O amor não olha com os olhos

Capítulo 1

Carolina

Novembro. O mês onde começa o inverno,onde a neve cai e o frio deixa-nos com os cabelos dos braços em pé. O mês de Novembro sempre foi bom para mim,afinal é o alerta a dizer que falta apenas um mês para o 1°período da escola acabar e termos direito a duas semana de férias.
Como sempre,levanto-me ás 7:30 para me arranjar,tomar o pequeno almoço e ir para a escola. Eu estou no 8°ano, numa escola que fica no pequeno município de "palmeiras",em Portugal, onde vivo.

O meu sonho é ser tradutora. Sempre tive curiosidades por línguas estrangeiras,principalmente o inglês e as principais línguas asiáticas. Eu acho que é bom saber-mos
outras línguas além da nossa,para a nossa cultura e também, é muito aborrecido falar sempre a mesma língua. Pelo menos eu acho.

Outra coisa que também me levou a querer ser tradutora foram os livros. Eu comecei a ler no início deste ano e, posso dizer, é o meu maior vício!Adoro a sensação que tenho quando estou a ler,sinto-me noutro mundo ao qual não tenho de me preocupar com nada,nem com a escola,nem com as estúpidas brigas com os amigos.Nada.Apenas eu e o livro.

Sem dúvida que para mim a melhor coisa que posso ler é romance. Sempre me imagino como se fosse a personagem a viver aquilo tão lindo e tão perfeito. Mas quando fecho livro volto á realidade. A vida não foi feita para coisas perfeitas e facilitadas. Não obstante,eu sou muito nova para uma coisa dessas. Agora apenas tenho de me concentrar nos estudos para,pelo menos, garantir o meu futuro como tradutora.

Chegando naquele edifício horroroso e grande,ao que chamamos escola,avistei logo a Bea e fui logo ter com ela. A Bea é a minha melhor amiga desde do 5°ano e como eu,adora a Ásia. No 6°ano,mostrou-me um estilo de música chamado "k-pop".Nunca tinha ouvido falar,mas ela disse-me o que era com todos os pormenores e apartir daí fiquei fã. Esse é mais um dos outros muitos motivos ao qual gosto das línguas asiáticas.
Quando a vejo lembro-me sempre também de quando costumávamos amar tudo que tinha relacionado terror. Nós sempre que assistiamos  um filme,  fingiamos que não tínhamos medo,mas a verdade é outra. Sem falar dos jogos dessa categoria. Sempre que alguém da nossa turma tinha um problema sobre algum jogo de terror éramos nós que íamos ajudá-los.

Quando ás 8:30 tocou para irmos para as aulas,como sempre,passamos por difíceis e longos corredores,escadas largas e enormes e pior de tudo,o que eu chamo "A banada". Os miúdos ficam loucos por ir para as aulas eu não entendo como,nem porquê. Mas sempre que toca ouvesse berros,saltos,vozes agudas,vozes graves....e outras tantas características ás quais não me ocorrem na cabeça,provavelmente nem humanas são.

Chegando á sala,a professora ainda não tinha começado a aula,então, a Bea foi ter com a Mariana e a Andreia (amigas muito chegadas a ela) e eu fui ter com as minhas outras duas melhores amigas. Ana e Catia.

Eu conheço-as desde o 1° ciclo,desde do 1°ano,desde os nossos 6 anos. Elas foram as minhas maiores companhias ao longo dos anos. A Ana é uma miúda séria,chega a ser rude quando calha,mas dependente disso,sempre foi muito chegada a mim e  sempre esteve ao meu lado. Por outro lado,a Cátia é uma miúda muito divertida e sorridente porém fica chateada muito rapidamente. Eu já sei como estás duas resultam.

Começamos a conversar. Todas as segundas de manhã perguntamos sempre como correu o fim de semana e quando a pergunta é dirigida para mim, a minha boca tem a ousadia de lograr,como sempre :"estive a ler um livro". A conversa foi cortada pela áspera voz de uma professora de físico química dizendo para nos sentamos nos nossos respetivos lugares.

Sentada no meu lugar,sozinha,volto á realidade. Estou numa sala de aula,com 25 alunos á minha volta,alguns são meus amigos,outros apenas colegas e se calhar,alguns odeiam-me,mas mesmo assim,tenho de me concentrar ao máximo para conseguir chegar a algum lado no futuro. A vida não é perfeita e facilitada como um livro. Nunca será....