Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
─ Vocês vão para o luau?
O de olhos azuis olhou para Tamires, que fitava a si e ao casal de amigos que o acompanhava, a curiosidade em seus olhos desvaindo-se ao ouvir Rafael falar:
─ Ah, não sabemos ainda.
─ Mas é claro que sabemos!
Gabriela soltou o grito que assustara os quatro, chamando toda a atenção para si ─ Não que se importasse, de qualquer maneira.
─ Rafael é chato _pra caralho_, liga não, Tami ─ Continuou, dando um sorriso sincero à mais velha. ─ Estávamos planejando ir, sim, e você?
A de cabelos presos pareceu encabulada por um minuto, fitando suas sandálias pretas.
─ Na verdade, só pensei em ficar aqui e ver um filme. O luau é muito bom, mas, sinceramente, tem pessoas que eu prefiro não ver ─ A personalidade da mulher parecera bem mais genuína, agora, na opinião de Rafael. Não tão entusiasmada. Claro que as expectativas criadas pelo loiro foram quebradas assim que ela tornou a falar, um sorriso brilhante como a lua tomando conta de seu rosto: ─ Mas tirem fotos! Adoro essa energia adolescente que vocês, nessa idade, transmitem. Faz-me sentir viva.
Podia sentir Tom segurando a risada ao seu lado, provavelmente pensando em uma das variadas piadas prontas que provavelmente vieram à mente ─ E Lange sabia, pois vieram à sua, também.
Gi sutilmente passou a mão por cima dos ombros do namorado, dando um aperto em seu braço. Toledo grunhiu em desaprovação, passando sua mão repetidas vezes pela área, os dois ignorando totalmente sua presença e a de Tamires e Gabriela ─ Que, naquele meio tempo, haviam começado uma conversa saudável sobre decoração.
Passou a observar o lugar, sem saber o que fazer ou com quem falar. Rafael tinha dessas, às vezes sua parte social sumia, assim, de repente. Quase dormia, ao tentar não prestar atenção na conversa alheia, mirando os infinitos gatos que a mulher mais velha tinha ─ Os presentes no cômodo, cinco, que divertiam-se entre si, arranhando uns aos outros.
─ Enfim ─ "Tami" o despertou com uma palma alta ─ Rafael, espero que mude de ideia. O luau é incrível.
Sorriu falso, realmente esperando não precisar entrar em uma discussão com Gabriela caso dissesse não.
─ Certo.
༄
─ Ela é a nossa melhor propaganda.
Tirou o olhar da menina com o violão, fitando, por fim, a mulher que lhe dirigia a palavra, estendendo-o um copo de vidro com o que aparentava ser um coquetel de limão ─ Acompanhado a um pequeno guarda-chuva, o que fez Lange franzir o cenho, mas sorrir.
─ Sabe, eu sei quem você é, bonitinho ─ A dona do quiosque em que apoiava-se continuava a falar. O loiro imediatamente pensou no Youtube, a plataforma que o fizera famoso e, junto, o dera tantos problemas. Talvez fosse uma fã? ─ Liana contou de um chato de olhos azuis que odiou a cidade.
Definitivamente, não era uma fã.
─ Não é que tenha odiado. Eu só não gosto muito de praia, litoral, e toda essa história ─ Viu-se enrolado às palavras.
─ Precisamos de mais coquetéis. A mesa de amostras está acabando mais cedo que o esperado.
Segurou o salto que quis dar junto ao seu coração ao ouvir a voz atrás de si, súbita, enquanto sua não-fã apressou-se em direção à geladeira. O homem, dono da voz, pôs-se para dentro da cabana, a bandeja que segurava apoiada em frente a Rafael.
─ Este é o menino de quem Liana falava? ─ Ouviu o desconhecido sussurrar para a mulher com quem conversava antes.
─ É, o da cidade grande.
─ O que ele veio fazer no Luau?
─ Aparentemente a Gabi obrigou ele, mas já sabíamos que isso ia acontecer.
─ Eu estou aqui, viram?
Os dois viraram-se para si, o riso cessando.
─ Henrique, prazer. E essa é a Miranda.
Eles, definitivamente, não batiam muito bem. Metade da cidade não batia muito bem. Ou, talvez, ele próprio não batesse muito bem, e estivesse tentando justificar sua loucura com a loucura de outros.
Apertou a mão estendida de Henrique apenas pronunciando um "Prazer", com a consciência de que sabiam seu nome.
─ Então, Rafael, por que você não para de ser um pé no saco e vai se divertir um pouco?
─ Henrique! ─ A mulher o recriminou, segurando um riso, e depois fitou o loiro ─ Mas é verdade. Vai lá!
Ao mirar o lugar para onde a morena apontava, conseguiu enxergar com clareza seus três amigos ─ Giovanna e Toledo dançavam uma música qualquer que era tocada pela banda, enquanto Gabi cantava com Liana. Sabia que poderia estar tendo um tempo melhor. Mas sabia, também, que poderia estragar tudo, se tentasse. Era a última coisa que queria, mas, às vezes, não podia evitar.
Era de sua natureza.
Ignorou os pensamentos que vinham, tentando ser otimista, por uma vez na sua vida. Era apenas uma festa na praia, certo? Nada de mais. Nada para destruir. Nada para quebrar.
Bebeu um gole generoso de sua bebida, e sorriu para o casal, o efeito do álcool já arranhando sua garganta e acentuando sua audição. Sem controlar suas pernas, já via-se caminhando em direção ao palco, vendo seus amigos acenarem e um sorriso sair dos lábios de Liana.
