Capítulo 1: Onde tudo era normal

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Novembro de 2025

Meus pais estavam em uma viagem de negócios há 3 dias. Eles sempre costumavam me deixar sozinha com meu irmão, Miguel.
Mas dessa vez, em especial, eu precisava de total silêncio. Minha faculdade estava em recesso e eu precisava colocar o máximo de matéria que eu conseguisse em dia. Tinha apenas duas semanas para revisar tudo e conseguir virar monitora da minha classe.

— Diana! Diana! — Meu irmão me chamava desesperadamente de seu quarto. — Olha isso aqui.

— Espero que seja algo importante, eu estou no meio de uma questão de físico-química que não está fácil e...

— É importante. — Ele diz, o mais sério possível para uma criança de sete anos. — Tá tendo uma briga na janela. Das grandes. Briga! Briga! Briga!

Apesar de nossos conceitos de "importante" divergirem bastante, decidi checar o que estava acontecendo.

Caminho até o quarto de meu irmão e olho pela janela, meu irmão estava praticamente atravessando a tela de proteção para ter uma vista privilegiada do que estava acontecendo.

Ele não havia exagerado. Dois rapazes estavam brigando violentamente logo na entrada do prédio onde eu morava. Um deles estava tão irritado que grunhia e gritava. O outro chamava por socorro enquanto tentava se defender das unhas afiadas do homem que o atacava.

— Deve ser um assalto. — Meu irmão disse, sem tirar os olhos do local.

Nosso bairro não costumava ser violento. Meus pais, como corretores de imóveis, eram bastante seletivos em relação à escolha de casas e sempre escolhiam a melhor opção.

A briga se estendeu até que o cara que estava se defendendo resolveu atacar e jogou o outro homem na parede. Não fiquei para ver o resto e muito menos deixei meu irmão assistir o desfecho. Fechei a janela.

— Ei, agora que estava ficando bom! — Miguel reclamou.

— Isso não é um jogo, Miguel. E não faz bem para você ficar vendo essas coisas. Agora vai assistir televisão.

Mais tarde, ainda naquele dia.

— Diana! Diana! — Uma voz conhecida me chamava na porta, minha tia. Ela vinha checar a gente três vezes por dia quando meus pais estavam fora.

Dessa vez ela estava atônita. Batendo na porta freneticamente.

Abro a porta sem muita pressa, já que minha tia tende a ser exagerada.

— O que foi? Pra quê tudo isso? — Pergunto, olhando para ela. A mulher está pálida, como se tivesse visto um fantasma.

— V-você viu a televisão hoje? Viu as notícias? — Ela pergunta enquanto entra em casa com pressa, logo se sentando no sofá.

— Não... — Respondo à pergunta dela. — Passei o dia estudando... Você sabe que eu preciso me esforçar para a prova de monitoria.

— É, mas segundo essas notícias você não vai mais ter prova de monitoria... ou qualquer outra prova.

Ela olha para mim pelo canto do olho, nunca vi minha tia tão assustada, então um calafrio percorre minha espinha e eu me sento na poltrona ao lado do sofá.

— O que você quer dizer com isso?

— A coisa que eu mais temo no mundo! Zumbis! — Ela treme só de dizer isso. — Está passando no plantão. Ao vivo. Várias pessoas foram atacadas por um protozoário que afeta o cérebro deles e os controla. Eles estão ficando violentos.

— Estão comendo pessoas?

— Não, eles só matam. — Ela tenta explicar, mas se enrola um pouco. — Ai, só liga a televisão. Eles explicam melhor.

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⏰ Última atualização: Mar 18, 2020 ⏰

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