1-3 - Mais desencontros que encontros

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Após um longo e intenso de aulas, Nathalia segue para sua casa, que não fica muito longe do Campus da universidade. No caminho, duas de suas amigas resolvem acompanhá-la. São as gêmeas Karen e Karmen. Sendo delas Karen a mais atrevida e a mesma pergunta. - Nathy eu a vi conversando com o Suzuki hoje. Não me diga que pretende trair o Andy com aquele nerd desajeitado e sem graça?

Nathalia então sorri e diz-lhe. - isso jamais aconteceria, o Andy é alto, bonitão, tem porte atlético, é forte e tem personalidade, carisma, é um dos maiores atletas do campus alem de que de longe ele é o mais popular dos rapazes. e vejo como as outras garotas olham quando estou perto dele. Isso é muito bom para a autoestima. Não que eu precise eleva-la ainda mais. Já o Suzuki alem de muito baixinho ainda é muito bizarro. Já viu como ele anda pelos cantos do corredor? Parece um cão sem dono, Ele é um pobre coitado cheio de problemas existenciais que não tem onde cair morto. Mas ele é útil porque ele é muito inteligente sabe. E eu pedi para ele fazer um trabalho para mim. Pedi um favorzinho. E ele não me negou.

Karen então diz-lhe. - e você usou de seu charme para iludir o Otaquinho da universidade não é? Sem nenhum esforço você foi genial! - Nathalia a responde. - eu não seduzi ninguém, se ele se ilude isso é um problema exclusivamente dele.

Karmen, sendo sensata diz. - eu acho isso tudo de muito mau gosto. Não acho certo enganar as pessoas para conseguir favores. Logo você Nathalia, filha de um dos homens mais influentes de toda a Europa fazendo joguinho sujo de manipulação?

Nathalia responde prontamente. - justamente por eu ser a filha do ministro não posso me dar o luxo de ser reprovada. Como você acha que as pessoas alcançam posições de destaque e poder se não por meio de manipulações? A vida é assim se você não joga não progride. E você deveria saber disso não é Karmen? Já nascemos especialistas em jogar e manipular. Você sabe muito bem do que estou falando.

E então frente ao portão da casa da Nathalia as amigas se despedem.

Ao cair da noite daquele mesmo dia, Suzuki está muito inquieto e ansioso. O jovem que até pouco tempo era recluso, é incomum vê-lo sair à noite todo arrumado e com um notório espírito de animo. Vendo a diferença que o Yuri está demonstrando desde as ultimas semanas, seus pais riem ao vê-lo tão apressado e empolgado, parece estar indo para algum compromisso urgente.

Suzuki sai às pressas para a casa onde mora Nathalia. Mas antes de chegar lá resolve andar mais duas quadras e resolve passar em uma loja de chocolates e comprar uma caixa de trufas. Então ele sussurra sozinho – espero que ela não seja alérgica, mas não consegui pensar em nada melhor.

Com uma caixa de trufas em uma mão e o endereço da Nathalia na outra, finalmente Suzuki chega ao endereço e ao olhar para o muro o portão e a parte superior da casa, Suzuki fica extasiado frente a casa da garota e ele exclama: - que casa enorme! Ela não me disse que era rica. Ela deve ter uns cinco empregados! – nesse momento Yuri se sente diminuído e pensa em desistir. Mas ele respira fundo, toma coragem e toca a campainha.

Sonolenta, ainda coçando os olhos e com poucas roupas, vestindo apenas um blusão branco, uma calcinha rosa por baixo e descalça e mal penteada, na maior naturalidade abre a porta quando vê o Suzuki. Antes de tudo o Yuri pergunta: - cheguei muito cedo? – sem graça Nathalia responde. – não, você chegou na hora certa, fui eu que me esqueci completamente.

Suzuki então entrega para ela a caixa de trufas de diz. – são para você, não sei se você é alérgica a chocolate, mas não consegui pensar em nada melhor, pensei em flores, mas sou alérgico a pelém. Por isso pensei que chocolate seria uma boa opção. – Nathalia pega das trufas nas pontas dos dedos e com uma expressão sensual a leva vagarosamente para a boca, após a primeira mordida ela sorri e diz. – está tudo bem, sabia que eu adoro castanhas? Essas trufas estão saborosas.

Yuri fica meio nervoso, mas tenta não demonstrar. Ele se impressiona como ela age tão naturalmente estando com tão pouca roupa diante dele. E ele pensa. – isso é tão natural para ela, incrível como não posso perceber nenhum traço de nervosismo.

Nathalia percebe que Suzuki está olhando para ela. Então coloca os cabelos no ombro esquerdo e diz. – como pode ver sou uma garota normal. – Suzuki então disfarçadamente desvia o olhar e diz. – que ela está ainda mais radiante. – então Nathalia sorrindo sensualmente diz. – não seja bobo. – e se cria ali um clima e silencio. Quando Nathalia pergunta. – você não quer subir para o meu quarto? – Suzuki fica nervoso e gagueja. – seria um prazer, não prazer, acho que você entendeu o que eu quis dizer. – Nathalia então diz. – não precisa dizer nada, só vem.

Então os dois sobem as escadas, e entram no quarto da Nathy. Então Nathalia deita-se na cama, e vendo o nervosismo do Suzuki paralisado pergunta. – o que você está esperando? – Suzuki aproxima-se dela de forma sutil, mas esconde ao máximo sua ansiedade quando ele está prestes a beija-la, ele é afastado. E sem entender a atitude do rapaz Nathalia diz. – não me avance assim garoto, eu te chamei para minha casa para você me ajudar com um trabalho. Pensou que fosse o que? Eu deveria ter te explicado melhor antes. Não me entenda mal Os livros estão ali em cima da escrivaninha. Pode usar meu computador se quiser. – desanimado o Suzuki apenas diz. – porque não me disse desde antes o que queria que eu fizesse? –Nathalia o pergunta. - se eu dissesse você viria? – Sem dizer nada Suzuki senta-se à mesa do computador da Nathalia agradece pelas trufas, e Suzuki então a pergunta qual o tema de suas pesquisas. – diversificação e dispersão dos mamíferos através da seleção natural. – respondeu Nathalia. E Suzuki começa a elaborar a pesquisa enquanto a Nathalia dorme.

Já se passaram quase quatro horas. Suzuki ainda está trabalhando nas pesquisas da Nathalia, ela levanta e vai ate a cozinha, e volta para seu quarto com uma caneca de café. E sentada na cama olha impaciente para o relógio, enquanto balança as suas pernas. Quando a campainha toca ela corre para a janela do quarto e olha para fora e acena para alguém e diz. – eu já estou indo! - o visitante dessa vez é o André do time de basebol. Ela vira-se para o Suzuki e diz. – já está ficando tarde não é? Seus pais devem estar te esperando. – selecionando todo o trabalho que fez Suzuki deleta toda a pesquisa e responde. - Eu já entendi, desculpe-me o incomodo. – cínica a Nathalia diz. – grata pela ajuda Suzuki, se eu precisar te chamo de novo.

Suzuki deixa o seu quarto após apagar o trabalho. E ouve-a gritar pela janela – espera só um pouco, vou me arrumar e já estou descendo! – Suzuki percebe que a Nathalia agiu propositalmente, mas ele se mantém frio. Pois apagando as pesquisas ela aprenderia uma lição valiosa.

Enquanto Suzuki sai da casa da Nathalia o André entra pela porta. Yuri ainda pensa em dizer algo ao André, mas prefere ficar calado e volta para sua casa com o coração partido sentindo-se usado.

A lua cheia prateada e melancólica, encoberta pelas nuvens daquela noite fria qual caia o sereno fino. Faz Suzuki refletir. – essa não é a primeira vez que algo do tipo acontece, mas dessa vez foi mais hardcore, esta será a ultima vez que caio em uma conversa fiada, nunca mais serei enganado ou iludido. - chutando uma lata abandonada na rua ele para e olha para aquele luar melancólico e grita consigo mesmo. – eu deveria ser mais desconfiado com as pessoas, deveria ignora-las mais assim como é o Matheo. Por falar no Matheo, bem que ele tentou me alertar, se eu tivesse entendido teria evitado. Se eu sofreria muito menos, e estaria imune a situações desagradáveis como essa. É Suzuki, você é mesmo um otário que nunca irá aprender a lição, jamais deixará de ser um trouxa!

Opressor Alien  - Ecos da Guerra - Ln- 1/1Onde histórias criam vida. Descubra agora