Not Broken, Just Bent (STEREK)

Thirteen Years Ago To Be Exact

Derek abriu a porta para encontrar a última pessoa que pensou em voltar a ver, Stiles estava muito diferente do que ele se lembrava. Cabelos longos passando dos ombros, braços tatuados e barba por fazer, alguns pés de galinha mostrando que os anos tinham passado para ele também. Ao seu lado havia um menino dos cabelos escuros e olhos verdes, provavelmente no começo da adolescência. "Stiles". Ele sussurrou apelante quase não acreditando em seus próprios olhos enquanto seu coração descia pelo esôfago.

"Nós precisamos conversar". O homem deu um passo atrás para abrir ainda mais a porta possibilitando que entrassem. Stiles entrou primeiro olhando ao redor rapidamente, "Não mudou nada desde a última vez". O menino fazia o mesmo.

"Yeah", limpou a garganta fechando a porta e os ultrapassou sinalizando que sentassem quando chegaram na sala de estar. "Quanto tempo".

"Treze anos para ser exato".

"Sim, como vai?"

"Bem e você? O que lhe trouxe de volta ao interior onde todos conhecem todo mundo? New York não lhe tratou tão bem?"

"Não importa o quanto voemos, sempre tenderemos a voltar para o ninho", Hale citou um dos quotes dos livros de maior sucesso de Stiles. "Devo te parabenizar pela carreira, seu trabalho é realmente expressivo".

"Obrigado, mas não vim até aqui buscando elogios. Devon gostaria de conhecê-lo".

Derek olhou para o menino, "Prazer em conhecê-lo, Devon", sorriu, "Mas por quê um rapaz como você iria querer me conhecer? Não acho que engenharia de software atraia fãs".

"Ele sonhava em conhecer o pai".

Ainda bem que ele já estava sentado, se não, cairia duro ali mesmo. "Desculpa, o que disse?"

"Ele é seu filho, nosso filho".

Derek riu esperando que fosse uma brincadeira, "O quê?"

"Quando você terminou comigo para ficar com a Braeden, eu estava grávido. Descobri quando estava de sete meses, achei que os sintomas eram resultados do caminho autodestrutivo que eu estava trilhando após a rejeição, nenhuma comida e álcool diariamente em dose cavalar. Pensei em te dizer e talvez ter um filho fosse motivo o suficiente para você voltar para mim, mas não consegui. Você tinha se mudado há um mês e ninguém realmente sabia onde estava ou apenas estavam sendo fiéis a sua vontade, não consegui encontrá-lo online após meses procurando e enfim, cai em mim que eu estava sozinho nessa. Os anos se passaram, Devon cresceu e eu também, aprendi uma coisa ou outra com a vida e a maternidade, nunca realmente achei que estaria aqui, agora, mas as coisas mudaram. Não é justo que ele seja poupado de conviver com o pai porque nós não demos certo, ambos fizemos muitas coisas erradas na vida, mas não podemos errar com ele novamente".

"Nós usávamos–Stiles, nós sempre nos cuidamos".

"Bem, aparentemente não o suficiente ou você não estaria vendo essas turmalinas verdes bem em sua frente".

"Não sei o que dizer... Um filho". Ele estava embasbacado encarando o pré-adolescente.

Stiles tirou um envelope da bolsa, "Sei que é muito para processar de uma vez só, portanto, não precisa dizer nada. Aqui está o pedido de DNA, um pouquinho de saliva em um cotonete e voilà".

"Não penso ser necessário".

"É de suma importância para assegura-lo–", Derek o interrompeu.

"Por Deus, Stiles. O garoto tem os olhos da minha mãe. E você não viria até aqui mais de uma década depois simplesmente para mentir". Passou a mão pelos cabelos ansioso, "Mas se for realmente importante para você, farei".

Ele sinalizou, "O exame está agendado para amanhã, mas podemos remarcar se você preferir".

"Não, amanhã está ótimo. Quanto mais rápido, melhor".

"Concordo", Stiles se levantou.

"Você já vai?"

"Sim, Dewie tem treino daqui a pouco e eu tenho algumas pendências. Claramente a situação não é a ideal, mas como você mesmo disse, quanto mais agilidade melhor. Quero que saiba, não estou te empurrando para a paternidade ou exijo coisa alguma, só estou tentando fazer o certo e proporcionar ao meu filho a chance e a escolha de querer ter um pai ou não, pois mãe ele sempre terá". Derek abriu a boca, mas nada saiu. As palavras ficaram entaladas em sua garganta quando tentaram sair todas ao mesmo tempo, "Quero dar a ele o direito de decidir se deseja participar da sua grande família e finalmente preencher a parte em branco da documentação dele. Busco a sua identidade ao ensina-lo de onde ele veio e quem veio antes dele". O garoto o olhava como se ele fosse um quebra-cabeça quando agarrou a cintura da mãe e encostou a cabeça em seu pescoço. "Nos vemos amanhã". Caminhou até a porta e a abriu, "Diga tchau, baby".

"Tchau". Devon disse ainda grudado ao lado dele.

"Até amanhã". Tentou parecer seguro de si, mas desabou no sofá quando eles se foram. Stiles era seu maior arrependimento.

Há dez anos atrás, ele diria que se arrependia de tê-lo conhecido, contudo, não levou mais do que um punhado de meses para ele se arrepender amargamente de tê-lo deixado. Naquela época, quando aparentemente fizeram o garoto, ambos eram inexperientes, irresponsáveis e intensos, principalmente intensos. Brigavam na mesma intensidade que se amavam, se odiavam da mesma maneira que se gostavam. Sonhavam em estar juntos do mesmo modo que gostariam de estarem só. Era uma bagunça. Entretanto, às vezes quando ele fechava os olhos ainda podia vê-lo chorar e implorar para que ele não acabasse com a roleta russa que o relacionamento deles era. Partia seu coração saber que por muito tempo pensou ter se livrado de um problema, pois enchia o saco ter alguém pendurado no seu braço no tempo do colégio, principalmente quando tudo que ele queria era curtir e fazer escolhas erradas na faculdade.

Derek debulhou-se no canto esquecido em sua mente e não viu o tempo passar até os membros da sua família retornar no fim do dia. Laura foi a primeira a comentar sobre a estranheza do comportamento dele e sem demora, todos presentes fizeram uma roda ao redor dele para descobrir o que estava acontecendo.

"O que está havendo? Por quê parece que viu um fantasma?"

Ele respirou fundo, "Eu tenho um filho".

"Você tem o que?", Cora perguntou.

"Filho. Descobri que tenho um filho".

"Conta essa história direito".

"Stiles e eu... O nome dele é Devon".

"Por Deus, de todas as possibilidades do mundo você engravida logo aquele rapaz. Quem te garante que é realmente seu?", Mrs. Hale destilou veneno.

Os olhos dele ficaram vermelhos, "Ele é meu. Pude sentir a mistura dos nossos cheiros nele. Devon é como nós".

"Você tem certeza?"

"Absoluta, ele é um lobo também".