🖤CAPÍTULO 5🖤

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Julia narrando:

Cheguei em casa, que sensação boa, a casa limpa, eu sinto prazer nessas pequenas coisas, na casa limpa, nas tarefas da escola feita, no caderno com letra bonita e organizado, uma nota boa na prova, meu guarda roupa todo organizado, uma coisa raríssima de se ver. Como já disse eu me cobro muito, Leo n pode tá aqui pra tirar uma nota boa na escola, ele amava isso, ele amava ter um boletim impecável, já eu naquela época não ligava tanto assim, eu tirava notas boas sim, mas não era sempre 10 como agora. O do Leo sim, era só 10, notas perfeitas, um gênio, impecável, invejável. Por isso hoje eu sou assim, quero que ele sinta orgulho de min, de todos os meus 10, seja lá da onde ele estiver ele, tá orgulhoso eu sei disso. Eu amo tanto ele, as lágrimas caem, e então a primeira crise de ansiedade chega, caio no chão da sala, sobre um tapete vermelho, as lágrimas não param de cair, não paro de chorar, minhas mãos começam a tremer, todo o meu corpo treme, ele treme por medo, medo disso nunca passar. As alucinações começam, vozes aparecem na minha cabeça, eu começo a gritar, eu só quero que isso acabe e passe, me leva com você Leo, quero ficar do seu lado. Olho pra cima e vejo meu remédio encima do painel da TV, me arrasto lentamente até a ele, com dificuldade e tremendo muito pego o remédio coloco na boca e engoli seco mesmo . Deito no chão, é espero o sono vir, o que não demoro muito.
Acordar é horrível, porque instantaneamente o sofrimento passa, e a dor de te perder Leo passa por milésimos de segundos, essa foi uma das minhas melhores crises, passou tão rápido, as outras demoram mais, horas e horas sentada chorando e tremendo, arrancando cabelo. Me levando e pego o celular que estava no bolso da blusa de moletom que estava comigo quando sai, olho a hora e eram exatas 14:51 de um sábado, minha barriga se manifesta, e a fome chega. Mas descido subir e tomar banho, em uma água fria, um banho longo, eu gostava da sensação da água caindo nas minhas costas. Leo amava água, ele amava rios, cachoeiras, banheiras tudo. Inclusive a faculdade que ele iria fazer seria biólogo Marinho. Vocês sabem mais coisas do Leo do que de min, eu quero ser uma bióloga marinha, quero realisar os sonhos que o Leo não pode realizar, um dia vou ser feliz por ele. Leo gostava bastante de crianças, vivia dizendo que queria um sobrinho, eu apenas ria e dizia, que não queria ter filhos. Ainda não quero, por agora, mas mais pra frente eu vou ter, pelo filho que o Leo não pode ter. Saio do banho e vou até a cozinha, tempero um bife, e coloco pra fritar, corto um tomate e alface. Fazia um bom tempo que eu não comia, comida de verdade sabe, geralmente é só fruta, lasanha uas besteiras assim. Lavo toda a louça do almoço, é subo pra dar uma estudada, sabe como é né, revisar o conteúdo, e também tinha umas dúvidas, não tinha entendido muito bem matemática, vou revisar pra ver ser eu consigo.

Acordei as 6h da manhã, sim hoje já é segunda e eu não sai pra fazer nada esse final de semana, não pisei o pé pra fora de casa sob nenhuma hipótese, não tava bem, fiquei com medo de uma crise atacar de novo e no meio da rua ninguém iria me ajudar. Me levando tomo um banho curto coloco uma roupa básica, o de sempre na real, ( uma camiseta branca, de manga curta, por cima um moletom bem grande na cor cinza, e uma calça semelhante que formava um conjunto, com uma toca preta e o capuz), meu tão amados óculos, e um tênis preto com um salto. Não comi nada hoje, ou melhor minhas paranóias e crises não deixaram eu comer nada. Parei na frente do espelho por 3 minutos o suficiente pra perceber o quanto magra eu estou, meu rosto fino, se Leo estivesse aqui estaria empurrando comida em min, ele odiava me ver triste, ou magra de mais, sem comer nada, toda descuidada sem vaidade alguma. Mas como eu estaria feliz, como, era ele que me fazia sorrir, era ele que me fazia comer, era ele que me fazia viver como seguir sem ele, mesmo anos depois, eu não me recuperei, talvez nunca vou me recuperar. Não me permiti chorar nem por 1 segundos, apenas peguei a mochila e fui pra escola de cabeça baixa, ao som de céu azul acústico, sinceramente amava pra crl. Chego e vou direto pra biblioteca, quero pegar um livro chamado " A filha do apanhador de demônios", li o resumo na internet e parece ser bom, ( autora falando: esse livro é bm pra um crl, leiam por favor). Chego tranquilamente na biblioteca, esperava ter um pouco de paz na biblioteca, pelo menos aqui. Abro a porta e de imediato vejo Alan, com cara de confunso escolhendo um livro ou tentando pelo menos, como assim Brasil o Alan sabe ler? Ok talvez eu tenha subestimado ele, eu estava imóvel com aquela cena, meu Deus isso era real, parece drama, mas ele é muito burro em sala de aula, só passa de ano porque os pais são ricos, só pra vocês terem uma noção, uma vez ele disse em sala de aula, que seres procariontes não se reproduzem porque não tinham núcleo, fala sério até criança sabe que isso é mito. Estava parada lá observando a cena até que ele fala:

Ela É Minha NerdOnde histórias criam vida. Descubra agora