Capítulo 17
Queria sair daquele lugar, a música me deixava zonza, as pessoas rodando me deixavam enjoada, precisa sair.
Todos pareciam distraídos o suficiente quando voltei ao salão e comecei a caminhar sorrateiramente pela lateral do lugar, até chegar às portas por onde entrei mais cedo.
Os guardas ainda estavam a postos e eu apenas continuei, camuflada por uma multidão que tentava entrar e outra que tentava sair. Passei por eles com facilidade, talvez estivesse distraídos ou apenas não davam a mínima, não me importava nem um pouco.
Caminhei sem pressa pelos corredores, até que eles estivessem vazios, sempre notando o som abafado de alguma festa por perto.
De repente senti um pequeno aperto no peito e percebi o que estava fazendo. Andando sem rumo logo depois de uma vontade súbita de sair. Conhecia aquela sensação.
Zion.
Como se me livrasse do que quer que ele conseguia fazer comigo parei, olhei ao redor e avistei portas de vidro reluzente a minha esquerda.
Tentando fugir do caminho que ele provavelmente estava me fazendo seguir tentei empurrar as portas mas elas simplesmente se abriram para mim, como se tivessem sensores de movimento.
Não o queria perto de mim, não queria sequer vê-lo.
Pequenas luzes se acenderam contra as paredes, me fazendo parar de focar no homem que habitava meus pensamentos por tempo suficiente. Aquele lugar era diferente do resto do palácio, parecia haver tecnologia em todos os cantos.
O teto baixo tinha o céu lá de fora refletido, as paredes eram repletas de quadros até onde meus olhos chegavam e ao chegar perto de um deles, o mesma rapidamente foi substituído por outro, me causando um pouco de espanto.
Não eram quadros, percebi quando me aproximei um pouco mais, eram telas, tão nítidas que pareciam pinturas de verdade, talvez réplicas das verdadeiras.
Algumas retratavam pessoas normais, pessoas como eu quando ainda fazia parte do meu próprio mundo. Já outras refletiam imagens de guerras, armas de fogo que eu nunca vi e bombas que reduziram tudo a pó brilhante. As imagens eram tão reais que pareciam estar acontecendo, bem ali. Quanto mais eu andava, mas delas surgiam, cada vez mais sangrentas e pitorescas.
Em baixo das telas haviam datas e entendi que aquelas imagens contavam a história do mundo de hoje. Primeiro as guerras, as bombas, a fome e logo depois o nada.
Parei diante de uma imagem escura, pessoas sujas se arrastavam pelo chão enquanto a destruição tomava conta de todo cenário, meu peito se apertou vendo aquelas imagens.
Depois de mais alguma imagens tomadas por escuridão e sofrimento, havia uma do sol. Ele brilhava entre as nuvens cinzas de um céu desbotado, a esperança de um novo dia.
— Gosta de pinturas? — sua voz não deveria me assustar, mas senti meu coração acelerar duas ou três batidas.
Não o respondi mas podia sentir sua presença em algum lugar atrás de mim.
Fingindo não me importar continuei observando as próximas telas. A mais bonita delas era de dez pessoas de mãos dadas sob a luz do sol e da lua.
"Os dez homens e mulheres mais fortes e sábios foram escolhidos para governar às dez colônias que existiam, agora há dez reinos." As palavras de Avena ressoavam em minha memória.
Mas a imagem rapidamente sumiu e o retrato de uma linda mulher apareceu no lugar. Algo em seu rosto me era familiar, algo que eu não conseguia…
— Está é minha mãe. — Zion sussurrou muito mais perto e minha concentração foi quebrada.
— Tenho pena dela. — respondi sem emoção. — Ela me parece uma boa mulher, você deve ser uma decepção para ela.
Ao dizer aquilo me virei para ele e por mais que sua postura estivesse como sempre, perfeita e inabalada, seus brilhavam estranhamente enquanto um sorriso triste brincava em seus lábios.
— Ela era uma boa mulher, não me julgaria por certas ações. — ele se referia ao que tinha acontecido no baile. — Ela estava prometida a meu pai quando se apaixonou por outro homem, era um amor impossível, mais ela sempre acreditou que o amor vence tudo. Infelizmente ela só conseguiu iniciar uma guerra, uma guerra tão horrível que dura anos.
— Pensei que vivêssemos em paz. — eu disse,minhas palavras cheias de sarcasmo.
— Vivemos, por sacrifícios que você ignora. Fiz muitas promessas para manter meu reino a salvo. Contei muitas mentiras…
— Por que está me contando isso? — perguntei interrompendo seu discurso de herói.
— Por que você, minha querida, você vai me ajudar a dar um fim em tudo isso.
O rosto sério de Zion fez com que minhas entranhas se contorcesse, eu não sabia do que ele estava falando mas meu coração batia tão rápido em antecipação que era como se eu estivesse esperando por isso a muito tempo.
— Não vou ajudá-lo em nada. — rosnei para ele. — Foi para isso que me atraiu até aqui?
— Não? — um sorriso terrível iluminou seu lindo rosto enquanto ele ignorava minha pergunta. — Nem se eu prometesse lhe dar qualquer coisa.
"Qualquer coisa."
— O que eu tenho de fazer? — sussurrei cansada.
— Deve fazer uma promessa de sangue.
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Gente, só Jesus heim kkkkkkk
No próximo capítulo já vamos começar a ter algumas revelações. Vamos saber mais dos motivos do Zion ser tão ASSIM. Vamos descobrir qual vai ser a verdadeira função da Eve diante disso tudo.....Até.
Bjos, Isa.
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Promessa de Sangue
FantasyEvelyn Morgan é uma garota normal, pelo menos era até a noite de seu vigésimo aniversário; Quando uma estranha sensação insiste em confundir sua mente. Tudo piorou quando seu namorado começou a lhe causar arrepios, as baboseiras de seu velho avô co...