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A Priscila é foda demais

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A Priscila é foda demais.

O que eu queria falar há dois meses, a mina falou em um dia apenas.
Já chegou botando ordem em tudo.

Comecei a morar aqui faz dois meses e acabei conhecendo eles quando fui na piscina do condomínio daqui mesmo.

Eles são bem legais, mas só trazem dor de cabeça com seus problemas bestas.

-Como você consegue ?- falo ao ver ela se sentar no outro sofá.

-Tenho meu dom- abre um sorriso. E que puta sorriso.

-Estou com fome- esfrego minha barriga.

-Vou tomar um banho e volto pra cozinhar.

-O que eu faço ?

-Tenho neurônios, e eles mandam eu não deixar você cozinhar.

-Qual é, Pri.

-Já disse que não te dei essa intimidade.

-Agora me chamar de bigodinho pode, né ?

Ela rir nasal e assente com a cabeça.

-Tá bom. Eu paro de te chamar de bigodinho, Arthur.

-Assim tão fácil?

-Por que não seria ? Eu sou fácil de lidar.

-Se tem uma coisa em você, é não ser fácil de lidar.

Me dá o dedo do meio e eu jogo um beijo no ar pra ela.

-Nojo- faz momice.

Ela levanta e se direciona até seu quarto.

-Para que tu gama !- grito.

Escuto ela dar risada e a porta fechar.

Vou pro meu quarto e começo a me despir das peças.

-Arthur, a água tá...- ela abre a porta e se depara comigo só de cueca.

-O que iria falar ?- falo ao perceber que ela estava imóvel.

-Ge-gelada...- ela me olha nos olhos- A água está gelada- volta pra sua postura de mandona.

-Não era atoa que eu estava reclamando com o Wesley, mas a princesa foi interromper.

-Vai se fuder- bate a porta.

Entro no banheiro e tomo o meu banho.
Visto uma bermuda de pano mole e penteio meu cabelo com os dedos.

Saio do quarto e vou direto pra cozinha vendo Priscila vasculhar tudo.

-O que você tá fazendo ?- tento espiar e já recebo um puta esporro.

-É sério que você não compra nada ? Arroz, feijão, um pedaço de carne ?- me encara brava e cruza os braços.

Essa marra toda dela deixa ela inda mais gata.

-Eu nunca como em casa.

-Onde você come ?

-Quando não é na casa de uma amiga do fundamental, é em alguma lanchonete. Como Bk, Mc Donald's ou...

-Eu sei sobre isso tudo, Arthur. Quem é o idiota que não compra comida e nem louças ? Esqueci- coloca a mão na testa- Você é esse idiota.

-Não é pra tanto.

-Você chegou de viagem faz uma semana. E vai saber se veio antes.

-Estou aqui há dois meses, nada demais.

-Nada demais ?- arquea uma sobrancelha- É coisa pra caralho pra você ter tomado vergonha na cara e ter comprado o necessário.

-Tenho que bancar tudo sozinho ?

-Olha só...- se aproxima de mim- Eu não tenho pais pra me dar dinheiro, estou procurando um emprego. Até lá, as coisas ficam com você. Eu compro e você patrocina.

-Porque você não quer. Por isso eles não te dão dinheiro.

-Não me dão dinheiro porque eles estão mortos- grita comigo- Você entendeu ? Mortos, Arthur.

Ela coloca a mão no rosto e começa a chorar.
Puxo a mesma pra um abraço.
A levo até o sofá e deito sua cabeça em meu peito.

-Desculpa- falo baixinho perto do seu ouvido.

Estou me sentindo um merda do caralho.
Como não me liguei nisso ?

Tudo sempre foi fácil pra mim.
Meus pais me mandam dinheiro, mesmo eu não trabalhando.
Fazem tudo o que eu quero, principalmente por eu ser filho único.

Ela deve sofrer demais por não ter seus pais a ajudando, sem o amor dos mesmos.
Vou tentar ser mais compreensivo com ela.
Vou cuidar dos detalhes pra que ela não venha chorar mais. Quero ver ela sorrindo, feliz.
Acabei de conhecer ela, mas já vejo como minha obrigação cuidar dela mesmo não sabendo cuidar nem de mim.

Quem diria que esse seu jeito de durona escondia uma enorme perda.
É barra pesada demais.

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