CAPÍTULO 7

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- Acho melhor te levar pra casa. - James disse. Eu não acreditei muito.

- Agora? Eu pensei que íamos...

- Não. - Ele me interrompeu.

Os olhos azuis pareciam tristes mas ao mesmo tempo, cheios de desejo. Eu não sabia bem o porquê de ele me levar embora e mesmo que soubesse ainda não entenderia.

Achei que ele quisesse ficar comigo, desde que nos conhecemos foi o que ele disse. E na noite anterior ele tinha dito que gostava de mim. Estava tudo perfeito e então na melhor situação possível ele diz que não. Eu não entendia.

- Clary, eu sei que não deve fazer sentido. Mas eu estou fazendo isso porquê eu gosto muito de você. - Ele parecia exitar. - Eu não quero estragar nossa amizade.

Friendzone.

- Mas...

- Eu me apeguei a você, não quero ser um babaca e agir como se você fosse qualquer uma. - Pode parecer estranho, mas ele me dispensar por gostar de mim fez meu coração aquecer um pouquinho. - Então, vou te levar pra casa.

...

- Tudo bem. - Foi tudo que eu consegui dizer.

Jamie me levou de volta para casa logo depois de se vestir. A volta no carro foi silenciosa, eu não entendia o que aconteceu. Eu não entendia por quê eu estava me sentindo como se estivesse... magoada.

O que ele fez foi certo, não foi?

● ● ●

Eu acabei de sair da faculdade e estava sentada num banco enquanto esperava o ônibus, o metrô nesse horário é perigoso.

Não falei com Jamie depois de tudo. Não sabia como ele estava e também não sabia se podia continuar com a nossa amizade. Ele era maduro o suficiente para não estragar nossa amizade enquanto eu queria que não fosse apenas uma amizade.

- Olá.

Olhei para o lado e a silhueta jovem e os cabelos negros como carvão eram familiar.

- Professor Buck. - Eu disse apenas para cumprimentar, mas ele entendeu um convite para uma conversa.

- Você não parece muito bem. Aconteceu alguma coisa? - Os olhos azuis expressavam preocupação.

Eu odeio professores, acham que podem interferir na sua vida como boas influências. Nunca gostei dos meus no ensino médio, nem na pré escola.

- Não é da sua conta. - Eu não estava num bom dia.

- Tudo bem. Sobre o que quer falar?

- Sobre nada, só estou esperando o ônibus.

Ele fechou os olhos e tirou os óculos pretos de armação antiga. De repente me senti uma idiota. O professor não tinha nada a ver com aquilo e eu não podia descontar nele.

Conforme os segundos se passavam eu me sentia cada vez mais culpada por ter sido rude.

- Me desculpa - Não me aguentei. - eu não queria ser mal educada.

- Não tem problema, é perigoso ficar sozinha a essa hora da noite. Quer uma carona? - Ele não poderia ter oferecido antes?

- Eu aceito, muito obrigada.

Ele se levantou e pegou minha mochila antes de mim, eu não esperava esse gesto de cavalheirismo mas não reclamei. Os ombros largos pareciam não fazer esforço para carregar as duas mochilas (a minha e a dele).

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