the husband | tom holland

when the party's over - Capítulo 12

Go on and walk all over me,
just don't walk away.

Palavras. Tão ingênuas, tão insignificantes, mas quando ditas com amargura podem ser tão cortantes quanto facas. E foram as palavras ditas por Tom que lhe ocasionou outro sonho, a dor se misturando ao efeito que suas palavras lhe causaram lhe trouxeram outro pesadelo. Você abriu os olhos e não conseguia identificar aonde estava, estava sozinha, o lugar era escuro e vazio, não havia nada além da imensidão escura, você se levantou e começou a andar, sendo abruptamente jogada para trás. Havia uma espécie de barreira, e você conseguiu identificar que estava presa em um tanque de água feito de vidro, e quando menos esperou água começou a molhar os seus pés, começando a almentar o volume em meros segundos, você precisava sair daquele tanque, ele estava trancado, se não saísse a tempo aquela mesma água seria responsável pela sua morte. Bater, começou a desferir socos e chutes sobre o vidro, seus punhos já começavam a sangrar e não tinha nem ao menos um arranhão no vidro. Tom apareceu em sua frente do outro lado do tanque, de repente, ele estava sério, apenas encarando o seu desespero. Você gritou por sua ajuda, gritou para ele te salvar, mas ele não fez, apenas observou se deleitando do seu medo, observando o tanque ser completamente coberto por água, observando seu corpo se contorcer enquanto a água invadia seus pulmões, lhe causando inconsciência até a morte.

Você acordou com olhos marejados e respiração pesada, ninguém estava ali para te trazer a segurança e o aconchego que necessitava naquele momento, estava sozinha, cogitou muitas vezes ir em busca de Tom, fingir que aquela briga idiota nunca tivesse construído aquela barreira entre vocês e poder chorar em seus braços. Mas você não foi. Não podia, não depois do que havia falado a você na noite passada, e sua única saída foram as lágrimas, chorou pelo que pareceu a noite inteira, já que podia se ver os leves raios de sol que começava a se por sobre a cortina. Se levantou indo até o banheiro, e você teve vontade de que realmente parte daquele sonho tivesse sido real, você não aceitava ser tão vulnerável e sensível, como você queria ser forte e apenas conseguir superar todas as merdas que te acarretaram desde a infância até a sua vida adulta, e se resultar na mulher fraca que se havia se transformado.

Era sábado e você ainda trabalhava meio expediente, mas pela primeira vez se viu inválida a ir trabalhar, seus olhos continham bolsas inchadas pelo choro e pela falta de sono, estava completamente derrotada. Uma imensa saudade de um colo apertou o seu peito, um abraço conhecido por cada átomo do seu corpo. Procurou por seu celular e discou o número de seu pai, esperando ansiosamente para ouvir sua voz do outro lado da linha.

"Hey! Olha quem lembrou que tem pais. Como você está, minha filha?" - aquela voz estava como ouvir anjos cantando em seu ouvido.

"Ah, papai. É tão bom ouvir sua voz!" - sua voz ainda tinha o tom baixo e rouca.

"Você está bem, querida? Dormiu bem? Sua voz está tão fraca..."

"Podemos tomar café juntos, papai? Eu quero conversar com o senhor."

"Claro que podemos, eu nunca diria um não a você. Te encontro no Starbucks em 30 minutos?"

"Tudo bem, estarei lá."

Você não fez questão nem de tentar encobrir as bolsas sob seus olhos, ou de sua vestimenta, apenas queria ir embora daquela casa e não encontrar com Tom pelo caminho, o que só pioraria sua situação. Se olhou no espelho pela última vez, e jurou que seria a última vez que se sentiria tão fraca e inválida, esticou a sua mão e pôde ver a aliança em seu dedo, o pequeno diamante no centro brilhando sob a luz solar. Os votos ditos por Tom naquele altar, mentiras, a sua promessa de nunca partir seu coração, mentiras. Não fazia sentido usar algo que não significava mais nada, que servia apenas como um enfeite. Deserousocou com cuidado a aliança do dedo, e deixou-a em cima da escrivaninha. Realmente, não fazia sentido usá-la.