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Arrumei todas as minhas coisas em seu devido lugar

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Arrumei todas as minhas coisas em seu devido lugar.
Senti falta de uma penteadeira, preciso de uma.

Escuto os barulhinhos indicando fome e vou atrás do Arthur.

Passeio por toda a casa e encontro lixo, roupas sujas e limpas, tênis e o que mais pensar jogado pela casa.
Se pensou em camisinha, pensou certo.

Como a entrada já dava direto em um corredor pra depois dividir os cômodos pelos portais, eu não tinha reparado em nada. E queria não ter visto o que estou vendo.

Bato em uma das portas que imagino ser o quarto do Arthur.
Aguardo, mas nada dele.
Entro no quarto disparada e o vejo dormindo.

Entro no quarto disparada e o vejo dormindo

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Porra, a mina é louca.

Já vi que adora mandar e não sossega enquanto não faz o que ela quer. Eu tinha me sentido um pouco nervoso quando ela me abraçou, me deixou sem jeito.

Fui pro meu quarto e me joguei na cama.
Fiquei assistindo um filme qualquer e acabei adormecendo.

Sou acordado em um susto com berros.

-Porra, Arthur ! Não tinha como você limpar a casa ? Pelo menos os outros cômodos, seu quarto também é um lixo !- ela cruza os braço enquanto passa todo o seu olhar pelo meu quarto.

Começo a rir e ela continua gritando.

-Para de ser histérica, Priscila.

-Histérica ? Eu sou a histérica ?

-Não sou eu que estou gritando.

Escuto ela bufar.

-Levanta dessa cama agora. Vai me ajudar a arrumar essa casa e necessariamente desinfetar tudo. E camisinha usada, Arthur ? Sério mesmo?

-Eu gosto de me divertir- brinco.

-Desse jeito não vai dar pra conviver contigo.

-Volta pra sua casa. Volta pro seu papai e sua mamã, eles vão ficar felizes em te ter de volta.

Vejo ela abaixar a guarda e sair do quarto.

Que porra eu fiz ? Falei nada demais.

Realmente fiquei magoada com o que ele falou

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Realmente fiquei magoada com o que ele falou.
Me dirijo até a cozinha e começo pela louça.

-Ei, me desculpa. Quer me contar porquê ficou assim?

Ignoro ele e continuo lavando a louça.

-Deixa que eu lavo, morena.

Me puxa pro lado pela cintura e pega a esponja da minha mão e o prato.
Dou de ombros e começo a catar a louça suja pelos outros cômodos e coloco na pia.

-Ai cê já tá abusando, morena- ele rir nasal.

-Isso é uma coisa que você já devia ter feito. Há quanto tempo está aqui?

-Acho que voltei- parece pensar- Uma semana. Fui pra casa dos meus pais por um tempo das férias.

Assinto e vou pra sala.
Começo a catar o lixo e jogar em um saco. Bato os panos do sofá e tapete na varanda, arrumo tudo em seu devido lugar, varro, tiro o pó dos móveis, passo pano e volto pra cozinha.

-Acabou por aqui?

-Lavei a louça e catei o lixo, mas não sei varrer ou passar pano direitinho.

Rio da cara dele.

-Para de rir.

-Você não sabe fazer nada, bigodinho.

-Já disse que me chamo, Arthur.

-Prefiro bigodinho e é assim que eu vou te chamar.

-Vou levar como um apelido carinhoso.

-Iludido demais. Comigo aqui, você vai ter que aprender a me ajudar nas tarefas.

Ele faz careta e rir.

-Isso é exploração, Priscila.

-Eu prefiro chamar de sua obrigação. Sabe cozinhar ?

-Sou péssimo na cozinha- faz bico.

-Puta merda, nem isso ?- nega- Aposto que você já queimou miojo.

Ele desvia o olhar e começo a rir.

-Não acredito que você queimou miojo, Arthur.

-Eu não disse nada- resmunga e me olha.

-Quem cala, consente. Vai aprender a cozinhar também.

-Se me ensinar que nem gosta de mandar em tudo, tô fudido- resmunga.

-O que, Arthur ?- cruzo os braços.

-Nada- dá um sorrisinho- Vou tomar outro banho, devia fazer o mesmo.

-Você não vai tomar banho.

Ele me olha confuso.

-Qual foi ?

-Temos muita coisa pra arrumar ainda. E sugiro arrumar aquele teu lixão.

-Calma ai, malucona. Não fala do meu santuário sagrado.

-Até parece que você reza ali. Única rezada que ecoa ali, devem ser gemidos de alguma garota.

-Priscila !- ele rir.

-Só verdades, bigodinho.

Fica sério.

-Me chamo, Arthur.

-Acho que já fomos apresentados.

Saio andando até o banheiro pra enfrentar a podridão que imagino ser.

Eu que lute, puta merda.

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