Ao abrir o celular, logo em minhas redes sociais, abriu junto comigo um breve sorriso em meus rosto. Eu amava perfeitamente cada palavra que Guilherme digitava a mim toda manhã. Eu mal sabia o que responder para ele, ou como agradecer todo amor que ele me dara todos os dias em cada uma de suas palavras. Através daquela tela eu sabia que havia um sentimento real, e forte, que pulsava tanto no coração de Gui, quanto no meu.
Após alguns segundos ainda viajando naquelas mensagens de bom dia, meu coração fervia de ansiedade para que fosse chegada a hora de encontrá-lo. Não sabia com que roupa vestir-me, pois afinal desejava que ele me achasse ainda mais bonita pessoalmente. Mas eu ainda era muito desengonçada para este negócio de vestimentas da moda. Para mim qualquer vestimenta preta estava a soar perfeito. Eu ao menos desejava estar pelas 10:30h para que não houvesse nenhum minuto se quer de atraso após o meu consagrado angelical estar respirando o mesmo ar que o meu.
Então eu apenas respondi suas mensagens e apressei-me em aprontar-me
Whatsapp Gui on 💕
oii babe, bom dia, perdoa-me pela demora, eu realmente estava a dormir. Cheguei bem tarde em casa, pois perdi o ônibus que pego normalmente depois da aula, e tive de esperar o próximo, que veio quase 1 hora depois.
Esta tudo bem?
Já está a sair de casa?
Ah meu pai que ansiedade!
Amo você! Amo muito babe!!
Espero que não se atrase com esse seu arrumado no cabelo.
- Whatsapp off
Logo depois de enviar todas essas mensagens, corri para a cozinha, e meu irmão, Luke, estava a comer um sanduíche gigantesco, com tudo que podes imaginar, penso como coubera tanta comida naquele 1,78 de pura magreza! Ainda estava tudo uma grande bagunça, por todo lado da sala. Um moleque de 23 anos, mas sem total responsabilidade, tão inútil, oh Deus.
Bom, sobre a família Santiago; moro normalmente com minha mãe e minha tia. Nesta família não habita uma figura paterna, pois, oh homens irresponsáveis! E as mulheres, carregaram todo fardo nas costas, com seus filhos (isso é verídico e hereditário).
Hoje, elas estão na casa da minha vó, já fazem uns 2 dias. Pois meu querido irmão pegou uma briga feia com a minha mãe, após chegar mais de 3 da manhã e achar que ainda estava coberto de razão. Não julgo a minha mãe nem minha tia por quererem "espairecer" eu mesma também estou farta de Luke e se pudesse faria o mesmo. O mocinho não se interessa de arranjar um emprego, muito menos uma faculdade, e vive as custas dos mimos que minha vó da para ele. Já eu, estou a cursar administração na Federal de sampa! Faz alguns meses que iniciei meu curso e, ah! Isto é tão exaustivo. #vemferias. É o que posso dizer. Pago meu curso com trocados que ganho vendendo meus quadros pela internet, eu amo pintar, sempre fui a maluca dos desenhos! Ah, quantas inúmeras e milhares de vezes minha mãe era chamada a escola por eu fazer meus meros e preciosos rabiscos nas mesas durante as aulas?! Pois é! Eu também acho uma injustiça, tira-la do serviço para discutir sobre minhas maravilhosas artes, que ainda eram feitas gratuitamente naquela escola! Ah, deviam era me agradecer! Porém, o que se faz aqui, se paga aqui, já diria bem o ditado. E ano passado a escola me contratou para que eu fizesse a pichação no muro da escola. Fiz o meu trabalho de graça, pois sou muito gentil, mas valeu muito a pena, pois os alunos adoraram, e até virou um ponto para fotografia na cidade, de tão top que ficou! Inúmeros alunos tiraram fotos ali e o muro bombou nas redes sociais. É delicioso demais ver o seu trabalho sendo reconhecido. Tirando as vezes em que o plágio acontece na internet.
Bom, chega de tanta falação. Assim que fui para cozinha, dei um leve "bom dia" para o bonitinho, que permaneceu comendo seu sanduíche como se eu não estivesse ali. Ignorei-o. E peguei uma das frigideiras para assar meu pão. O básico café da manhã de padaria. Logo depois fui fazer minhas higienes diárias e tomar meu banho, fiz tudo com bastante pressa, pois estava no cúmulo da ansiedade para o bendito encontro. Não vou mentir que fiquei bons minutos na frente do meu guarda-roupa tentando encontrar algo que fosse estiloso o bastante, e que pudesse me proteger do tremendo frio de São Paulo. E isso demorou décadas, até que encontrei algumas peças que fizeram um perfeito meet.
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Isso era a única coisa que eu tinha em meu guarda roupa, calças jeans velhas, camisetas antigas que peguei da minha mãe e um casaco xadrez, que era o único que eu tinha. Pobrezita, si. Fazer o que? Ou eu pagava minha faculdade ou comprava roupas novas. E eu prefiro pagar a faculdade para futuramente poder comprar roupas novas.
E então no meu rosto eu apenas usara um creme hidratante, corretivo, aquele bendito delineado de gatinho que eu fazia todo santo dia, uma chinelada de blush e corante nos lábios.
Eu e Gui, nós conhecemos a uns 2 anos já, tudo isso, pelas webs mesmo. O que eu soubera dele era que, tinha uma irmã mais nova de 7 anos, morava com o pai e a mãe, no interior de São Paulo, em São José dos Campos, seus pais trabalhavam numa fábrica de material escolar, e ele terminara o último ano do ensino médio e planejava cursar música. O mesmo já dara algumas aulas de guitarra e bateria na igreja que frequentava.
Confesso que no começo o medo batia, porém, aos poucos fomos nos conhecendo como amigos de décadas, e eu sei, não precisa me dizer, o que vemos e conhecemos de alguém pela internet, não é nem 1% do que ela realmente é, mas, eu estou disposta a descobrir. Sei que isso é muito clichê, e perigoso para alguns. Mas nós confiamos um no outro, e entendemos um ao outro, quase que como adivinhação. Afinal, o pior que podia acontecer é eu acabar morta, mas isso irá acontecer uma hora ou outra não é?
