobre qualquer coisa esquisita que passava na cabeça dela e sei lá mais o que sobre a evolução da espécie humana e decidiu que a espécie humana não poderia evoluir se pautada pelo uso dos genes masculinos. Ela cursou moda na Universidade Venom por algum tempo e depois trocou de curso para biologia com foco na área de mutação genética, quando ouvi essa história pela primeira vez achei que ela queria ser um X-Men, mas na verdade só estava com raiva do meu pai por ter reencontrado a Florence, uma das garotas da Universidade e ter dormido com ela por quase três anos enquanto eles estavam separados.

Claro que meus pais voltaram depois disso, e me tiveram, mas no exato dia que eu nasci, uma tal Olívia enviou um torpedo para minha mãe contando do caloroso passeio do papai pelas florestas da Amazônia na companhia da Florence três anos antes e a mamãe surtou definindo finalmente que os homens não são necessários para dar continuidade à espécie humana. A parte engraçada disso tudo é que depois do divórcio o papai se casou com a Florence a quem hoje eu chamo de Tia Flor enquanto minha mãe se descobriu gay e completamente feminista decidindo que minha criação seria partilhada com sua nova esposa, pasmem, Meredith que apesar de rival da minha mãe no tempo da Universidade, sempre foi muito amiga do meu pai, Eros Zulric.

Ah, eu contei que tenho uma irmã? Pois é, a Tia Meredith e minha mãe decidiram que queriam mais uma filha depois de mim e o doador de espermatozóides pró-ativos foi ninguém menos que o Tio Marcos, um ex-namorado de Meredith que também se descobriu gay e casou com Kael. No meio desse contexto colorido nas cores do arco-íris em versão sedimentar fui chamada de Alba em homenagem a primeira viagem das duas à Albânia.

Por falar em viagens, eu, Thor e Leia fomos passar o verão no Caribe, eu preferia ter ido visitar o Kennedy Space Center em Cape Canaveral, mas fui vencida pela insistência do dois às praia do Caribe, pegar um bronzeado e umas garotas. Thor e Leia são meus amigos desde sempre e o ais próximo que eu tenho de primos, nossas famílias são completamente malucas ou ao menos a minha é, mas a mãe deles era uma das melhores amigas da Tia Meredith e do meu pai e a única da turma a ter quadrigêmeos com os nomes geeks mais legais do mundo, Thor em homenagem ao filho das Azgard, Leia e Padmé em homenagem às protagonistas de Star Wars e Bruce em homenagem ao Homem Morcego.

De qualquer forma, crescemos juntos, nunca fui muito amiga dos outros Padmé se dava melhor com Helene, minha irmã de criação, Bruce era um menino chato e cabeça dura que deu tanto trabalho que foi para um internato na Suíça depois de tentar transar com uma árvore e no fim, eu, Thor, Leia vivíamos juntos, passávamos feriados viajando, eventos festivos de família escondidos em algum closet fazendo nossas festas particulares e apesar de completamente diferentes uns dos outros, nos dávamos tão bem que eu parecia muito mais irmã deles do que os outros.

O Caribe não foi essencialmente ruim, enquanto Leia passou mais da metade do verão falando para os quatro ventos que agora era uma universitária, mais uma vez já que ela tinha desistido algumas vezes de outros cursos que ela tentou, Thor preferiu exibir seus músculos bronzeados pelo Caribe e distribuir cartões com o numero do seu telefone como se ele fosse um vendedor de maquiagem por catálogo. Já eu, bom fiquei embaixo do guarda-sol com meu Ipad fazendo todas as provas e aplicações necessárias para tentar consegui um estágio naquele ano, parando apenas para curtir as festas noturnas e boates enchendo a cara como todo bom universitário que se preze e prevendo o futuro de Thor contraindo alguma doença degenerativa e sexualmente transmissível que ainda seria descoberta.

A Garota de Vegas - De volta ao jogoWhere stories live. Discover now