Escuto barulhos vindo de baixo, tais sons impedem que eu durma, com isso vou abrindo os olhos devagar e os barulhos não param, sento-me na cama, olho para a janela e vejo que ainda não amanheceu, a escuridão vela toda a cidade, de repente as assuadas vão ficando cada vez mais perceptíveis, estão ficando mais penetrantes, encontro-me no meu quarto que fica no primeiro andar.
Olho para a porta após escutar passos, passos rápidos e firmes, subindo a escada e vindo diretamente para o meu quarto, fico assustado e vou para a janela, ao olhar, vejo dois carros pretos._ Meu Deus, o que está havendo? _ Digo apavorado.
Quando menos espero o som de um violento chute atinge a porta e eu fico desorientado sem saber o que fazer. Lembro do meu esconderijo que meu pai fez quando eu tinha 4 anos, é uma porta pequena na parede que quando fechada não parece que ela está lá, essa porta dá acesso a um lugar pequeno, mas suficiente para o meu foz, eu costumava guardar brinquedos e objetos que considerava preciosos neste lugar, no entanto deixei de alojar meus objetos ali a partir do momento que fui trocando brinquedos por livros, desenhos animados por documentários e brincadeiras por estudos intensos.
Abro e vejo que é menor do que esperava, faz tanto tempo que não entro ali que perdi completamente a noção das dimensões deste lugar, felizmente ainda consigo entrar, pelo visto não cresci tanto assim, fecho e fico ali a espreita, apavorado e curioso para saber o que está acontecendo, mas prefiro seguir as ordens do meu pai, semana passada ele me disse que se eu perceber que algo de estranho estiver acontecendo eu procurasse rapidamente um local seguro e me escondesse, não entendi o porquê, mas também não perguntei o motivo pelo qual me dá tamanho aviso.
Depois de tentar várias vezes, finalmente conseguem arrombar a porta e o meu medo só alavancou. Encosto meu ouvido na face da porta para ver se escuto algo, e consigo ouvir minha estante de livros sendo derrubada, minha estátua de 48cm do brachiosaurus que tinha feito na aula de escultura sendo quebrada, e a cada identificação sinto meu coração palpitar como nunca antes, meus braços tremer como num dia frio de inverno e minha cabeça doer como se estivesse mergulhada em chamas.
Depois de alguns minutos ouvindo o barulho do meu quarto sendo destruído, percebo que os sons altíssimos pararam e não há um ruído sequer; consigo ouvir minha respiração, ela parece um poema, ou até mesmo uma música, tem sentido, emoção, ritmo e melodia. Abro a porta, saio, e a primeira coisa que vejo é a minha cama virada, minhas coisas quebradas, enfim, me desespero._ Por que tudo está assim? Cadê meus pais e meus irmãos? _ pergunto -me assustado.
Ao sair do quarto sinto o silêncio da madrugada, a tristeza que o ar transmite, o anfigúrico ambiente. Desço as escadas como se estivesse contando os passos, como se o mínimo erro custasse a minha vida, e de certo modo pode custar, cada passo é dado minuciosamente e com cautela, ao chegar na sala vejo muito sangue, a bagunça também é visível. Entro na cozinha e me deparo com minha mãe toda suja de sangue deitada no chão, não consigo desviar os olhos, meu corpo paralisa e sinto rapidamente um calor a queimar minha corpulência, fico ancípite, minha barriga aperta, me sinto tonto, minha visão fica turva, a fraqueza me invade e a palidez me dissimula.
_ Onde estou?
_ Olá Taylor, Como se sente?_ Diz um senhor com um jaleco branco que me olha como se estivesse me decifrando.
_ Sinto dores na cabeça, mas não respondesse a minha pergunta! _ Digo tentando me levantar.
_ Não faça esforço ainda, você precisa descansar, teve um ferimento na cabeça. _ Diz o senhor, que me impede de se levantar.
_ Que lugar é esse?_ Pergunto novamente.
_ Você está no hospital, a ambulância te trouxe inconsciente.
_ Eu lembro de estar, na cozinha, e, vejo minha mãe toda... ensanguentada, mas não lembro de mais nada após isso. _ Digo confuso e pausadamente.Quando termino minha fala, minha tia entra rapidamente, está assustada e bastante preocupada.
_ Como você está meu querido?_minha tia fala segurando meu rosto e me dando um beijo na testa.
_ Agora estou melhor, mas ainda sinto leves dores na cabeça.
_ Com certeza é a dor da pancada quando você desmaiou.
_ O que! Eu desmaiei?
_ Sim meu amor, quando você desmaiou sua cabeça acertou um tijolo que havia na cozinha.
_ Então deve ter sido isso mesmo.
_ O médico já lhe deu alta, então quando terminar de conversar com a polícia, você vai para a minha casa.
_ Eles estão investigando o assassinato da minha mãe?
_ Sim meu bem, do seu pai e da sua irmã também, seu irmão sobreviveu, mas está muito ferido.
_ Eu preciso ver meu irmão tia!_ Digo levantando-me.
_ Calma Taylor, seu irmão está bem, só um pouco machucado, ele ainda defrontou contra os assassinos você sabia? Logo ele receberá alta também e irá junto conosco.
_ Tia, muito obrigado por nos abrigar, eu não sei o que seria da gente sem você.
_ Você sabe que sempre gostei de vocês, aliás minha casa é imensa, e o Liam e a Olivia vão amar ter vocês como irmãos.
_ Obrigado tia, te amo!
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Amizade: O Antídoto Da Depressão
RomanceQuerido leitor, convido-o para desfrutar dessa história e mergulhar no mundo de Taylor, um mundo de aventuras, balbúrdias, sofrimentos, tristezas, problemas, mas em contrapartida um mundo de superação e de conquista. Quando um jovem começa a vivenci...