Capítulo 27

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Quando Clarke acordou, Bellamy já se fora. Ele provavelmente teve que acordar cedo para o trabalho. Parecia que ele tinha tido muitos serviços  ultimamente, principalmente coisas de carro. Com o inverno divulgando sua presença, muitos veículos estavam tendo problemas, e todos em sua parte da cidade pareciam vê-lo como o cara que poderia consertá-los.

A primeira coisa que ela fez quando saiu da cama foi ir até a mesa e ver se ele realmente tinha terminado o papel. E de fato, ele tinha. Estava em cima do computador, três páginas e meia, grampeado no canto esquerdo e espaço duplo. Ela passou os olhos, satisfeita ao ver que parecia bem escrita. Esperançosamente, seu professor não a conhecia o suficiente para reconhecer que ela nunca seria capaz de escrever isso. Arte era coisa dela. História da arte ? Não muito.

Levou cinco dias para o professor receber a classificação de todos os ensaios, o que, na época da faculdade, não era tão ruim assim. Clarke ficou um pouco nervosa quando viu as notas de algumas pessoas sentadas ao seu redor. C-. D+. Um F? Um F legítimo para a garota sentada ao lado dela? O professor rabiscou uma nota na frente em tinta vermelha que dizia: 'Plágio é um crime. Vejam.'

Oh meu Deus, Clarke pensou preocupada. E se ele pensasse que ela também havia plagiado? Ela tinha, tecnicamente? Se eram as palavras de Bellamy e não as dela, isso era crime? Certamente não quando ele se ofereceu para fazer isso, certo?

A preocupação ficou em pânico quando todos os outros pareciam ter recebido seu papel de volta, e Clarke ainda não tinha visto o dela. O professor ficou de pé em frente à sala de aula, pigarreando, segurando um papel na mão. "Eu tenho um trabalho que preciso destacar", anunciou.

Clarke apertou os braços da cadeira. Meu Deus, ele ia contar para toda a turma que ela trapaceou, não foi? Ele iria fazer um exemplo dela para os outros, para que, quando o exame final chegasse, ninguém ousasse quebrar nenhuma regra.

"Este artigo", disse o professor, "é um exemplo de trabalho".

Os olhos dela se arregalaram de espanto. Espere o que?

Ele sorriu para ela. Clarke Griffin.

Todos se viraram para o fundo da sala de aula para olhá-la, aparentemente surpresos. E não é de admirar. Ela se sentou naquela classe sem nunca levantar a mão, mal dizendo uma palavra. Ela era uma não-entidade que, nas raras ocasiões em que o professor se dirigia a ela, ele a chamava de Connie.

"Clarke, você vem aqui em cima?" o professor convidou, afastando-se do pódio.

Puta merda. Ela levantou-se da cadeira devagar e deslizou para a frente da sala, petrificada para onde aquilo estava indo. Ela tinha um pressentimento que já sabia.

"Suba ao pódio", disse o professor.

Ela fez o que ele instruiu, tentando não parecer um cervo preso nos faróis, esperando que o resto de seus colegas não pudesse ver que ela estava tremendo.

"Gostaria que você lesse isso para a turma", disse a professora, colocando seu ensaio - o ensaio 'dela' - no pódio em frente a ela. "Quando você estiver pronta."

Oh Deus. Ela tentou respirar fundo sem realmente parecer que estava respirando fundo e olhou para a primeira página. Bom Deus, havia palavras ali que ela nem sabia como pronunciar. Bellamy tinha enlouquecido ou algo assim? Ele nem fala assim na vida real.

Eventualmente - Bellarke Onde histórias criam vida. Descubra agora