Me sinto aprisionada,
Presa nesse sistema sem fim.
Tenho que manter essa máscara imaculada
De uma menina sem defeitos, uma aluna de marfim.
E oh Deus como ela pesa,
Pesa porque, apesar de não parecer, está suportando o peso
de toda decepção, ansiedade, angustia e aspiração
Que me corroem aos poucos, vão atravessando meu coro.
E essas, clamam por minha atenção,
sem nenhuma noção do que as cerca.
Sem nenhuma noção que estou muito ocupada,
As enterrando o mais fundo que posso dentro do meu coração.
Eu só queria viver e apreciar a vista,
Me aventurar e mudar o mundo.
Ser a heroína dessa sociedade positivista,
Que devora os adolescentes como um porco faminto.
Queria cantar para multidões, e ser maior que os Beatles.
Mas não consigo me mexer.
Porque tem alguém segurando meus pés,
e esse alguém sou eu.
Eu tenho que me levantar,
Abandonar essas correntes.
Que me prendem e me impedem,
De ser grande como o sol.
Não, eu VOU me levantar!
E vou andar, não, correr por gaia inteira,
E só vou parar quando me sentir satisfeita.
Por eu, também, mereço ser feliz.
