Creio que para que a continuação deste livro seja condizente e necessário que tratemos sobre uma questão indispensável e que é uma das mais problemáticas no campo da epistemologia. Qual será o limite do conhecimento humano? Com o tempo é possível que esse mesmo limite quebre qualquer tipo de "barreira?", são perguntas que possivelmente o próprio limite não nos permita responder.
Quando tive pela primeira vez contato com o livro de John Locke, o Ensaio Acerca do Entendimento Humano, confesso ter ficado por ora confuso. Nas primeiras partes do seu livro Locke usa uma explicação parcialmente teológica para explicar a questão que aqui propus. Locke afirmou que o conhecimento humano é extremamente limitado, mas que possui capacidade o bastante para enxergar todas as coisas que são necessárias para a nossa vida e compreensão da realidade. De certa forma, hoje nos parece bastante visível que nesta terra viveram seres humanos que quebraram e ultrapassaram limites do conhecimento de seu tempo. Afirmo que para um homem de 50 anos atrás muita das coisas que foram teorizadas ou até mesmo criadas pelos homens do tempo presente eram inimagináveis. De fato o conhecimento leva tempo e é gradativo. Quando falo sobre conhecimento estou limitado este campo as descobertas científicas principalmente, uma vez que são elas que de certa forma criam a noção de que a sociedade está evoluindo, uma concepção um tanto quanto positivista por sinal. É espantoso pelo menos para mim que em tão pouco tempo da ciência moderna os homens já consigam conhecer uma quantidade bastante significativa de planetas, estrelas e uma série de coisas diversas fora do globo.
Duas correntes epistemológicas já dividiram opiniões que foram debatidas com muito afinco e que de certa forma foram bem elaboradas de maneira concreta por Kant, fazendo uma reunião das melhores partes das duas concepções. O racionalismo, liderado principalmente pela figura de Descartes e o empirismo liderado por Bacon, Locke e Hume protagonizaram um dos embates teóricos e filosóficos pelo qual tenho a maior admiração. O conhecimento humano deriva-se de ideias inatas ou das próprias faculdades sensoriais humanas? Como não pretendo aqui fazer uma releitura ou uma interpretação dos pensamentos destes homens, digo que sempre fui um adepto as concepções Lockeanas, embora no campo do empirismo e para a filosofia moderna essas fossem limitadas.
Creio que exista nessa vida certos dilemas insolucionáveis para a nossa capacidade, como a do primeiro capítulo deste livro. O máximo que conseguimos fazer é expor opiniões sobre esses assuntos. Tendo essa ou aquela teoria razão acerca dessas problemáticas, não existe formas concretas e absolutas de mostrar a veracidade dessas opiniões, e é ai que se encontra o limite. A mente humana é capaz de criar em pouco espaço de tempo uma infinidade de idealizações acerca de diversas demandas ou temas. Creio que o maior limite para a capacidade do nosso conhecimento seja o tempo e a falência de nosso corpo. É completamente compreensível que com um pouco mais de tempo e vivência seria fácil para grandes personagens ao longo da história da humanidade conseguirem feitos ainda maiores, como por exemplo Einstein, Tesla, Aristóteles e outros diversos nomes que marcaram o percurso da humanidade até aqui com suas descobertas, teorias e invenções. Imaginem que com mais cem anos, disposição e energia, este mesmo Einstein seria capaz de fazer? Isto reflete o limite do conhecimento humano.
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Minhas considerações acerca da vida
Non-FictionIrei tratar neste livro indagações que flutuam em minha mente e que creio ser pertinentes para serem tratadas por mim.