Capítulo 1 - Medo

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Kylo acordou inquieto e suado, havia sido outro pesadelo, ele já estava acostumado

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Kylo acordou inquieto e suado, havia sido outro pesadelo, ele já estava acostumado. Seu sono sempre era acompanhado de gritos, sangue e pedidos de ajuda do seu eu mais novo que ele nunca conseguia atender.

Enquanto se recuperava, voltando aos poucos a realidade, ele notou a figura nua e pálida sentada aos pés da cama fumando um cigarro.

Toda aquela pele exposta de uma brancura quase mórbida, típica de alguém que havia sido criado sob luzes frias e artificiais. Era tão lindo, tão frágil e vulnerável, tão diferente do general constipado que andava pelos corredores como se fosse invencível.

Ele tentou se lembrar como e quando aquilo havia começado, como o homem a quem mais odiava se transformou em seu amante?

Ele odiava sua petulância, sua soberba, seu cabelo ruivo perfeitamente penteado, mas principalmente, Kylo odiava o fato de que Hux não sentia medo dele. Talvez fosse isso.

O medo sempre esteve presente em sua vida, é o que acontece quando desde pequeno se tem mais poder do que é capaz de controlar. As outras crianças o temiam, seus pais o temiam, quando sua mãe o enviou para seu tio, Ben realmente acreditou que as coisas melhorariam, mas ele era apenas outro velho covarde. Então ele se transformou em Kylo e o medo passou a ser motivo de orgulho, ele adorava caminhar pelos corredores sentindo a angustia percorrer as veias de cada oficial, de cada stormtrooper.

Foi quando aquele jovem e superestimado general surgiu, se achando tão superior. Kylo o teria matado na primeira semana se Snoke não tivesse proibido. Ele nunca entendera a razão de seu mestre dar ouvidos aos delírios daquele cão sarnento.

Ver o medo nos olhos do ruivo se tornou uma obsessão, ao ponto de Kylo assassinar outros oficiais na sua frente, apenas com a intensão de fazê-lo temer.

- Se eu quisesse mata-lo agora eu poderia, e nem ao menos precisaria me esforçar para isso. – Disse o líder dos cavaleiros de Ren em uma dessas ocasiões.

- Exatamente! Se você quisesse me mataria e não haveria absolutamente nada que eu pudesse fazer para evitar, então do que me adiantaria teme-lo? O medo só me tornaria fraco. Então, se não vai me matar, saia da minha frente pois tenho trabalho a fazer! – Hux respondeu sabendo qual era a real intensão de Ren com tudo aquilo.

Depois desse dia não demorou muito para que os dois acabassem na cama.

Mas não era como se eles tivessem um relacionamento ou algo assim, fora do quarto eles mantinham sua rivalidade, suas diferenças de opinião e até o desejo mutuo de assassinar um ao outro, e mesmo quando estavam na cama não havia conversas pessoais ou apelidos carinhosos, era apenas sexo, silêncio e cigarros.

Na verdade, a parte dos cigarros era mais pelo Hux, Kylo nunca suportou o cheiro daquelas coisas.

Bem, talvez ele estivesse começando a apreciar aquele cheiro, afinal ele o fazia lembra do ruivo.

Kylo sorriu com aquele pensamento, enquanto mantinha os olhos fixos no corpo atraente de seu general.

Foi quando Hux se virou, quase como se pudesse sentir aqueles olhos sedentos sobre ele.

Ao constatar que o outro homem havia acordado ele voltou a se concentrar em seu cigarro, mas não antes de soltar uma pergunta.

- Por que acha que fazemos isso?

- Isso o que? - Disse mais confuso por Hux estar puxando conversa pós sexo, do que pela pergunta em si.

- Isso ... – Ele se voltou novamente para Kylo e gesticulou com a mão entre eles. – Nós dois ... Por que acha que fazemos?

- Diversão, eu suponho. – Ele respondeu de forma descompromissada enquanto se ajeitava melhor sentado com as cotas na cabeceira da cama.

Hux soltou uma risada amarga e depois tragou o seu cigarro soltando a fumaça na direção de Ren, antes de responder.

- Não acho que saibamos o real conceito de diversão, meu caro.

- Então, por que acha que fazemos? – Kylo se inclinou para frente, agora realmente interessado no rumo que aquela conversa teria.

- Não sei, fuga da realidade .... Autopunição talvez ... - A resposta veio cortada por uma tragada do cigarro que estava quase no fim.

Agora foi a vez do homem de ombros largos e cabelo escuro rir.

- Autopunição??!! – Ele ficou de joelhos na cama e engatinhou até ficar próximo o suficiente para cochichar no ouvido de Hux. – Então me foder é uma punição para você?

- A sua existência é uma punição pra mim, Ren. – Ele disse após soltar a fumaça da sua última tragada no rosto do outro homem.

Aquilo não agradou Kylo, que agarrou o punho da mão que o ruivo usava para segurar o cigarro com uma de suas mãos, e usou a outra para arranca-lo e arremessa-lo longe. Hux tentou se soltar, mas isso só fez com que o cavaleiro de Ren intensificasse o aperto e o puxasse para mais perto, de forma que agora ele pudesse olhar no fundo dos olhos do general.

- Eu não tenho medo de você Ren! Eu já disse que ...

- EU TE AMO! – Ele interrompeu o ruivo petulante.

Durante um silêncio interminável de alguns segundos, Kylo encarou aqueles olhos cor de esmeralda, ele não estava usando a força, mas apenas tentando ler qualquer reação que eles tivessem.

- Ninguém amaria um monstro! – Disse utilizando a mesma voz fria com que diria para um stormtrooper limpar o seu banheiro.

- A não ser outro monstro! - Ele então o beijou de forma bruta e desajustada.

Hux reagiu o empurrando com violência e o máximo de força que tinha em seus braços finos, desequilibrado, Kylo caiu de costas na cama, nu e duro, como provavelmente ele estava desde a hora que começou a apreciar as costas pálidas do general.

O ruivo não pode deixar de sorrir ao ver o estado avançado de excitação de seu amante, então ele se apressou em ajoelhar em meio a suas pernas e levar seu pênis a boca, se deliciando com os gemidos do cavaleiro.

Kylo era muito vocal durante o sexo, a intensidade de seu prazer podia ser medida pela velocidade e altura de seus gemidos, palavrões durante o orgasmo também eram comuns e chegava a ser irônico como um homem que usava uma máscara com modulador para engrossar e distorcer a sua voz, gemia quase sempre em falsete.

Hux continuava seu trabalho, segurando a base do pênis com uma das mãos enquanto a sua boca subia e descia em movimentos cada vez mais rápidos, os gemidos de Ren acompanhavam essa crescente, se tornando cada vez mais agudos.

Foi quando ele começou a passar as mãos em seus cabelos negros, enquanto tentava falar.

- Não ... Eu não quero ... Não quero gozar ... Não assim ... – A frase foi entrecortada pela sua respiração pesada.

O general então parou seus movimentos liberando Kylo de sua boca, mas manteve a mão apertada na base, ele levantou os olhos para apreciar a bagunça que o outro homem havia se tornado.

- E como você quer gozar então? – A pergunta feita com uma calma irritante foi finalizada com uma lambia na cabeça do pênis que fez o cavaleiro soltar um gemido agudo que preencheu o quarto.

- Você sabe como ... – Disse ao se recuperar.

- Eu quero que você diga!! – Sua voz era forte e autoritária, digna de um general.

- Eu quero que você me foda!

Sexo, Silêncio e CigarrosWhere stories live. Discover now