Arkhanjos - Confins do Inferno

Cap. 3 - O Coração da Alma.

O arcano estartalou seu olhar em direção as valkyrias e balbuciou.
-Que os raios as cerquem! Vocês ficaram loucas? Esses miseráveis são devoradores eternos, qual parte do que eu disse vocês não entenderam?
Eles não podem ser destruídos! Eles só podem ser aprisionados, por isso pedi para que Hephestos convocasse os Arkhanjos, só eles tem esse poder de lançá-los na dimensão inferior, se tiverem muita sorte na empreitada!
Não posso permitir que exista a possibilidade de eles devorarem a Arca, essa é minha responsabilidade como capitão!
Gabryellye trocou olhar com Noé e logo acenou positivamente.
-Quanto tempo demorará para que você conclua a conjuração de teleporte que está tentando fazer?
Noé responde incerto.
-Levará muito mais tempo enquanto estiver ocupado tentando defender a Arca com o escudo!
-Então concentre-se na evocação e deixe que nós o distraímos, se você demorar podemos não ter a sorte de possuir o intervalo necessário. _Retrucou a cavaleira.  
Noé olhou preocupado com a segurança das valkyrias, mas colocou fé nas guerreiras.
-Tudo bem, então.
O escudo astral da Arca se desfez ao comando de Noé, enquanto aquela serpente colossal de pele sombria preparava sua empreitada, ganhando força, se distanciando para ganhar impulso na bocada com sua mandíbula enorme e cheia de presas afiadas. As valkyryas deram seu grito de guerra e foram em combate com o monstro devorador.
Gabryellye deu as coordenadas a todas rapidamente.
-Precisamos nos separar, e afastar a criatura da Arca o máximo que pudermos, Aurora, posição galope de unicórnio! -Hera, formação sopro de dragão! -Ísis, estilo coração de fada!
Indra, venha comigo, faremos a muralha de diamantes para dar cobertura no final, todas retornem para a Arca assim que concluírem as formações! 
E assim cada uma delas se dividiram em uma porcentagem de guerreiras aladas em direções diferentes para cada uma das formações, a primeira formação galope de unicórnio consistia em um grupo de valkyrias voar em direção norte em linha reta para depois descerem juntas, brandindo suas lâminas e criar um clarão ofuscante, cegando o inimigo e na sequencia golpear com um pisão simultâneo de pegasus, que no ato do ataque pareciam cometas rasgando o vazio escuro com objetivo de acertar a cabeça na criatura com os cascos mágicos para deixá-lo desnorteado. A segunda, conhecida por sopro de dragão, faziam com que um grupo delas cavalgassem em um círculo grande conhecido por elas como a boca do dragão, a qual elas miravam as lâminas no centro e lançavam um choque pitoresco em que formava-se uma estrela solar e logo depois da carga excessiva de poder ela se transformava em uma estrela de nêutrons, já a formação coração de fada o outro grupo de valkyrias brandiam suas asas e delas choviam brilhos, que se espalhavam rapidamente pelo vazio e se transformavam em uma nebulosa rosada, que se entrasse em contato com o inimigo tinha o objetivo de causar-lhe uma paralisia temporária, tempo o suficiente para acertar o monstro com os outros golpes, já a ultima formação de guerreiras partiam para pontos estratégicos, proferiam simultaneamente em enoque a língua dos celestiais um encantamento em que elas não podiam errar nem a posição e nem o intervalo da conjuração, para que ele produzisse uma parede de antimatéria.
E foi assim que iniciou o combate, o Leviathan uma colossal serpente com seis olhos em cores de tons escuros, escamas blindadas, enegrecidas e repleto de asas afiadas, com mãos e garras que moviam-se em sua barriga como pés de centopeia assustadora, cruzava o vácuo em uma velocidade incomparável, dando voltas em si próprio de tão gigante e ainda assim acompanhando perfeitamente a Arca que apesar de enorme era um pequeno aperitivo para o monstro se aproximou e nesse momento o plano das valkyrias começou, o leviathan passou pela nebulosa que com suas presas tentou abocanhar as guerreiras, que rapidamente cavalgaram em uma fuga perfeita desviando do monstro, ele manteve o ataque feroz até um forte clarão ofuscar-lhe suas vistas, e uma poderosa chuva de asteroides golpearem sua cabeça, deixando-o um tanto confuso, e mudando um pouco a rota de sua investida o que o levou a direção da formação sopro de dragão, uma gigantesca estrela de neutros que as valkyrias haviam criado e que agora com uma corrente encantada elas arremessavam juntas a esfera em direção ao monstro terrível, ela se chocou contra sua face em uma colisão colossal, emergindo um imenso quasar no espaço, enquanto a última formação que era a de Gabryellye já estavam todas preparadas, só aguardavam todas as guerreiras atravessarem o véu, enquanto elas cavalgavam em uma velocidade impressionante ao fugirem do choque da explosão para que elas pudessem terminar o encanto e permitir que a parede bloqueasse a onda massiva de destruição e não pegasse em nenhuma delas, a maioria das valkyrias passou, mas Gabryellye percebeu que duas delas ainda não haviam retornado, preocupada ela viu uma das guerreiras da tropa do sopro do dragão passar e perguntou.
-Aurora! _A valkyria olhou e puxou a rédea do pégaso, para que ele parasse, e ela olhou para sua líder. -Aonde estão Kym e Nadja?
Aurora, ficou surpresa em perceber que ambas não estavam juntas a ela no retorno, sendo que as três fizeram tudo ao mesmo tempo, ela imaginou que as duas guerreiras estavam galopando logo atrás dela.
-Não entendo, Kym e Nadja estavam logo atrás de mim! Elas devem ter mudado a rota e chegado primeiro talvez?!
Gabryellye uma líder extremamente perfeccionista responde com precisão.
-Não elas não atravessaram o véu ainda!
Preocupada com a segurança de suas guerreiras, Gabryellye aguarda alguns milissegundos, e a explosão se aproximava cada vez mais rápido, até que ela ordena.
-Aurora! Me substitua na formação, irei encontrá-las!
A guerreira perplexa retruca. -Mas capitã é perigoso demais, a explosão está se aproximando muito rápido. Se não atravessarmos o véu da parede antes de ela fechar você será...
Com sua firmeza de líder Gabryellye fecha o semblante e responde.
-Isso é uma ordem Aurora!
A ordem de um superior no reino celestial era sempre incontestável, uma vez que algum ser no reino desacatasse ele estaria condenado a perder seu posto e receber a marca do traidor, sendo assim passível de ser aprisionado na dimensão inferior pelos próprios Arkhanjos, impedido de nunca mais retornar, com o juramento selado em votos perpétuos de obediência nenhum podia contestar nenhuma ordem, mesmo que eles entendessem isso como algo ruim e Aurora idolatrava sua líder por tudo que ela representava no reino e seus feitos, ela via Gabryellye como um simbolo a se tornar um dia, aceitar que ela estaria indo aquela zona de risco tão grande e que talvez pudesse não voltar era difícil de aceitar, para Aurora a escolha era difícil, aceitar perder sua líder para sempre, ou desacatar as ordens e quebrar o voto perpétuo e ser condenada ao abismo inferior por toda eternidade.
-Não! _Exclamou, com lágrimas nos olhos. -Não posso permitir isso! - Puxou a rédea de seu pégaso e cavalgou na direção da explosão sozinha.
-Auroooora! -Gritou Gabryellye desacreditada no que acabava de presenciar.
-Confie em mim capitã, trarei suas guerreiras de volta! 
Perplexa com a atitude, a capitã das valkyrias que segurava o selo em enoque da formação da parede de diamantes em sua respectiva formação não sabia o que fazer, pois todas as outras guerreiras já estavam bem longe próximas a Arca e as que estavam na proximidade eram apenas as que permaneciam na formação, sem uma delas apenas já não funcionaria a parede e colocaria em risco todo o plano, inclusive sem o encantamento se Leviathan depois de tantos golpes ainda estivesse consciente poderia vir ainda mais furioso em sua perseguição e devorar tudo, já com a parede ela bloquearia o monstro e impediria seu avanço por algum tempo pelo menos. Gabryellye sem alternativas apenas suspirou e aceitou que não podia fazer mais nada.
-Boa sorte... Aurora!. _Alterando seu semblante para um mais sério ela se preparou e alertou as outras.
-Guerreiras, ao meu sinal iniciem o ritual!
Em seus pensamentos, ela torcia para que Aurora conseguisse a tempo.