0.0 Sinatra

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       Os raios de sol nasceram mais uma vez naquela semana. Sexta-feira, sinónimo de proximidade do fim de semana mas antónimo de descanso. Exato, isso mesmo que vocês estarão a pensar. Então mas por que é que não é sinónimo de descanso Caetana? No Sábado costumávamos receber amigos do meu pai para uma visita à sua herdade. 

       O meu despertador soou em alto e bom som de forma a despertar-me e não ter oportunidade de adormecer novamente. Assim que fiz a minha higiene matinal, desci de forma apressada depositando um beijo suave na testa do meu pai e da minha mãe e de seguida um pequeno calduço no pescoço do meu irmão mais velho, recebendo um olhar reprovador da minha mãe.

-Quantas vezes te avisei que não quero que tenhas essas atitudes com o teu irmão, Caetana?

-Oh coitadito, mas foi só um calduço amoroso -Comentei divertida vazando um pouco de sumo para o interior do meu copo e parti um croissant.-

-Deves querer molho tu -Duarte, o meu irmão, respondeu à minha ironia dando mais uma dentada na sua sandes.-

-Bom, gosto imenso destas reuniões familiares mas tenho trabalho a fazer nos estábulos -Comentei bebendo o meu sumo de forma apressada.- A Margarida já desceu?

-Não me digas que te vais encontrar com o Prates? -O meu irmão tentou espalhar um pouco do seu veneno.-

-Mesmo que vá, não te diz respeito -Atirei um beijo para o ar e levantei-me passando pela nossa governanta.-

-A menina Caetana quase não tomou o pequeno-almoço -A mesma franziu o cenho descontente.-

 -Não se preocupe que depois almoço melhor, Ermelinda -Depositei um beijo carinhoso na sua testa e caminhei de forma apressada até aos estábulos passando por vários trabalhadores cumprimentando-os.-

       Apesar de serem trabalhadores da herdade eram pessoas e mereciam ser bem tratadas e assim de tudo com respeito. Foi sempre algo que o meu pai me transmitiu.

       Ao entrar nos estábulos senti o meu corpo ser puxado para dentro de uma das boxes vazias e de seguida logo senti o perfume tão conhecido por mim nos últimos tempos.

-Como está a minha princesa? -O António questionou unindo os nossos lábios num beijo rápido.-

-Ótima, e como está o meu lindo namorado? -Questionei unindo mais uma vez os nossos lábios num beijo delicado sentindo as suas mãos apertarem um pouco mais a minha cintura.-

-Melhor, era impossível -Os seus dentes bem alinhados apareciam no seu sorriso contagioso.- Espero encontrar-te nas trincheiras desta noite -O mesmo alisou os meus cabelos.-

-Não sei se vai dar António -Fiz um pequeno beicinho vendo a cara de desgosto.- O meu pai vai receber uns amigos cá na herdade e sabes como é, tenho de estar presente -Expliquei enquanto tentava que o mesmo percebesse o meu lado.-

-Tu prometeste que ias ver-me esta noite, Caetana -O mesmo soltou um suspiro enquanto se afastava.-

-Eu vou falar com os meus pais e vou ver o que posso fazer, pode ser? -Questionei acarinhando o seu rosto de forma carinhosa.-

-Está bem, mas estou mesmo a torcer que me vás ver, já tinha preparado uma surpresa e tudo -O mesmo uniu os nossos lábios num beijo agora um pouco mais violento ao qual foi correspondido mas fomos imediatamente interrompidos pelo José, braço direito do meu pai na herdade.-

A Herdade da Planície | João FélixOnde histórias criam vida. Descubra agora