V. Abertura

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Notas iniciais: Oláaa!

Primeiramente, lamento muito a demora com esse capítulo. Precisei dar um pause na história para estudar para um concurso (coisa dos infernos!), então foi um mês bem corrido e complicado.
Mas agora estamos de volta a programação normal! E como pedido de desculpas, o capítulo está bem grandinho!
Espero que gostem <3

***

- A ideia central da Teoria do Caos é que uma pequenina mudança no início de um evento qualquer pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Por isso, tais eventos seriam praticamente imprevisíveis; caóticos. - A voz de Aizawa se estendia pela sala, enquanto Midoriya tomava notas furiosamente. Ainda assim, uma parte de sua atenção se voltava para o lugar que a cadeira de Shouto ficava constatando de minuto em minuto que ele ainda não estava presente. A mesma parte de sua mente se perguntava se estava tudo bem, se algo tinha acontecido ou se ele ao menos havia voltado após o feriado. Bom, sempre havia o caso dele estar faltando aula para se manter saudável. Aizawa pigarreou e Midoriya percebeu que sua mão havia parado no ato de escrever. - Lorenz, seu criador, costumava dizer que era como se "o bater das asas de uma borboleta no Brasil causasse, tempos depois, um tornado no Texas" e chamou isso de "efeito borboleta", formulando a equação que temos aqui...

O restante da aula se passou como um borrão. Midoriya terminou o trabalho proposto antes que os demais e, com isso, teve permissão para sair mais cedo (Aizawa sabia que se o deixasse em sala o resto da turma logo o importunaria pelas respostas e ele, ingênuo como era, logo as cederia de bom grado). O garoto vagou pelos corredores, os dedos cerrados nas alças da mochila que parecia chumbo, como se o DVD que havia jogado lá pesasse várias toneladas.

Ele o carregava como um sinal de que estava disposto a cumprir a promessa que havia feito a Shouto, uma mísera abertura na armadura que vinha tentando manter (ao menos era o que ele pensava) e um sinal de que estava disposto a levar aquilo adiante. Tinha se preparado para aquilo. E, pelos céus, a quem queria enganar? Nem mesmo o rosto dele conseguia manter longe de seus pensamentos! As margens do caderno se encontravam tão rabiscadas com os vários ângulos que em que lhe desenhara os olhos e a curva suave que os lábios tomavam sempre que estavam juntos. Não conseguia evitar sentir um aperto no peito que o pressionava a cada minuto que não tinha notícias dele. Talvez ele houvesse desistido de si após tanto fugir, mas podia jurar que vira a alegria naqueles olhos profundos e díspares ao se despedir na última vez...

Talvez esse fosse o seu castigo por hesitar tanto.

Nem mesmo percebeu que murmurava como um louco pelos corredores, afastando as demais pessoas passavam, que lhe lançavam olhares estranhos e atravessados, e muito menos notou quando deu de cabeça contra um corpo macio e caiu no chão com tudo.

- Hey, olha por onde anda! - A voz era levemente conhecida, mesmo em sua total irritação. - Oh, Izuku, é você. Precisa ter mais cuidado, as pessoas podem não ser muito agradáveis quando esbarram umas nas outras.

- Mina! Eu sinto muito, não estava prestando atenção. - Ela estendeu a mão para ajudá-lo, a pele morena contrastando com os cabelos tingidos de um rosa bem marcante.

- Isso é óbvio. - Ela riu, a raiva esquecida agora. - Então, no que estava pensando para que tomasse tanto da sua atenção? - Midoriya corou. Era uma reação involuntária à pressão (e à várias outras coisas cuja lista era longa demais para ser mencionada no momento) que ele odiava por entregar totalmente os seus sentimentos. Como falar que sentia falta de Shouto sem parecer obcecado? - Eu vejo. - A mão dela foi ao queixo, os olhos se estreitando com perspicácia e um sorriso malicioso surgindo nos lábios. - Todoroki, então, não é?

- N-não é nada disso! Eu só estava preocupada com a prova e...

- Izuku, Izuku, Izuku... - Ela balançou a cabeça, o indicador imitando o gesto em clara negativa. - Provas são a desculpa mais velha da história da humanidade. Nós dois sabemos que isso não é verdade. Nem mesmo entendo para que tudo isso quando está claro que ele também é louco por você. - Ela suspirou. - Devia parar de fugir, vai que uma hora ele desiste.

A Teoria do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora