.unbreakable heaven. [yukten]

.daylight.

O clima na casa estava um inferno. 

Depois da noite da festa, Donghyuck tinha decidido que todas as portas da casa deveriam sofrer com sua raiva e indignação. Lucas dormia no porão, mas até ele acordava no susto quando Donghyuck batia a porta do banheiro de madrugada. Honestamente, estava ficando cansativo.

Agora ele raramente parava em casa, saía bem cedo e voltava no final da tarde, comia, assistia um pouco de TV com Jungwoo e depois ia dormir. Lucas tinha tentado perguntar o que ele fazia a tarde toda, mas Hyuck apenas dava de ombros e dizia que não era nada demais. Depois da quarta vez, Lucas tinha desistido de perguntar.

Mark também estava estranho. Nos primeiros dias ele até tinha tentado conversar com o mais novo, mas Donghyuck conseguia ser incrivelmente passivo agressivo quando ele queria. Ele apenas sorria para Mark, grande demais para ser sincero, e dizia que não tinha de errado, oras. Eles estavam bem como sempre. Lucas, no entanto, não era tão idiota para acreditar, e pelo visto, Mark também não. Depois de um tempo, Mark desistiu e começou a tratar Donghyuck com a mesma passiva-agressividade e a tratar as portas e armários com a mesma raiva. Lucas só queria uma noite de sono sem acordar no pulo e achando que alguém estava dando tiros em alguém na rua.

Jaehyun sentia a tensão, mas não falava nada, apenas agia como se nada estivesse acontecendo, apesar de ver o modo como o assunto morria quando Donghyuck e Mark estavam no mesmo ambiente. O único que estava pouco se fodendo para o clima da casa era Jungwoo, que depois de Lucas ter explicado o que havia acontecido na festa, apenas balançou os ombros e disse que os dois iam se resolver mais cedo ou mais tarde, eles sempre se resolviam.

Lucas não botava muita fé nisso, mas resolveu não gastar mais neurônios tentando descobrir uma forma de fazer os dois voltarem a se falar. Como ele tinha dito, ele já tinha passado da fase de ser o laxante emocional dos outros, ele já tinha muitos problema para lidar.

E a base de todos esses problemas tinham nome e sobrenome, 1,70 de altura e olhos que pareciam dois amendoins. 

Depois da festa, no dia seguinte, Ten tinha aparecido na porta de Lucas com toda a sua glória cara, exalando um perfume que Lucas nunca sentiu na vida, com um óculos escuro nos cabelos, rodando a chave da Lamborghini e assoprando uma bola de chiclete, olhando para Lucas como se o mais alto fosse o almoço dele. 

Lucas ficou meio chocado, pra dizer o mínimo, porque ele achava que Ten iria sumir depois do acontecimento na festa, mas o choque só durou até Ten falar que ele estava pronto para começar a ensinar Lucas a dirigir. 

Os dois foram para longe da cidade, onde o asfalto não era tão gasto e não havia tanto movimento. Lucas admitia que era um péssimo aluno, mas Ten não parecia se importar, já que depois de Lucas quase bater o carro em um poste, o mais baixo tinha apenas subido em seu colo e cavalgado Lucas devagar e cheio de palavras sujas sobre como Lucas ficava gostoso com os dedos enrolados no volante e como ele queria que fosse o pescoço dele ao invés do couro. Foi uma tarde bem interessante, na humilde opinião de Lucas.

Eles já estavam na metade do verão e tudo que Lucas havia feito até o momento era andar de carro, chupar pinto e sonhar com o momento em que Ten iria se apaixonar por ele. Estava sendo um verão muito proveitoso, tirando a parte em que Lucas sabia que Ten estava saindo com outros também, mas essa parte Lucas ignora pelo bem de sua sanidade mental e o ciúme que ameaçava tomar conta de seu corpo. E Lucas tinha 1,85 de altura, ele tinha muito espaço para ciúme.

Ele estava tentando ser racional. Ele sabia que teoricamente Ten não devia nenhum tipo de satisfação para ele e que os dois não tinham nenhum compromisso sério. Lucas nunca tinha se considerado um cara ciumento até Ten aparecer na vida dele. Mas também, Lucas nunca tinha imaginado que ele um dia ia sair com um garoto igual à Ten, então, era alguma surpresa que ele estivesse se sentindo inseguro?