A Saliva do Dragão

Tratamento de Pronomes

É no nosso dia-a-dia que vamos percebendo a diferença que existe em nós no que se refere à proximidade entre os seres humanos. Hoje tenho 44 anos e estou solteiro por isto as pessoas que encontro do sexo oposto está no ônibus no trabalho, na igreja, destas pessoas eu sinto que algumas "palavrinhas mágicas" é que fazem a diferença. É estas que com que eu sinta liberdade de me aproximar mais ou simplesmente manter certa distância. Conheço uma menina de 13 anos que desde que a conheci ela me chama pelo meu nome, toda vez que a encontro eu converso, eu brinco, eu sinto que estamos na mesma sintonia. Veja! Isto não quer dizer sexualidade, isto é simplesmente a necessidade que temos de proximidade. E, no entanto, há outra que usam antes do nome o tal de "Sr." se você for consultar em um livro de gramática verá que é um pronome de tratamento que significa "respeito" respeito do que? Respeito é algo acima de qualquer tratamento, respeito não precisa de formalidades e nem requer diferença de idade. Devíamos abolir todos os pronomes de tratamento, só deixaríamos o "você", este sim! Já estamos acostumados e também faz parte de nossas relações humanas. Pronomes de tratamento só servem para egos inflados – Isto quando estas pessoas insistem em usá-los – Seres que se escondem atrás do poder achando que são melhores que o "Zé da esquina" Eles não São! O homem que realmente tem poder é simples como uma flor que deixa que todos a toquem, não precisa de muros. Para falar com altas autoridades devemos dizer "Vossa Excelência" (V. ex.ª) e se formos até Roma visitar o Papa devemos dizer: "Vossa Santidade" (V.S) porquê tudo isto! Com tantas palavras mais humanas como: amigo, companheiro, parceiro, irmão enfim, qualquer uma que não nos afaste do meu semelhante.

Se tivéssemos que usar um pronome de tratamento que mostrasse a nossa diferença este só poderia ser dado a Deus, mas pelo que me consta foi este próprio Deus que sempre quis abolir estas diferenças. Quando oramos dizemos: Meu pai. Veja quanta proximidade, quanta intimidade, usamos um pronome possessivo que dá força a esta relação e que nos faz sentir que Deus é nosso pai.

Nós que estamos tão acostumados com estes pronomes de tratamento em nossa vida cotidiana o dia em que morrermos e nos encontramos com o Sr. Jesus Cristo diremos a ele: senhor Jesus aqui estou e ele nos dirá: senhor não! Me chame só como irmão.