O Lírio Que Floresce No Campo-ThorffinXCanute

Um Começo Ruim

—Se você está preocupado vou designar Thorffin como guarda-Costas da vossa majestade, ele é pequeno mas sabe lutar.

— Hey! Não decida por por mim Askeladd! -Interviu Thorffin na conversa do maior com o responsável pela segurança e melhor amigo do príncipe, Ragnar.

Mesmo que hesitante, Ragnar  se viu sem saída, na situação que se encontravam, perseguidos e com desvantagem numérica, o segundo herdeiro da Dinamarca era alvo fácil.

— Que seja - o velho esbravejou.

Thorffin estalou a língua em sinal de desgosto. — É bom que você me recompense por isso Askeladd.

Canute olhou por cima do ombro do velho, averiguando quem seria seu novo companheiro de viajem. Um menino loiro, baixinho, com cara amarrada e olhos que lhe causavam calafrios.
Por um momento Thorffin devolveu o olhar, vendo algo tão diferente de si, cabelos longos, olhos azuis como o mar, uma figura magra, alta e esbelta. Não pode deixar de encarar, o que deixou o príncipe desconfortável que logo voltou a encolher-se atrás do amigo.

— Pare de encarar idiota!- proferiu Askeladd.

A garoto deu de ombros,mantendo seus pensamentos consigo seguiu o caminho na direção da carroça, para aprontar as coisas para partida .
O plano era seguir até a floresta então separar das tropas, que serviriam de isca, enquanto os três seguiriam um caminho mais longo porém sem chamar atenção.
Algum tempo depois já preparado e na estrada, o silêncio era quebrado pelas conversas alheia dos homens mas dentro da carroça não se ouvia nem mesmo a respiração.
Porém Canute parecia inquieto, olhava com o canto dos olhos e parecia querer falar mas as palavras morriam antes de sair da boca, o que começou a incomodar Thorffin.

— Pare de me olhar, se tem algo a dizer, anda logo, ou você não tem língua ou será será que não tem coragem ?

Canute apertou as dentes. — Eu...eu sou cuidadoso, não covarde, minhas palavras têm repercussão política, não... Não posso simplesmente falar qualquer coisa em território inimigo. Sem meu pai,o rei, não posso só falar que vou fazer alguma coisa!- Ele gaguejava enquanto parecia desabafar.

Thorffin soltou um riso debochado. —Boa desculpa, princesinha.

— Pri...princesinha ? Seu insolente, como ousa ? É a primeira vez que alguém diz isso!

— E o que foi, gostou da sensação?

Canute estava vermelho das bochechas as orelhas, irritado e envergonhado.

Ragnar mais do que irritado pela insolência estava chocado pelo príncipe estar falando com alguém que não fosse ele.
Mais alguns metros e o ponto de separação já se avistava, o príncipe estava sentado longe do outro garoto, fazendo beicinho quanto fingia olhar a paisagem. Thorffin por sua vez não dava a mínima, estava com o olhar vazio, perdido em suas próprias ocupações.

— A partir de agora seremos apenas nós três. -Avisou Ragnar assumindo o comando da carroça para virar na pequena clareira que dava passagem a um caminho meio a árvores. — Seria melhor se vocês se dessem bem.

— Hunf! Não até que ele peça desculpas.

Canute cruzou os braços para acentuar sua irritação. Thorffin apenas o ignorou e Ragnar suspirou. — Tenho certeza que será uma longa viagem...