O meu castelo de areia desabou, sem avisar quando ou quanto tempo eu tinha para me proteger. Tentei fugir, mas fui soterrada sobre todas aquelas coisas, todas as palavras mal faladas, todos os xingamentos, todos os problemas, todas as tentativas infundadas de tentar manter uma boa relação com quem nunca gostou de mim.
Tudo se acumulou e em meu peito transbordou dor e lágrimas, queria ter esperança, preciso ter esperança, mas é tão difícil se ter quando a escuridão toma conta da gente.
A única coisa que eu precisava, era de alguém para conversar, desabafar, ou apenas ficar em um silêncio confortável, mas o que encontrei foram palavras grosseiras jogadas ao vento, sem medir a quem iri doer, dúvidas, dor, decepção.
É difícil compreender que certas pessoas evitam demonstrar fraqueza, eu sou ma delas, ainda não sei lidar com isso, não consigo demonstrar meus verdadeiros sentimentos. Pela fachada animada, radiante, alegre, despreocupada, falante, ninguém consegue imaginar o que realmente habita o ser de cada pessoa.
Enquanto escrevo estas palavras, vejo o sol iluminando minha janela, me lembrando que apesar de tudo o que guardo em meu coração, a vida é ma eterna tentativa de deixar tudo pra lá, pois tudo nela passa, nós estamos apenas de passagem.
Mesmo com todas essas paredes desbotadas, neste velho quarto, ouvindo os bip dos aparelhos, arrumo o meu melhor sorriso, pois mesmo estando destruída interna e externamente, espero com toda a força que existe no meu ser, que isso seja apenas passageiro.
E amanhã, neste novo dia, externamente estarei curada, já internamente provavelmente demorará um pouco mais de tempo.
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Cartas
Short StoryLi em algum lugar a importância de se escrever cartas. Então aqui vai uma coletânea delas. Obrigado leitor por estar acompanhando. PLÁGIO É CRIME! (Art.184 e parágrafos do Código Penal)