Receptáculo

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No fim da minha vida
Eu vi um portão
Uma voz desconhecida
Me estendeu a mão
Uma alma sofrida
Dentro de um caixão
Lamentando a própria vida
Sem pulsar o coração

Em uma história triste porque se acende vela?
São tintas mais fracas do que tintas de aquarela
Eu não gosto dessa vida, porque eu vivo nela?
Maldito foi o Adão de ter confiado na Eva

Que sejam consolado, os que já consola
Que o mundo queime, como a Babilônia
Que seja controlado, os que o controla
Que tenham sono eterno, aos que sofrem de insônia

Olho nos olhos das pessoas, tentando mentir
Chorando na minha despedida, com vontade de sorrir
Pode esconder tudo de mim, eu ainda vou sentir
Pode esconder as coisas, de qualquer jeito vai me ferir

Estou vendo flores voando na sepultura
De pessoas que não me vêem como humano mas como criatura
Diziam que eu era a loucura da própria loucura
Poucos eu sinto que tem uma alma branca e pura

Eu vejo cada pecado
Eu prevejo tudo, estou ao seu lado
Sei do futuro, presente ou passado
Eu vejo tudo que faz de errado

Mas... Tá tudo bem, cada um com sua crença
Conforme seu conhecimento, muda sua sentença

Oh juiz supremo, ouça meu pedido singelo?
Que não faça diferença entre o pobre e o cara de terno?
Que bata com força o martelo
Para mandarem todos ao inferno...

Depois da minha vida
Eu vi um portão
Uma voz conhecida
Me estendeu a mão
Uma alma sofrida
Dentro de um caixão
Lamentando a própria vida
Sem sinal de salvação....

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